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Por adaptação, Barros decide congelar projeto na Europa

Para dar base melhor a jovens brasileiros, Alexandre e mentor de Marc Márquez prezam por aprendizado e continuidade

Alex Barros Racing

Pioneiro em uma iniciativa que visa fazer a MotoGP voltar a ter pilotos brasileiros a médio prazo, Alexandre Barros decidiu junto ao chefe de equipe da Monlau (time patrocinado pela Estrella Galícia 0,0 no mundial, campeonato europeu e espanhol) e mentor de Marc Márquez, Emílio Alzamora, congelar o projeto que levava a cada ano um piloto brasileiro para a Europa.

Após duas experiências com os jovens Lucas Torres e Brian David, o time decidiu que o projeto terá uma maior continuidade. Diogo Moreira é o novo piloto a ser promovido para a equipe Monlau, e passará os próximos dois anos pelo time. No entanto, diferentemente de seus colegas, ele irá atuar em uma categoria abaixo da Pré-Moto3 para se habituar mais aos campeonatos na Europa.

“Nós congelamos o projeto com os garotos neste ano”, disse Barros ao Motorsport.com.

Diogo Moreira
Diogo Moreira

Foto: Divulgação

“O Diogo vai para a categoria 85cc neste ano – uma categoria nova que foi lançada. Antes nós estávamos na Pré-Moto3. Tive várias reuniões com o Emílio (Alzamora) e decidimos baixar uma categoria, porque os pilotos que estão saindo da dois tempos estão evoluindo muito mais rápido. A Monlau vai ter ele e mais outro piloto nesta categoria.”

“Esta categoria está abaixo, mas não é mais fácil - ela é só mais jovem. É difícil tanto quanto a Pré-Moto3. A categoria é mais lenta, mas tem motor dois tempos. Vários pilotos que estão se dando bem na Moto3 no mundial, como por exemplo o Aron Canet (atualmente no segundo ano na Moto3 no mundial), vieram da dois tempos.”

Barros lembra que o pupilo de 12 anos terá um bom tempo para se adaptar ao novo equipamento, mas terá de mostrar resultados.

“O Diogo começa nesta categoria com dois anos garantidos, algo que não tínhamos até o ano passado. Isso foi algo que eu briguei”, seguiu.

“Disse: ‘não dá para um piloto sair com moto de rua andando em pistas novas, é uma covardia’. A gente sempre vai corrigindo o projeto para melhorar para os meninos. Ele tem dois anos garantidos – para continuar ele precisa de resultados, obviamente. Mas ele vai ter uma chance de se firmar melhor assim. Desta maneira, nós temos mais chance de continuar com o projeto.”

Segundo Alexandre, o projeto deve retornar no Brasil apenas em 2018. “Isso está em desenvolvimento. Só vamos saber mais em outubro. Vamos querer voltar, mas vamos ficar com meu time na 1000cc e na 600cc neste ano (no Brasil). O Diogo continua como nosso piloto lá, nos representando.”

Diferenças para o Rookies Cup

Desde 2007, a Dorna (promotora da MotoGP) em parceria com a KTM e a Red Bull criou o Rookies Cup, que acompanha o mundial nas provas europeias. O campeonato visa dar aos pilotos os mesmos equipamentos para que os melhores se destaquem.

Neste ano, o brasileiro Meikon Kawakami, que já andou no time de Alexandre Barros na categoria 250cc da Moto1000GP, irá integrar o grid do campeonato - que é selecionado por meio de testes. Alexandre diz que o jovem pode surpreender.

“Ele tem tudo para dar certo”, contou.

 

“Inclusive, na corrida da seletiva que não é divulgada, ele chegou em sétimo. Isso é muito bom. Não é pouco, é bom demais. É uma categoria bem complicada também.”

No entanto, Barros diz que é mais difícil de se sobressair no campeonato da KTM do que no projeto no qual é embaixador no Brasil.

“Lá é uma peneira grande, em que entra um monte de gente para tentar sair um campeão – poucos chegam ao mundial. O projeto que temos com a Estrella Galícia 0,0 é diferente. Aqui nós temos um projeto direcionado. São menos pilotos.”

“O Emílio tem dois pilotos na 85cc, três pilotos na Pré-Moto3 e dois no Campeonato Europeu de Moto3. Estamos falando de sete pilotos. Trabalhamos cada piloto de forma individual. Não é a mesma coisa. Ensinamos cada piloto de acordo com a necessidade. Assim, você direciona melhor o projeto.”

“Em uma peneira, talvez você tenha um piloto grande demais para a moto e outras dificuldades deste tipo. Lá é tudo padronizado.”

Ele ressaltou que o projeto compreende em mais do que apenas a estrutura de pista.

“Com a Estrella, além de correr, nós treinamos muito.”

“Por exemplo, às vezes temos uns dias de treino em flat track (veloterra no Brasil). Vão todos os pilotos da base e os do mundial para treinar juntos. Vai todo mundo mesmo: o Márquez, o irmão dele, o Morbidelli e por aí vai. Isso é uma motivação para os pilotos. Os caras juntam as forças. Queria eu ter isso na minha época”, completou brincando.

O único campeão do Rookies Cup que repetiu a façanha no mundial de motovelocidade até hoje é o francês Johann Zarco. Campeão do Rookies Cup em 2007, ele foi bicampeão da Moto2 em 2015 e 2016. Atualmente, o piloto atua na MotoGP pela equipe Tech3.

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