Análise: Interlagos vê corrida enfadonha em temporada péssima
MOTORSPORT.COM comenta o pouco que aconteceu no GP do Brasil de 2015 e a fase enfrentada pela Fórmula 1
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Antes de começar, vale ressaltar: 2015 é uma temporada que estará longe de ser relembrada pelos fãs da Fórmula 1 como uma das vibrantes, emocionantes e surpreendentes.
Pelo contrário. O ano foi dominado pela previsibilidade, exceção feita aos dias que Sebastian Vettel e a Ferrari estavam inspirados e surpreenderam a Mercedes. De resto, foi um péssimo campeonato. Vimos um Lewis Hamilton sobrando e um Nico Rosberg acuado, que não conseguia responder à altura o rival inglês durante toda a parte europeia do certame.
Ora, como uma temporada poderia ser interessante se o melhor carro do campeonato está nas mãos de dois pilotos de atitudes e fases tão distintas? Pois é.
O GP do Brasil foi o reflexo disso. Mas, desta vez, quem liderou a dobradinha da Mercedes foi Rosberg. Assim como no México, ele convincentemente foi mais rápido que Hamilton, que ficou de forma confortável em segundo. Além disso, a semelhança das duas provas também reside em “polemiquinhas” criadas por Hamilton por não querer a princípio seguir a estratégia traçada por sua equipe. Mas, sinceramente, este é um assunto tão extenso e chato que não vale a pena alongar.
Infelizmente Rosberg acordou tarde nesta temporada. Fazer cinco poles seguidas não é para qualquer um, como diz a história da F1. Apenas campeões como Ayrton Senna (recordista, com oito), Michael Schumacher, Alain Prost, Niki Lauda, Nigel Mansell, Mika Hakkinen e o próprio Hamilton fizeram mais.
Logo atrás, Vettel fez o que era possível fazer. Dedicou sua corrida a tentar acompanhar as Mercedes. Não conseguiu, terminou mais longe do que os 14s2 dizem. Como segunda força, a Ferrari também mostrou que esteve em um planeta diferente dos demais em Interlagos. Foram os dois únicos carros que não tomaram volta de Nico Rosberg – ainda que Raikkonen tenha chegado homéricos 33s2 atrás de Vettel.
Do lado dos brasileiros, nada a comemorar. A corrida, que foi uma das piores de Felipe Massa no ano, ainda lhe reservou uma desclassificação amarga. O motivo foi estritamente técnico.
Em uma medição antes da largada, a Pirelli constatou que o pneu traseiro direito do carro do brasileiro estava com 0,1 PSI a mais que os 20,5 PSI permitidos pelo regulamento nos pneus traseiros. Isso resultou, segundo um documento oficial, em uma temperatura de 137ºC no composto – cerca de 27ºC a mais que o permitido.
Isso teoricamente não resulta em nenhum ganho técnico, já que com o aumento da temperatura, a degradação e a falta de aderência seriam mais latentes. Mas, por uma questão de segurança, a FIA resolveu desclassificar Massa. A Williams recorreu, e disse que é impossível que 0,1 PSI tenha gerado 27C a mais.
Independentemente do que isso vai dar, a verdade é que Massa esteve muito aquém do parceiro Valtteri Bottas o final de semana todo. Já Nasr não pôde fazer muito com as limitações de seu carro, ficando fora da zona de pontos.
O ponto positivo da prova foram as ultrapassagens de Max Verstappen em Sergio Perez e Pastor Maldonado. O holandês de 18 anos mostrou mais uma vez o quanto é promissor.
Mas, no geral, o dia foi ruim. Em resumo, o top 8 que passou o S do Senna na primeira volta finalizou o GP do Brasil (ao menos na pista) praticamente imóvel ao fim de 71 voltas (exceção a Nico Hulkenbeg e Daniil Kvyat que trocaram de lugares). Interlagos, palco de seis decisões de títulos nos últimos 11 anos, merecia mais.
Fica para o ano que vem, quem sabe.
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