20 anos: Relembre GP com ‘Big One’ e briga de Schumi em Spa
Há exatas duas décadas, F1 viu GP da Bélgica recheado de acidentes e polêmicas e dobradinha surpreendente da Jordan
Sempre que se fala de grandes acidentes na Fórmula 1 dos últimos anos, uma das primeiras corridas que vêm à mente é o GP da Bélgica de 1998. A prova marcou um dos maiores strikes da categoria, e uma das corridas com mais incidentes em toda a história do campeonato.
O dia 30 de agosto de 1998 nasceu com um tempo tipicamente chuvoso na floresta das Ardenas, onde fica localizado o circuito de Spa-Francorchamps. Depois de utilizar o Safety Car para a largada um ano antes, após uma chuva que caiu poucos minutos antes da partida, em 1998 a direção de provas autorizou uma largada em condições normais com muito mais água na pista do que em 1997.
Big One
Carro de Eddie Irvine, Ferrari F300 após o acidente
Photo by: Rainer W. Schlegelmilch
As McLarens largavam na primeira fila, com Mika Hakkinen em primeiro e David Coulthard em segundo. Após sair mal, o escocês caiu posições na ida até a primeira curva e, após fazê-la, ele ia em direção à Eau Rouge até que pegou um ralo mal colocado e perdeu o controle de seu carro.
A imagem não mostra bem como, mas uma reação em cadeia se iniciou. Além da McLaren, outros 12 carros se envolveram no acidente. Foram eles Eddie Irvine, Alexander Wurz, Johnny Herbert, Jarno Trulli, Jos Verstappen, Pedro Paulo Diniz, Tora Takagi, Shinji Nakano, Rubens Barrichello, Olivier Panis, Mika Salo e Ricardo Rosset.
Confira:
Deles, Barrichello – por ter machucado o cotovelo – Panis, Salo e Rosset – por não terem carro reserva (era apenas permitido um carro reserva por time) – não relargaram.
Relargada
Mika Hakkinen, McLaren MP4/13, é acertado por Johnny Herbert, Sauber C17 na saída da La Source
Photo by: Steven Tee / LAT Images
Na nova saída, Damon Hill (terceiro no grid), que havia largado mal na primeira, foi para ponta, enquanto que atrás dele Michael Schumacher e Mika Hakkinen – rivais na luta pelo campeonato - se tocaram. O contato fez o finlandês rodar e entrar na linha de Johnny Herbert. O inglês da Sauber não teve para onde ir e bateu com o líder do mundial, o tirando da prova.
Rei da chuva da F1 naquela época, demorou pouco para Michael Schumahcer – que já havia liderado o warm-up pela manhã por larga margem – tomar a ponta do inglês da Jordan e liderar uma corrida que parecia fácil. Com Hakkinen abandonando, se ele ganhasse sairia de Spa com três pontos de vantagem no campeonato (no momento, a pontuação estava 77 a 70 a favor do finlandês).
Enquanto isso, a forte chuva seguia tirando pilotos da pista. Wurz e Coulthard bateram ainda na primeira volta da segunda largada, com o austríaco abandonando e o escocês retornando. Takagi, Villeneuve e Irvine foram outros que acabaram batendo nas voltas seguintes.
Briga Schumacher x Coulthard
Michael Schumacher, Ferrari após o acidente
Photo by: LAT Images
Na volta 25, Schumacher chegou no companheiro de Hakkinen na McLaren, David Coulthard, para dar uma volta em cima do escocês. Com uma requisição de Jean Todt (chefe da Ferrari) feita a Ron Dennis (chefe da McLaren) nos boxes, Coulthard já sabia que o alemão se aproximava.
No entanto, Schumacher acabou cometendo um erro no procedimento da ultrapassagem e acertou o rival enquanto os dois se dirigiam à curva Pouhou. Furioso, o alemão guiou até o box da Ferrari com três rodas enquanto Coulthard, sem a asa traseira, ia logo atrás. Schumi não pensou duas vezes: entrou na garagem, atirou o volante de seu carro para fora, saiu e foi à caça de Coulthard. Ele chegou a empurrar um membro de sua equipe, e quando chegou aos boxes da McLaren foi contido pelo mecânicos entre frases para o escocês como: ‘você que me matar, p..?’
Sem conseguir chegar a David, o piloto retornou trastornado à garagem da Ferrari após perder seus 10 pontos da vitória.
Dobradinha da Jordan
Damon Hill, Jordan 198 à frente de Ralf Schumacher, Jordan 198
Photo by: Sutton Images
Hill assumiu a primeira posição após o ocorrido, mas viu sua distância para seu companheiro Ralf Schumacher desaparecendo duas voltas depois, quando Giancarlo Fisichella tentou entrar no box e não viu a Minardi de Shinji Nakano, destruindo sua Benetton e trazendo o Safety Car à pista.
Na volta, Hill propôs à Jordan (que, diga-se, só havia somado seus primeiros pontos em 1998 em julho, na Inglaterra) que evitasse que Ralf o atacasse a fim de garantir a dobradinha ao time. Chefe da equipe, Eddie Jordan concordou e ordenou ao alemão que ele não atacasse Hill. Algo que enfureceu seu irmão Michael quando soube após a prova, e o fez prometer a Eddie que seu irmão jamais guiaria para sua equipe após 1998.
Ao fim das 44 voltas, Hill ganhou com Ralf Schumacher menos de um segundo atrás e Jean Alesi, da Sauber, completando o pódio. Pontuaram ainda no top-6 Heinz-Harald Frentzen, o brasileiro Pedro Paulo Diniz e Jarno Trulli.
Depois de retornarem após suas batidas, Coulthard e Nakano ainda receberam a bandeirada cinco voltas atrás, fechando os oito dos 22 que conseguiram chegar em uma das corridas que para sempre será uma das mais lembradas de toda a história da F1.
Confira fotos do GP:
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