Análise: As abordagens aerodinâmicas da F1 em Monza
O GP da Itália sempre cria um desafio único para as equipes, com as longas retas de Monza forçando os times a pensar mais sobre os níveis de arrasto e redução de downforce.
A velocidade em linha reta é essencial na Itália, mesmo que isso signifique que a vida possa ser um pouco complicada nas chicanes.
Este cenário faz os times apresentarem as asas traseiras mais escandalosamente baixas que você verá em toda a temporada. Na verdade, em sua maior parte, estas asas são projetadas especificamente para o famoso "templo da velocidade" e se tornam instantaneamente obsoletas depois da corrida.
Mercedes x Ferrari
Perfurar um buraco no ar é uma tarefa muito mais fácil para as equipes líderes, Mercedes e Ferrari, devido às suas poderosas unidades de potência.
Então, embora ambas tivessem asas "mais magras" para o GP da Itália, seus projetos não eram tão extremos quanto os de alguns dos outros times. Na verdade, ambas equipes optaram por uma variação mais agressiva da asa usada na Bélgica, com a Ferrari preferindo um design plano mais tradicional, enquanto a Mercedes utilizou uma asa estilo "colher".
Mercedes W09 rear wing comparison
Photo by: Manuel Goria / Sutton Images
Apesar de a Mercedes ter testado duas especificações diferentes de asas na Bélgica, no final ela optou pela de menor downforce, com sua habitual asa T (seta vermelha).
Para Monza, uma configuração de asa traseira similar foi selecionada, embora sem Gurney no flap (seta branca). Para aumentar a velocidade da linha reta, a asa T foi totalmente descartada também.
Ferrari SF71H rear wing, Belgian GP
Photo by: Giorgio Piola
Como a Mercedes, a Ferrari fez apenas pequenas alterações em sua asa traseira para seu GP de casa, mas conseguiu manter a asa T, o que proporcionou aos pilotos mais downforce e confiança.
Mercedes W09 front wing comparison
Photo by: Giorgio Piola
O que sai de um lado do carro geralmente precisa ser equilibrado no outro também, e os carros não precisam ser acertados da mesma maneira como foram para o segundo setor em Spa. Ambos os times fizeram concessões a este respeito para Monza.
Como podemos ver, a Mercedes usou uma nova solução (seta vermelha) frente ao que teve em Spa. Esta é uma tática empregada pelas equipes quando o ângulo da asa já está próximo de seu limite operacional.
Mercedes F1 W09 bargeboard, Monza GP
Photo by: Giorgio Piola
Curiosamente, a Mercedes também fez algumas melhorias em seu assoalho, alterando sua forma da lateral (seta azul).
Além disso, a seção divisora com ranhuras (seta vermelha) foi otimizada ainda mais, com buracos correspondentes precisando ser feitos no chassi acima (seta branca) para cumprir os regulamentos.
Red Bull - baixo downforce
Os pontos fracos da Red Bull são expostos em circuitos de alta velocidade, como Spa e Monza, e, portanto, a equipe teve que compensar seu déficit de potência ao abrir mão de parte de sua performance aerodinâmica.
A capacidade superior de gerar downforce embaixo do assoalho e no difusor sempre permitiram que o time pudesse abaixar mais suas asas traseiras quando comparado com Mercedes e Ferrari, mas nas últimas duas corridas isso foi ainda mais extremo.
A asa utilizada foi tão pequena que a colocação de laterais no canto superior da placa terminal era irrelevante.
E, embora a asa já parecesse extremamente plana em Spa, os designers foram além para Monza, reduzindo ainda mais o ângulo de ataque.
Red Bull RB14 rear wing, Monza GP
Photo by: Giorgio Piola
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