Análise

Japão-88: Com Galvão, Massa e cia, reprise de título de Senna na Globo resgata era de ouro da F1 e emociona

TV Globo reexibiu na manhã deste domingo a prova em que o brasileiro conquistou seu primeiro título mundial

Ayrton Senna, McLaren MP4/4

Neste domingo, a TV Globo reprisou o GP do Japão de 1988, em que Ayrton Senna conquistou de forma heroica o seu primeiro título mundial de Fórmula 1. Além da própria corrida, as entrevistas anteriores à reprise da prova também emocionaram os fãs. Não à toa, a reexibição da etapa de Suzuka pela emissora foi o grande destaque do Brasil nas redes sociais durante a manhã, chegando rapidamente aos assuntos mais comentados do País no Twitter.

Segundo o site Teleguiado, a reprise do GP do Japão de 1988 rendeu um pico de 10 pontos no Ibope para a TV Globo, sendo o melhor índice da emissora durante a exibição do Esporte Espetacular, programa em que a prova foi retransmitida.

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Para resgatar a atmosfera daquela que é considerada a era de ouro da F1, Galvão Bueno, Viviane Senna (irmã de Ayrton), Bruno Senna (sobrinho do tricampeão) e Felipe Massa participaram virtualmente do 'pré-corrida', apresentado por Lucas Gutierrez e Bárbara Coelho.

De forma emocionante e precisa, Galvão e Viviane relembraram o contexto da categoria na época. Para completar o panorama do esporte no fim dos anos 1980, foi exibida uma entrevista do rival de Senna, Alain Prost, além de menções a Nelson Piquet e Nigel Mansell.

Veja todas as informações do GP do Japão de 1988 na galeria abaixo:

Disposto a ganhar o título, Senna foi com tudo para a classificação e conseguiu a pole position
Aquela pole foi a 12ª de Senna na temporada 1988, um número incrível
Em Suzuka, Senna largaria na ponta, mas seu motor morreu na largada e o brasileiro acabou caindo para 14º
A partir daí, Senna teve que iniciar uma grande prova de recuperação para tirar o título do rival e companheiro, Prost
Daí em diante, Senna começou uma escalada incrível e, na 11ª volta, já aparecia em terceiro após ultrapassar Berger
No 19º giro, Senna ultrapassou o segundo colocado Capelli, que estava brigando com Prost e atrapalhou o francês
Foram necessárias apenas 28 voltas para que o piloto brasileiro chegasse no francês, que largou em segundo
Mesmo depois da difícil largada, Senna conseguiu capitalizar sua recuperação e passou Prost para liderar
Depois de passar Prost, Senna manteve a liderança com maestria ao longo de 51 voltas
O brasileiro cruzou a linha de chegada em primeiro, à frente de Prost, que já era bicampeão mundial
Com a vitória, Senna, que fazia sua primeira temporada com a McLaren, desbancou o rival francês e foi campeão
Gerhard Berger (pegando carona nesta foto com Stefan Johansson) fechou o pódio com a Ferrari. O austríaco viria a ser companheiro e amigo de Senna na McLaren
O título de Senna fazia com que o Brasil tivesse dois campeões mundiais consecutivos, já que Nelson Piquet ganhou seu tri em 1987
Prost foi vice e o clima na McLaren ficou complicado, tendo em vista a rivalidade dos pilotos
Mas Japão-88 será sempre lembrado pelo grande show de Senna. Quando conquistou o título, o brasileiro tinha o maior número de vitórias em uma só temporada, superando Prost em 1984 e Clark em 1963, com sete cada um
E a temporada de 1988 foi marcada por uma grande hegemonia da McLaren, com o time conquistando 15 das 16 provas e fazendo 15 das 16 pole positions
O único piloto a furar a hegemonia da McLaren na temporada, conquistando uma vitória (Itália) e fazendo uma pole positon (Grã-Bretanha), foi Berger, que ficou em terceiro no mundial
Até hoje, mesmo com o grande domínio da Mercedes imposto nos últimos anos e o grande domínio da Ferrari nos anos 2000, nenhuma equipe se aproximou do nível de dominação da McLaren naquele ano. O time conquistou 93,8% das vitórias, enquanto a Mercedes em 2016, 90,5% (venceu 19 de 21 provas), e a Ferrari 88,2% (15 de 17) em 2002
A McLaren de 1988 é o único carro a vencer 11 corridas em sequência na história. Na verdade, nenhum time jamais venceu mais de 10 corridas em sequência, apenas a McLaren nesta temporada
O MP4/4 é motivo de disputa nos bastidores da equipe técnica até hoje. Gordon Murray e Steve Nichols sempre tomam para si a autoria do projeto. Murray vinha da Brabham, onde o carro anterior, de 1986 (o time não correu em 1987), tinha o mesmo conceito “low line” apresentado no MP4/4. No entanto, Nichols, que projetou o carro de 1987 da McLaren, utilizou também um conceito de centro de gravidade baixo, que segue a tendência do MP4/4
Ayrton Senna terminou o campeonato na frente, no entanto o piloto é – ao lado de John Surtees em 1964 – campeão apenas devido ao sistema de descartes, no qual apenas 11 dos 16 melhores resultados contavam ao final da temporada. Por ter vencido mais que Prost (8 a 7), ele fechou o ano com 90 a 87, embora Alain sem descartes levasse a vantagem, com 105 a 94
Senna começou o ano com um grande revés: sua McLaren quebrou chegando ao grid de Jacarepaguá na volta de apresentação, e ele foi obrigado a trocar de carro para largar. Ele largou dos boxes em uma segunda largada, mas foi desclassificado após algumas voltas pela troca com o processo da corrida já em andamento
A vitória mais dominante da McLaren em 1988 foi no GP de San Marino. Senna venceu, com Prost em segundo. Todos os outros carros que chegaram ao fim da prova, incluindo o terceiro colocado, Nelson Piquet, com o mesmo motor Honda das McLarens, levaram volta
A única derrota do MP4/4 no ano foi provocada por um toque de Senna com Jean-Louis Schelesser a duas voltas do fim do GP da Itália. O francês substituía Nigel Mansell na Williams após o britânico contrair catapora durante o verão europeu e correr na Hungria contra a indicação dos médicos. Devido ao esforço em Hungaroring, sua situação se agravou e o piloto não competiu nem na Bélgica (substituído por Martin Brundle) e nem na Itália, quando Schlesser assumiu seu carro
O GP do Japão marcou a única volta liderava por um carro aspirado em toda a temporada de 1988, e a primeira desde 1983. Ivan Capelli se aproveitou de um erro de Prost na garoa em Suzuka e conseguiu passar à frente do francês na linha de chegada na volta 16, mas recebeu o troco antes do fim da reta dos boxes. A March de motor Judd do italiano quebraria voltas depois
Pouco se fala disso, mas Prost tinha um problema de câmbio durante o GP em Suzuka, o que o impediu de escapar na frente naquela prova após o erro de Senna na largada. Isso foi preponderante para que o francês perdesse a ponta para Ayrton
Apenas Senna e Niki Lauda (1975 e 1977) foram campeões na história da F1 utilizando o carro 12
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Prost foi um dos grandes destaques na conversa anterior à reprise. Neste sentido, foi interessante observar o relato de Viviane. A irmã de Ayrton e mãe de Bruno relatou como o tetracampeão foi responsável por extrair o melhor de Senna. E vice-versa.

