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F1 - Donington-1993: Rubinho relata 'xingamento' de Senna e Galvão fala de plano contra Prost

Nesta terça-feira, completam-se exatos 30 anos da "melhor 1ª volta da história da F1", eternizada por Ayrton no GP da Europa em Donington; conheça histórias

Watch: Barrichello relembra dia em que Senna socou Irvine na F1

A prova foi disputada na pista inglesa e também contou com grande primeira volta de Rubens Barrichello pela Jordan. O brasileiro, aliás, revelou histórias sobre aquela corrida, em live realizada pelo Instituto Ayrton Senna em 2021, quando a morte do tricampeão da Fórmula 1 fez 26 anos.

 

"Eu tava passando todo mundo e, de repente, vejo a placa 'P2'", disse Rubinho. "Nossa, eu tô em segundo lugar, e é o chefe que tá ganhando. Aí de repente vejo o chefe atrás de mim, e eu penso: 'Nossa, ele parou nos boxes e eu tô em P1'. Agora vou dar uma fechadinha nele pra ver se fico na posição. Quando eu vejo ele tá me dando uma volta. Ele passou me xingando ainda!".

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O narrador Galvão Bueno, que também participou do bate-papo na ocasião, ainda lembrou sobre outro momento dessa prova: quando Senna fez a volta mais rápida da corrida passando por dentro dos boxes.

"Em Donington, a curva que trazia para a reta principal, a entrada dos boxes era um pouco antes. E naquela época não tinha limite de velocidade no pitlane. Em meio à tantas paradas, o Ayrton entrou nos boxes mas passou cravado por lá e voltou para a pista".

"Eu e o Reginaldo [Leme] na transmissão ficamos sem entender, se era problema de rádio, porque a McLaren não estava preparada. Ele simplesmente cravou a volta mais rápida nesse momento. Falando com ele depois da corrida, eu disse: 'você errou hein? Fez uma corrida espetacular, mas fez aquilo nos boxes'".

"Ele me respondeu: 'Deixa de ser bobo cara. Eu imaginei na corrida que, como a entrada dos boxes era antes da curva final, se eu fizesse o trecho dos boxes e passasse por lá ao invés da reta principal, a distância era menor. Eu ia resolver o meu problema ali: se o Alain Prost (rival francês de Senna que estava na Williams, à época o melhor carro do grid 'disparado') estivesse na minha frente, eu ia passar ele pelos boxes".

GALERIA: Relembre todos os carros da carreira de Ayrton Senna na Fórmula 1

1984: Toleman TG183B

1984: Toleman TG183B

Foto de: Camille De Bastiani

Foi seu primeiro carro na Fórmula 1, apesar de Senna ter usado o monoposto apenas nas primeiras quatro corridas daquela temporada 1984, somando dois sextos lugares na África do Sul e na Bélgica.
1984: Toleman TG184

1984: Toleman TG184

Foto de: Camille De Bastiani

Foi com o novo carro da Toleman que o brasileiro conseguiu o famoso pódio na corrida chuvosa em Mônaco. Além disso, conquistou mais dois terceiros lugares, na Grã-Bretanha e em Portugal.
1985: Lotus 97T

1985: Lotus 97T

Foto de: Camille De Bastiani

A Lotus carregava um motor Renault. Com o monoposto, ele conseguiu uma vitória já em sua segunda corrida, em Portugal, antes de cair em uma sequência de sete provas consecutivas sem pódios. Voltou ao top-3 na Áustria com o segundo lugar, iniciando uma série de cinco pódios, incluindo uma vitória na Bélgica.
1986: Lotus 98T

1986: Lotus 98T

Foto de: Camille De Bastiani

Em sua segunda temporada com a Lotus, a equipe usou novamente o motor Renault V6. Os resultados chegaram: seis pódios, incluindo vitórias de Espanha e Detroit, nas oito primeiras corridas. No final, Senna somou 11 pódios para terminar em quarto entre pilotos.
1987: Lotus 99T

1987: Lotus 99T

Foto de: Camille De Bastiani

Com o Lotus 99T, já com motor Honda, o piloto ficou em terceiro lugar no campeonato de pilotos. Durante o ano, ele somou duas vitórias, quatro segundos lugares e dois terceiros. Essa foi a melhor posição de qualificação até então para o brasileiro.
1988: McLaren MP4/4

1988: McLaren MP4/4

Foto de: Camille De Bastiani

Em seu primeiro ano com a McLaren, seu carro foi o MP4/4, com motor Honda. Já em sua segunda corrida, Senna venceu o GP de San Marino. Depois de abandonar em Mônaco, obteve um segundo lugar no México, iniciando série de oito pódios consecutivos, incluindo seis vitórias. No GP do Japão, ele subiu novamente ao topo do pódio e conquistou seu primeiro campeonato na F1.
1989: McLaren MP4/5

