Amigo Dino Altmann lembra o pioneirismo de Sid Watkins
Médico brasileiro, que foi indicado por Watkins para a Comissão Médica da FIA, o encontrou pela última vez em 2011
Quando vinha a São Paulo para trabalhar no GP do Brasil, doutor Sid Watkins era recebido por um dedicado anfitrião. Dino Altmann fazia questão de ir no helicóptero que ia buscá-lo no aeroporto e também sempre o pegava no hotel, durante os dias da corrida. Um por pouco gratidão, afinal Sid Watkins fora quem o indicou, em 1999, para a Comissão Médica da FIA. Mas também para desfrutar da companhia do amigo. “Sid sempre foi muito animado e espirituoso. Quando vinha a São Paulo eu sempre ia buscá-lo e isso valeu até uma citação a mim em um de seus livros. Jantávamos sempre juntos e também tomávamos sempre nosso uísque, que ele gostava muito”, lembra o médico da CBA e da FIA.
Dino conheceu Sid Watkins em 1990, quando começou a trabalhar em Interlagos, na época como médico da ambulância. Com o passar dos anos, o contato foi aumentando, já que, conforme Dino mudava de área, ficava mais próximo da área de atuação de Sid. “A partir de 91 quando mudei de setor, passei a ter mais contato e em 99 ele me chamou para a comissão médica da FIA. A partir de 2002 ficamos muito próximos, trabalhava com ele e andávamos o tempo todo pelo autódromo, o dia inteiro, então ficamos muito amigos. Era uma pessoa muito animada e espirituosa”, conta Dino Altmann.
O brasileiro recebeu a notícia da morte de Sid Watkins, que faleceu na última quarta-feira, aos 84 anos com pesar, mas sem surpresa. No último contato que teve com o médico que ficou 30 anos como responsável pela segurança na F1, em 2011, Dino notou que o amigo estava bem mais fraco. “Andava de bengala, enfraquecido pelo tumor que ele enfrentou, mas continuava muito animado e divertido”, recorda.
Para Dino Altmann, Watkins foi um pioneiro. “Ele foi o primeiro a pensar na medicina no automobilismo de maneira preventiva. Era muito competente e tinha uma moral enorme com o Bernie Ecclestone”, diz, lembrando da vez em que presenciou a força de Watkins dentro do paddock. “Uma vez ele não recebeu a credencial para o GP do Brasil, que era o primeiro do ano e a primeira coisa que ele fez ao chegar ao autódromo, foi ir atrás do Pasquale (Lattuneddu, braço direito de Bernie, responsável pelo credenciamento) e dar uma senhora descompostura nele: ‘Tem duas pessoas que se não estiverem aqui o GP não acontece: uma é o Bernie a outra sou eu!’, ele disse”. “O Pasquale ficou super constrangido”, lembra.
Outro médico que trabalhou muito ao lado de Sid Watkins, foi Alain Chantegret, que está em Interlagos para as 6h de São Paulo. Segundo o médico da FIA, Watkins era uma lenda. “Para nós ele é uma lenda. Foi o primeiro da F1, aquele que formou as equipes de resgate. Ele explicava como fazer foi o nosso professor e um grande médico. Acho que Sid Watkins é 90% de tudo o que se fez nos métodos de resgate em automobilismo”, definiu.
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