Já Bruno e Massa foram responsáveis por exaltar o legado do tricampeão de F1. Os pilotos falaram sobre o impacto gerado por Senna no automobilismo brasileiro e o sobrinho de Ayrton relatou a relação familiar com o tio, que foi ressaltada de forma comovente por Viviane.

Além disso, foi relembrada a homenagem feita a Senna durante o GP do Brasil de 2019, quando os troféus da corrida foram desenhados em tributo ao lendário piloto brasileiro. Na galeria abaixo, o Motorsport.com traz imagens das peças:

Troféu do GP do Brasil - homenagem a Ayrton Senna
Troféu do GP do Brasil - homenagem a Ayrton Senna
Troféu do GP do Brasil - homenagem a Ayrton Senna
Troféu do GP do Brasil - homenagem a Ayrton Senna
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Emoção dos fãs e de Galvão

Durante a reprise da corrida, os fãs de F1 pelo Brasil se manifestaram em peso nas redes sociais. Em tom nostálgico, os entusiastas da elite do esporte a motor mundial relembraram a competitividade na era de ouro da F1 e exaltaram Senna.

Como já mencionado, o Teleguiado relatou pico de 10 pontos para a Globo na medição do Ibope, que representou o melhor índice da emissora durante o Esporte Espetacular. Não à toa, a TV também reexibirá o GP do Brasil de 1991, vencido por Senna, no próximo domingo.

 

Galvão Bueno, que narrou a prova de Suzuka na época e participou do 'pré-corrida' do Esporte Espetacular neste domingo, foi às lágrimas ao rever a vitória de Senna. A comoção do jornalista foi publicada pelo próprio, em vídeo comovente. Veja abaixo:

 

VÍDEO: Barrichello relembra em detalhes o dia em que Senna socou Irvine na F1

PODCAST Motorsport.com: Senna foi o melhor esportista do Brasil?

 

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GALERIA: Relembre como era o mundo antes da disputa do GP do Japão de 1988

O Brasil já era campeão mundial de F1, já que Nelson Piquet venceu a temporada 1987. Em 1988, Nelsão trocou a Williams pela Lotus
No Brasil, a moeda era o Cruzado
Ayrton Senna fazia sua primeira temporada na McLaren. Antes, o piloto guiara por Toleman e Lotus
No futebol, a Holanda era campeã da Eurocopa
Lewis Hamilton tinha apenas 3 anos
Sebastian Vettel tinha 1 ano
'O Último Imperador', que conta a história arrebatadora da vida de Pu Yi, o último imperador da China, era o vencedor do Oscar daquele ano
Jean-Marie Balestre era o presidente da FIA
Forças de manutenção da paz das Nações Unidas ganharam o Nobel da Paz de 1988
Valentino Rossi tinha 10 anos
Eddie Lawson foi o campeão do mundial de motovelocidade
Nos games, o Mega Drive era lançado naquele ano
Piquet era tricampeão e Prost bi
Em 1988, a Constituição era promulgada
O Papa era João Paulo II. Nesta foto, o atual pontífice, Francisco, confere um carro de Fórmula E
O Bahia foi o campeão brasileiro de futebol de 1988
Campeão da F-E e ex-F1, Sébastien Buemi nascia em 1988
Bill Elliott foi o campeão da NASCAR naquele ano
A internet chegava ao Brasil em 1988. As conexões inicialmente foram feitas em setor acadêmico e somente anos depois foi destinada a usuários domésticos e empresas
O Gol era o carro mais vendido; o carro ficou na liderança de 1987 até 2010
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Carlos Costa
Fórmula 1
Ayrton Senna
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