ANÁLISE: A parceria Red Bull-Ford e o que será da Porsche na F1
Com a confirmação da 'aliança' entre montadora norte-americana e equipe anglo-austríaca, o que podemos esperar?
Com a confirmação da parceria entre Red Bull e Ford para que a montadora norte-americana forneça motores para a equipe anglo-austríaca na Fórmula 1 a partir de 2026, há um fortalecimento da marca taurina no mercado dos Estados Unidos, tão importante para a categoria recentemente.
Tal benefício é apenas uma das vantagens que a parceria com a Ford ofereceu à Red Bull e a Porsche -- que teve negociação infrutífera com a escuderia de energéticos há alguns meses -- não podia dar a Christian Horner, Helmut Marko e companhia.
Não à toa, o lançamento do RB19, carro da RBR para 2023, aconteceu na manhã desta sexta-feira em Nova York. Aliás, revelar a máquina com a qual Max Verstappen tentará seu tricampeonato mundial justamente na maior metrópole do mundo é uma campanha de marketing típica da equipe.
Mas o motivo para cruzar o Atlântico é muito maior do que isso... Afinal, com a parceria com a Ford, a importância do país norte-americano para a marca austríaca de origem tailandesa fica ainda maior.
An expected Porsche deal did not grant Red Bull the autonomy it expected
Photo by: Zak Mauger / Motorsport Images
A Red Bull, aliás, reacenderá uma 'antiga chama', uma vez que a Ford tem uma história 'daquelas' na elite global do esporte a motor. Seu último título, por exemplo, foi com Michael Schumacher, a bordo da Benetton-Ford, em 1994.
Mas, há poucos meses, a entrada da montadora originada em Detroit na F1 não era sequer ventilada. Pouquíssimo tempo atrás, a Red Bull estava na iminência de confirmar uma parceria de motores com a Porsche. Porém, o acordo não foi adiante, conforme o Motorsport.com explicou.
Voltando à Ford, todas as exigências da Red Bull são contempladas e vice-versa. E a F1 está se aproveitando de um boom de popularidade impulsionado por sua série na Netflix. A categoria finalmente 'decolou' no mercado norte-americano e agora o país terá três GPs na nação.
Red Bull and Ford have previous, uniting at Sauber in 1995
Photo by: Ercole Colombo
Além disso, com a possibilidade da entrada da Andretti na F1 em parceria com a General Motors, a Ford, principal concorrente do grupo detentor da Cadillac, não quis ficar para trás. Ao contrário, já garantiu seu lugar no grid junto à Red Bull em 2026, enquanto Andretti-GM enfrentam resistência.
Ademais, um rumo mais ambientalmente 'limpo' da F1 ajuda as montadoras também do ponto de vista do marketing. Fora isso, provavelmente estar no pelotão de elite com a Red Bull em 2026, com combustíveis mais sustentáveis e um motor mais eletrificado, vai ao encontro do que a Ford quer.
Do ponto de vista comercial, o apelo, tanto para Ford quanto para Red Bull, é claro. E, financeiramente, o acordo foi interessante para a equipe, diferentemente do caso da Porsche: no caso da montadora germânica, a ideia era comprar 50% da Red Bull Advanced Technologies ('CNPJ' que abriga a escuderia de F1), além de dar apoio à Red Bull Powertrains, braço de motores do time anglo-austríaco, por 10 anos.
No que tange às cifras, a Ford também não precisará investir tanto quanto Porsche, uma vez que não tem como pretensão estar em 'pé de igualdade' com a Red Bull, como queria a marca alemã -- não à toa, Horner e Marko não se empolgaram com a possibilidade de ter seu poder ameaçado.
Will Ford enjoy a successful return to F1 with Red Bull?
Photo by: Andy Hone / Motorsport Images
Até porque, como a Ford pretende expor sua marca em um carro vencedor, as chances de sucesso são maiores mantendo a estrutura da mesma forma com a qual ela venceu os último campeonato de construtores, além do bicampeonato de Verstappen. Quem caça agora são Mercedes e Ferrari.
Aliás, esse modelo de parceria, em algum grau, já se vê similarmente no Campeonato Mundial de Rally (WRC, na sigla em inglês), em que a Ford está ao lado da M-Sport -- coincidentemente ou não, com patrocínio da Red Bull.
Tal autonomia operacional, convenientemente, era o que a Red Bull desejava. Mas, claro, a Ford terá um importante envolvimento, não só porque fará a unidade de potência: para evitar o fracasso recente com a antecessora da Red Bull, a Jaguar, a marca norte-americana deve ter foco total.
Quanto à Porsche, o interessa na F1 continua, segundo declaração do CEO da categoria, Stefano Domenicali, no fim de 2022. Nos bastidores, uma possibilidade especulada é a ideia de a marca de Stuttgart comprar a Williams, que segue mal financeiramente mesmo sob nova gestão. Será?
Porsche logo
Photo by: JEP / Motorsport Images
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