F1: Com Binotto no comando, Audi terá operação semelhante a Aston Martin
Promoção do ex-chefe da Ferrari faz parte de reestruturação que se assemelha à realizada pela equipe de Silverstone, com divisão clara entre funções e uma figura que pode atuar como ponte entre os vários departamentos

Dentro de dez meses, a Audi fará sua estreia na Fórmula 1 como construtora, assumindo o lugar da atual equipe Sauber. Ela dará início a um ambicioso projeto para coincidir com a introdução dos novos regulamentos técnicos, que preveem unidades de potência totalmente renovadas para dar mais espaço ao componente elétrico, um dos pilares da marca alemã.
O caminho da Audi rumo à F1, no entanto, passou por várias reformulações desde que o projeto foi anunciado em 2022. A chegada de Mattia Binotto em julho do ano passado, substituindo Andreas Seidl, parecia representar um novo ponto de partida para reconstruir e estabelecer novas bases.
Na segunda-feira, no entanto, a marca anunciou uma nova mudança no topo: Binotto foi promovido a chefe de projeto, enquanto o agora ex-CEO Adam Baker deixou a empresa por acordo mútuo com a direção. Uma decisão que centraliza as principais responsabilidades na figura de Binotto, considerando também que a função de CEO foi eliminada para simplificar a cadeia de comando.

Mattia Binotto, Sauber
Foto de: Andy Hone / Motorsport Images
O ex-engenheiro da Ferrari irá, portanto, liderar o desenvolvimento de todo o projeto, com dois objetivos: não apenas ter uma figura única e experiente capaz de dirigir as operações, mas também garantir uma melhor integração entre departamentos, como uma pessoa de contato capaz de coordenar as atividades. Essa não é uma tarefa simples, especialmente considerando que a estrutura da Audi será dividida em três centros.
O primeiro local será em Hinwil, na Suíça, onde a Sauber desenvolve o chassi e atualmente está sendo ampliado para acomodar novos funcionários; a ele se juntará outro ponto em Neuburg, na Alemana, onde a unidade de potência está sendo desenvolvida e fará sua estreia na temporada de 2026. Além disso, haverá também um terceiro polo na Inglaterra, que deve ser inaugurado no meio do ano com o objetivo de atrair novos funcionários.
O aspecto interessante da última remodelação na Audi é que, observando a hierarquia da futura equipe, é possível ver semelhanças com a estrutura que a Aston Martin implementou para construir seu futuro. No ano passado, Lawrence Stroll confiou a liderança do projeto a Andy Cowell, concedendo-lhe plenos poderes sobre a estrutura organizacional para que a equipe tivesse o melhor desempenho possível.

O engenheiro britânico, com uma longa experiência na Mercedes antes de ingressar na Aston Martin, reorganizou a equipe para dividir claramente as funções e responsabilidades e, acima de tudo, para melhorar a eficiência da estrutura com vistas a 2026, quando começará o novo ciclo técnico.
A nomeação de Cowell como chefe de equipe no início deste ano, o reposicionamento de Mike Krack na pista e a reestruturação da equipe, com a divisão das funções relacionadas ao desempenho entre a fábrica e a pista, visavam justamente a uma distribuição clara das responsabilidades. De fato, como acontecerá com Binotto na Audi, Cowell se tornou uma figura central na Aston Martin.
Enquanto Krack liderará as operações de pista, o setor técnico da fábrica será chefiado por Enrico Cardile, assim que ele se juntar à equipe nos próximos meses. Cowell atuará como supervisor de projeto, embora o desenvolvimento do motor Honda continue a ser feito no Japão. Essa foi uma escolha deliberada porque Cowell descobriu que a sobreposição de funções estava causando confusão na equipe.
O mesmo vale para a Audi, que terá suas três áreas principais: Jonathan Wheatley dirigirá as operações de pista na função de chefe de equipe, James Key liderará o desenvolvimento do chassi e Stefan Dreyer o da unidade de potência. Binotto atuará como uma ponte entre todos os departamentos, com a grande responsabilidade de fazer com que um sistema tão complexo funcione da melhor forma possível.

Logotipo da Audi e da BP
Fotos de: Audi
"Sempre que tive a oportunidade de me envolver na transição de uma equipe, tratava-se de criar o ambiente certo para que as pessoas prosperassem. E esse ambiente é absolutamente vital, porque você pode ter os melhores simuladores, o melhor túnel de vento, o maquinário mais avançado, mas se todos saírem da fábrica, tudo o que restará será o equipamento. São as pessoas que formam a equipe", explicou Wheatley no podcast oficial da F1, falando sobre a transição que está ocorrendo.
Assim como com Cowell e Krack, entre Binotto e Wheatley haverá uma clara divisão de responsabilidades entre a fábrica e a pista, em uma estrutura dupla, quase incomum em comparação com outras equipes que, em vez disso, centralizam tudo em torno de uma única figura, tanto na pista quanto na fábrica.
"O trabalho de Binotto é muito amplo, muito importante. Ele é o responsável pela integração geral do chassi e do trem de força, para criar o melhor carro Audi possível. E meu trabalho, se preferir, começa quando o carro sai da fábrica. A partir daí, minha equipe e eu assumimos a responsabilidade por ele. Nós o gerenciamos na pista, e meu papel é mais voltado para os aspectos comerciais, comunicação e operações durante as corridas", acrescentou Wheatley, que foi tirado da Red Bull há alguns meses para se tornar uma das figuras-chave do projeto, mas do lado da pista.
Com essa nova estrutura organizacional, a Audi quer abordar sua entrada na F1 com uma visão orientada para a eficiência em torno de uma figura-chave, especialmente considerando que, com três polos diferentes, a integração entre todos os departamentos será crucial.
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