Alonso: "F1 é mais egoísta, glamourosa e falsa"

Piloto espanhol comparou maior categoria do automobilismo mundial com outros campeonatos que vivenciou

Fernando Alonso, Aston Martin F1 Team

Fernando Alonso passou duas temporadas fora da Fórmula 1. O espanhol decidiu fazer isso quando terminou a temporada de 2018 com a McLaren para tentar a sorte em outras disciplinas, e ele conheceu o outro lado da moeda.

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Bicampeão mundial com a Renault e uma vez com a Toyota no WEC, ele garantiu que sua aventura em outras modalidades o ajudou a ser quem é hoje, com o carinho de seus seguidores que o incentivaram a voltar à F1 apesar de estar vencendo em outros campeonatos de nível internacional.

No podcast High Performance, ele explicou: "Vi muitas coisas. A primeira foi o amor que as pessoas tinham sobre mim, minha carreira e meu trabalho, pois quando parei em 2018, estava cansado de viajar e tudo que envolvia a F1, e como disse, não podia competir por coisas importantes, mas não tinha percepção do que as pessoas pensavam do esporte ou sobre mim, em geral."

"No entanto, quando parei, a única coisa que recebia toda vez que encontrava alguém, com fãs ou pessoas nos aeroportos e hotéis, era 'você precisa voltar, precisa voltar'. Foi uma surpresa. Para mim, nos últimos anos antes de parar, senti quase como se fôssemos anônimos, como se ninguém nos visse", disse Alonso.

"E o esporte não era tão legal como é agora, com todas as coisas da Netflix e 'Drive to Survive', então pensei que havia muito menos interesse, mas fiquei surpreso com o tanto de amor que recebi das pessoas, e então voltei para a F1.”

“Eu vi que a F1 é algo muito diferente de outras categorias, muito mais egoísta, mais glamorosa de certa forma, mas falsa em outro sentido”, comentou. “Acho que o automobilismo mais puro é Le Mans, Indy ou Dakar, mas a F1 tinha esse apelo, as pessoas queriam ir às corridas, queriam assistir pela TV e eu meio que apreciei, além de todas as coisas que, como piloto, eu não gostava antes".

O espanhol listou os pontos que o marcaram para mudar o foco no grid assim que decidiu retornar à F1: “O hino nacional, a volta de apresentação, o acesso à mídia e às câmeras do que quando você é piloto, você odeia esses momentos, mas quando está no sofá sente falta deles, acho que dei um passo mais relaxado em relação a essas coisas e me preocupei um pouco mais com isso."

“Agora me preocupo um pouco mais com os fãs, com a TV, porque entendo a importância disso, e isso só foi possível porque fiquei dois anos fora”, concluiu.

 

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