Dívidas e administração judicial: entenda o caso Force India
Equipe entrou em processo de administração judicial, o que não deve impedir suas operações na pista. Saiba dos detalhes
A crise financeira da Force India já era de conhecimento público, e a história ganhou mais um capítulo na noite da sexta-feira, quando o time entrou em processo de administração judicial após audiência realizada na corte de Londres, na Inglaterra.
Este processo faz com que a equipe passe a ser gerenciada por uma parte apontada pela justiça – no caso, serão Geoff Rowley e James Baker, da FRP Advisory LLP, que já possui experiência na F1 por ter atuado nos processos de Marussia (2015) e Manor (2017).
Além disso, o processo de administração judicial possibilita que a equipe continue normalmente com suas operações, incluindo a participação sem contratempos nas atividades do GP da Hungria, neste fim de semana.
Assim, o time não terá suas operações interrompidas e terá um tempo adicional para encontrar um investidor ou comprador – e o processo não estará mais no controle de Vijay Mallya, fundador do time.
O momento disso tudo acaba por ser oportuno, já que, depois da corrida em Hungaroring, a F1 entrará de férias coletivas por quatro semanas, e a FRP Advisory já adiantou que a procura pelo comprador está em andamento em caráter de urgência.
Envolvimento de Pérez, Mercedes e patrocinadoras
Toda a situação veio à tona após um processo movido pela empresa Brockstone Limited, que alega que a Force India lhe deve uma quantia de £ 3 milhões (R$ 14,5 milhões na cotação atual)
A Brockstone Limited está ligada a Sergio Pérez, piloto do time desde 2014, e Julian Jakobi, seu empresário.
O processo também recebeu o apoio de outras duas partes importantes: a Mercedes, fornecedora de motor do time, e a BWT, principal patrocinadora.
A Mercedes afirma que a Force India possui uma dívida de £ 9 milhões (R$ 43 milhões); a BWT, empresa responsável por tornar os carros do time cor de rosa em um grande patrocínio, afirma que o acordo foi feito na base de um empréstimo – visão da qual Mallya discorda.
Tentativa de última hora
Após a notícia de que a Force India entraria em administração judicial, a empresa Rich Energy veio à público para lamentar o processo movido por Pérez, Mercedes e BWT.
A empresa alega que tinha a intenção de fazer um investimento de £ 30 milhões em patrocínio, mas que isso foi ignorado, fazendo com que o processo continuasse em andamento.
O Motorsport.com entende que a oferta da Rich Energy, que já havia sido previamente rejeitada pela equipe como um possível comprador com credibilidade, foi vista como insuficiente para garantir o futuro em longo prazo do time.
De qualquer forma, o chefe de operações da Force India, Otmar Szafnauer, afirmou na sexta-feira que a situação terá desdobramentos em breve.
“Acho que é iminente. Sei que há discussões acontecendo nos bastidores, e não estou a par delas porque se trata de um problema dos acionistas. Não sou um acionista, caso contrário eu saberia mais. [Mas] Acontecerá muito em breve.”
A Force India enfrenta dificuldades financeiras há tempos, o que liga novamente o alerta para o formato da distribuição das verbas da F1 que está em vigor.
Por exemplo, o time terminou o Mundial de Construtores na quarta posição em 2017. Contudo, a quantia que ela receberá da FOM é menos da metade do que terá a Red Bull, a terceira colocada, e até consideravelmente menos do que recebe a McLaren, que foi a penúltima colocada na tabela.
Anteriormente na temporada, a Force India alegou que os problemas financeiros provocavam grande atraso na concepção e fabricação de novas peças para o carro.
Entende-se que a equipe já possui compradores ou investidores interessados, mas nada foi confirmado oficialmente.
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