1989: McLaren MP4/5

Foto de: Camille De Bastiani

Em sua segunda temporada com a McLaren, Senna guiou o MP4/5, impulsionado pela Honda. Foi o ano da intensificação da rivalidade com Alain Prost. No decorrer da temporada, ele somou seis vitórias e um segundo lugar na Hungria.
1990: McLaren MP4/5B

1990: McLaren MP4/5B

Foto de: Camille De Bastiani

A terceira temporada de Senna pela McLaren marcou a saída de Alain Prost para a Ferrari, o que fez com que os números dos carros britânicos fossem alterados. O francês levou consigo o projetista Steve Nichols. Por isso, a McLaren fez alterações no seu carro do ano anterior, com novidades no corpo e na asa traseira. Deu certo: ganhou o Mundial de Construtores e Senna reconquistou o título.
1991: McLaren MP4/6

1991: McLaren MP4/6

Foto de: Camille De Bastiani

O MP4/6 impulsionado por um Honda V12 foi o último carro com o qual Senna brigou frequentemente por vitórias na McLaren. O início da temporada deu-lhe quatro vitórias. Depois, dois terceiros lugares, no México e na França. Os triunfos na Hungria, Bélgica e Austrália, com os segundos lugares de Itália, Portugal e Japão, deram a ele seu terceiro e último título mundial na Fórmula 1.
1992: McLaren MP4/7

1992: McLaren MP4/7

Foto de: Camille De Bastiani

A McLaren começou a temporada com uma atualização do chassi de 1991 na África do Sul e no México, onde Senna conseguiu o terceiro lugar. No Brasil, veio o novo carro MP4/7, para as restantes 14 datas do campeonato. Senna ainda ganhou três GPs (Mônaco, Hungria e Itália) e três pódios (San Marino, Alemanha e Portugal), terminando em quarto no campeonato vencido por Nigel Mansell.
1993: McLaren MP4/8

1993: McLaren MP4/8

Foto de: Camille De Bastiani

Com o novo motor Ford, Senna começou sua última temporada com a McLaren ao volante do MP4/8. O início da temporada permitiu-lhe três vitórias e dois pódios nas primeiras seis corridas de 1993. No fim do ano, ainda venceu no Japão e na Austrália.
1994: Williams FW16

1994: Williams FW16

Foto de: Camille De Bastiani

Em seu desejo de vencer seu quarto campeonato mundial, Ayrton Senna mudou para a Williams em 1994. Entretanto, perdeu a suspensao eletrônica de seu antecessor em virtude das novas regras da F1 e ficou desvantagem. Em seu terceiro GP com o FW16, Senna faleceu após forte batida na curva Tamburello, em Imola.
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"Meu Ayrton é..."

Ao final da live, o jornalista Rodrigo França, que foi o mediador da conversa, propôs um desafio aos convidados: completar a frase "Meu Ayrton é...".

Os primeiros a responder foram dois jovens pilotos brasileiros que também estiveram na live: Sérgio Sette Câmara e Pietro Fittipaldi. Ambos destacaram o fato de Senna ser um exemplo e uma pessoa que mudou o esporte.

"Eu o admiro não só como pessoa e piloto, já dei uma estudada no que ele fazia", disse Sette Câmara, piloto da NIO 333 na Fórmula E. "Ele tinha um diferencial. Até porque ele mudou o esporte, como o Galvão falou, na parte física. Ele fez algo que poucos profissionais conseguem fazer em sua área de trabalho. Você conta nos dedos quem consegue ter um impacto desses".

"Meu Ayrton é um herói, um ídolo, um exemplo de dedicação", afirmou Pietro, reserva da Haas na F1. "Ele mudou o esporte com tudo que fez. Ele foi um cara muito dedicado ao esporte e a vida dele era o automobilismo. Vejo ele como um exemplo".

Em seguida, foi a vez do filho de Galvão, Cacá Bueno, que falou de Ayrton, a quem ele via como um tio, sendo uma pessoa que ajudava a dar felicidade ao povo brasileiro.

"Meu Ayrton é o Brasil que dava certo. A gente acordava no domingo de manhã para ver o Brasil dando certo. Tudo por causa dos motivos que o Serginho e o Pietro falaram. Ele era um exemplo, um cara dedicado, que você tinha que ter orgulho de ser brasileiro. A gente saía de casa com alma lavada e feliz da vida".

O último a falar foi o próprio Galvão, que falou sobre Ayrton nos âmbitos pessoal e profissional.

"Meu Ayrton é eterno. Mas quero falar uma frase para resumir Ayrton como pessoa, e outra de Ayrton como profissional. Como pessoa, Ayrton Senna é o meu irmão mais novo. E como profissional, o cara que ultrapassou todos os limites de um ídolo esportivo, e se transformou no nosso herói nas madrugadas e manhãs de domingo".

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