Conheça história de superação de piloto autista que é voz a favor da inclusão
Rômulo Molinari descobriu ter espectro autista após os 40 anos após descobrir que filha tinha condição
A NASCAR Brasil Sprint Race, uma das principais categorias do automobilismo brasileiro, vem sistematicamente realizando ações em prol das crianças com espetro autista, em conjunto com o projeto “Ele vai pra Escola”, com visita a autódromo durante os eventos. A primeira experiência ocorreu em Interlagos, no início do mês e segue para Londrina no fim de semana.
Mas, além do que é feito pela categoria e pela organização, um dos pilotos da categoria é um legitimo representante da causa autista. Trata-se de Rômulo Molinari, que além de competidor, também atua como médico cirurgião buco maxilofacial, e descobriu que tinha o espectro autista depois de já estabelecido em suas funções.
“Eu tive o diagnóstico da minha filha em maio do ano passado e desde então, comecei a estudar muito sobre o autismo e a ver algumas características em que comecei a me espelhar e acabei, com quase 40 anos de idade, recebendo o diagnóstico, que acabou sendo o maior alívio da minha vida”, disse Rômulo com exclusividade do Motorsport.com.
“Quando tivemos o diagnóstico da minha filha, sempre vem as questões, as perguntas justamente por causa de desconhecimento. Será que a minha filha vai para a escola? Será que ela vai ter namorado? Vai se casar? Fazer faculdade? E quando eu me conheci dentro do espectro foi um grande alívio porque eu alcancei muitas coisas na minha vida e fui uma pessoa sem tratamento, fui descobrir na vida adulta. Eu sou exemplo vivo de que o autista pode conquistar qualquer coisa.”
Ação com crianças com espectro autista no Autódromo de Interlagos
Photo by: Luciano Santos
Ao observar o movimento da categoria em que compete em prol das pessoas com espectro autista, Rômulo vê que o esporte também ajuda na questão da informação ao grande público.
“O autismo vem há muitos anos sendo ‘preconceituado’, com aquele autismo extremo em que não se consegue lidar com uma pessoa e o autismo leve, sendo estereotipado como ‘crianças mimadas’.”
“Então, é importante essa inclusão para que a sociedade conviva mais com as pessoas com o espectro autista, conheçam melhor essas pessoas, que não são diferentes de ninguém, elas têm algumas qualidades, elas têm algumas limitações, mas que não interferem em nada ao convívio.”
“São pessoas que tendem a conquistar muitas coisas, alcançar objetivos, já que muitas vezes a sociedade impõe o impossível para elas, mas isso aqui é para mostrar que o autista pode ir para a escola, para o autódromo ou para onde ele quiser.”
Carro de Rômulo Molinari e Brendon Zonta
Photo by: Luciano Santos
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