Albon pode dar certo na Red Bull? Veja o que o histórico das trocas da equipe diz
Analisamos os desempenhos dos pilotos substituídos nas duas equipes da marca de energéticos desde 2005
Após o anúncio de que Alexander Albon substituirá Pierre Gasly na Red Bull, muito se tem especulado sobre a efetividade desta troca no meio de temporada da Fórmula 1. O tailandês terá uma história de triunfos parecida com a de Sebastian Vettel e Max Verstappen ou vai ser o próximo a se queimar na equipe?
A Red Bull é famosa por substituir seus pilotos, por vezes no meio das temporadas. Elaboramos uma análise detalhada do desempenho dos nomes que passaram pela RBR (relembramos todos no fim da matéria), focando naqueles que foram substituídos ou que não tiveram uma oportunidade de brilhar no time principal, apesar do bom desempenho na equipe satélite. E para começar nossa análise, precisamos entender o que está em jogo quando a empresa faz essas trocas.
O que se espera em cada equipe?
Enquanto a Red Bull é notoriamente o time com o qual a empresa busca vitórias e títulos, a Toro Rosso serve como laboratório técnico e oferece um ambiente favorável para dar experiência aos novatos.
Por essas características, um piloto da escuderia principal precisa ser competitivo e entregar um desempenho capaz de ao menos fortalecer a equipe no mundial de construtores. Já na Toro Rosso, somar pontos nas corridas é importante, mas não é o único objetivo, pois o que realmente se espera dos pilotos é que demonstrem uma curva de crescimento que justifique uma promoção.
As trocas que não deram em nada
Em 2005, a Red Bull estreou na F1 apenas com o time principal. David Coulthard foi trazido da McLaren para liderar a equipe, que assinou com outros dois pilotos para a segunda vaga. Christian Klien e Vitantonio Liuzzi se alternaram ao longo daquele ano e o austríaco levou a melhor, ficando na equipe principal, enquanto o italiano foi para a Toro Rosso em 2006.
No entanto, nenhum dos dois mostrou desempenho bom o suficiente para fazer frente a Coulthard e acabaram dispensados. Já Mark Webber chegou à Red Bull sendo capaz de se aproximar do escocês no primeiro ano e de superá-lo no segundo, o que colaborou para a aposentadoria do vice-campeão de 2001.
No gráfico abaixo e nos demais, buscamos demonstrar a curva de aproveitamento dos pilotos ao longo dos anos em que competiram pela Red Bull ou pela Toro Rosso. O levantamento leva em conta a média de pontos obtidos em cada prova disputada, o que pode não ser suficiente para atestar o valor de um piloto, mas serve de orientação para nossa análise.
Análise de desempenho: David Coulthard, Christian Klien, Vitantonio Liuzzi e Mark Webber
Photo by: Vital Neto
Vale lembrar que, até 2009, os vencedores recebiam 10 pontos e apenas os oito primeiros pontuavam. A partir do ano seguinte, foi implantado o sistema de pontuação usado até hoje, em que o vencedor soma 25 pontos e dez pilotos pontuam.
Outra experiência que não deu certo aconteceu em 2017 na Toro Rosso. Daniil Kvyat vinha apresentando resultados fracos desde que foi trazido de volta da Red Bull e Carlos Sainz Jr. estava colocando o companheiro no bolso. Por isso, a equipe satélite deu a oportunidade para a estreia de Pierre Gasly no lugar do russo.
Insatisfeito com a falta de oportunidades, Sainz acertou uma transferência para a Renault nas últimas provas daquele ano, e então a equipe experimentou Kvyat novamente, apenas para dispensá-lo em “definitivo” e trazer Brendon Hartley para o time.
Mas Hartley jamais demonstrou o crescimento esperado e, mesmo disputando a temporada 2018 completa, não convenceu a equipe de seu valor. Acabou dispensado. Enquanto isso, Gasly mostrou alguns momentos de grandeza. Entretanto, ele não conseguiu repetir o sucesso na Red Bull em 2019 e, após 12 provas com a escuderia, foi rebaixado de volta à Toro Rosso.
