McLaren pede voto secreto em mudanças de regulamento na F1 para anular força de parcerias

Zak Brown acredita que quem precisa determinar o que é melhor para a F1 e a FIA é a própria F1, evitando ser bloqueada por poucas equipes

Lando Norris, McLaren MCL35M, 3rd position, crosses the line to cheers from his team

A McLaren sempre demonstrou desconforto sobre o crescimento da parceria entre equipes no lado político da Fórmula 1, acreditando que o esporte se beneficiaria mais ao ter dez competidores totalmente independentes. E, para atingir isso, a equipe britânica pediu para que as votações importantes na F1, sobre mudanças de regulamento e mais, passem a ser secretas, para evitar que exista uma pressão para votar de certo modo.

Em uma longa coluna publicada no site da equipe nesta quinta, o CEO da McLaren, Zak Brown, acredita que esse é o momento ideal para a FIA intervir e encerrar alianças.

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Ele acredita que isso não danifica apenas a competição na pista, mas também que tais ligações significam que algumas equipes são forçadas a votar por mudanças de regulamento que vão contra seus interesses para apoiar seus parceiros.

"Atualmente, decisões sobre o futuro do esporte podem ser barradas por uma minoria em vez de maioria, e isso fica ainda mais complicado com o poder de voto de algumas equipes que acabam seguindo suas parceiras", escreveu Brown.

"Tivemos até instâncias onde uma equipe afilada, para satisfazer sua parceira, acabou votando a favor de algo que criou uma desvantagem para si própria. Isso não é esporte. Isso não é colocar os fãs em primeiro lugar".

"É uma situação que precisa ser resolvida, então pedimos que a votação secreta seja implementada em todas as reuniões da Comissão da F1 com efeito imediato. Em outros esportes, o órgão regulador tem o poder de governança porque eles focam no que é melhor para o interesse do esporte, o que deve ser chave na F1".

"Com uma mudança no procedimento de votação, podemos ter um processo de decisão mais ágil que beneficiará o interesse dos fãs e do esporte como um todo, incluindo os participantes".

A estrutura de governança atual da F1 obriga as mudanças de regulamento a passar pela Comissão de F1. O órgão é composto por 30 votos, um para cada uma das 10 equipes, 10 para a FIA e os outros 10 para a F1.

Uma mudança no regulamento para a temporada atual precisa de uma "super maioria", com 28 votos favoráveis entre os 30.

Zak Brown, CEO, McLaren Racing

Zak Brown, CEO, McLaren Racing

Photo by: Steven Tee / Motorsport Images

Refletindo nas parcerias maiores entre as equipes, Brown deixou claro que, para ele, essa não é a direção correta para o esporte.

"O crescimento de afiliação entre equipes não é saudável para o esporte. Não é do melhor interesse para a competição se dois rivais, ou mesmo três, compartilhem ativos e se alinhem estrategicamente. Um dos princípios fundamentais da F1, em oposição a outras categorias, é a competição aberta entre construtores".

"Eu não desejo ver o número de equipes na F1 reduzir, mas a afiliação entre equipes segue sendo um problema, porque eles não promovem um grid nivelado. E é aí que as mudanças precisam ser feitas na governança da F1".

"Os conflitos de interesse sempre existiram na F1 e isso não deve mudar logo, então é ainda mais importante que a F1 e a FIA, que não tem outro interesse que não o sucesso do esporte, determinem o que é melhor para a F1, que não sejam bloqueadas em todos os movimentos".

Em sua coluna, Brown falou ainda sobre sua crença de que a F1 está em boa forma, mas sente que ainda há oportunidades para crescer ainda mais nos próximos anos.

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