Análise de desempenho: Carlos Sainz Jr., Daniil Kvyat, Pierre Gasly e Brendon Hartley
Photo by: Vital Neto
Os que mereceram, mas não levaram
Jaime Alguersuari chegou na F1 com zero experiência em monopostos da categoria, substituindo Sébastien Bourdais a partir do GP da Hungria de 2009. O espanhol não fez nada interessante naquele ano, no entanto, teve uma curva de desenvolvimento consistente nos anos seguintes e conseguiu bater Sébastien Buemi em 2011. Porém, Alguersuari jamais teve a oportunidade de se provar na Red Bull.
Análise de desempenho: Jaime Alguersuari, Sébastien Buemi e Sébastien Bourdais
Photo by: Vital Neto
Outro que encontrou as portas da Red Bull fechadas foi Jean-Éric Vergne. Mesmo fazendo frente a Ricciardo e Kvyat na temporadas que disputaram na Toro Rosso, ele acabou sendo escanteado pela equipe nas duas oportunidades de promoção que surgiram em seu tempo na F1. Insatisfeito e sem ofertas, o francês deixou a categoria no fim de 2014.
Análise de desempenho: Daniel Ricciardo, Daniil Kvyat e Jean-Éric Vergne
Photo by: Vital Neto
Os grandes acertos
Sebastian Vettel contava com o apoio de duas marcas quando estava na GP2, a BMW e a Red Bull. Em 2007, Robert Kubica sofreu um grave acidente no Canadá e precisou ficar de fora do GP dos Estados Unidos, dando oportunidade para o jovem alemão estrear na BMW Sauber e mostrar que tinha pedigree de vencedor.
Logo após, a Toro Rosso demitiu Scott Speed, que havia feito 28 corridas pela equipe sem nunca pontuar, e trouxe o alemão para seu lugar. A troca deu certo e, em 2008, Vettel somou mais pontos no time satélite do que seu companheiro e os dois pilotos da Red Bull combinados, com direito a uma vitória em Monza. O crescimento espetacular rendeu uma vaga no time principal em 2009, dando início a uma história que terminou em 2014 depois de quatro títulos mundiais e 39 vitórias.
Análise de desempenho: David Coulthard, Christian Klien, Mark Webber, Sébastien Bourdais, Scott Speed e Sebastian Vettel
Photo by: Vital Neto
A outra história de ascensão meteórica é a de Max Verstappen, que mal saiu do kart e chegou a Fórmula 1 em 2015 com apenas um punhado de corridas de experiência na F3, aos 17 anos de idade. No ano de estreia, o holandês teve como companheiro na Carlos Sainz Jr. na Toro Rosso, que também estava estreando e fez boa campanha naquela temporada.
No entanto, as oportunidades da empresa são reservadas para aqueles que mostram uma curva de aprendizado maior. Max cometeu vários erros, mas sempre que acertou, foi gigantesco, enquanto Sainz manteve uma constância excessivamente regular.
No GP da Espanha de 2016, Kvyat foi rebaixado da equipe principal para a Toro Rosso e substituído por Verstappen, que estreou fazendo algo que o russo havia falhado em conseguir até então: vencer uma corrida. Foi o começo de um casamento que não tem data para acabar e que promete ser muito vitorioso, caso a Red Bull-Honda produza um conjunto carro-motor competitivo o suficiente para o holandês disputar títulos.
Análise de desempenho: Daniel Ricciardo, Daniil Kvyat, Carlos Sainz Jr. e Max Verstappen
Photo by: Vital Neto
18 pilotos guiaram pelas equipes da Red Bull
A equipe principal da marca acumula 15 temporadas na Fórmula 1, uma a mais do que a afiliada Toro Rosso. O maior período de estabilidade na matriz, foi vivido entre 2009 e 2013, quando Webber e Vettel formaram a dupla tetracampeã mundial de construtores. Você está lembrado de quem foram os outros personagens da história da empresa? Relembre abaixo as duplas (e substituições) de cada time, ano a ano.
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