Fórmula 1 GP da Emilia Romagna

ANÁLISE F1: Calendário condensado torna retorno de Ímola em 2023 quase impossível

Isso pode explicar fala do presidente do ACI, afirmando que o GP não será realizado em 2023

O GP da Emilia Romagna pode não ter sido cancelado de fato (apesar da declaração do presidente do Automóvel Clube da Itália dizendo o contrário), mas uma rápida olhada no calendário de 2023 da Fórmula 1 sugere que o retorno da etapa este ano é muito improvável.

O destino já parecia selado para a etapa, que seria a primeira da 'pernada' europeia do calendário, devido às fortes chuvas que caem sobre a região da Emilia Romagna, incluindo o paddock de Ímola, desde o começo do mês.

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Após conversas entre a F1, FIA e as autoridades locais, foi tomada a decisão na quarta-feira de cancelar o evento, para que todo o foco dos serviços de emergência sejam na retomada da infraestrutura, liberando serviços médicos para ajudar as comunidades afetadas.

"Após discussões entre a Fórmula 1, o presidente da FIA, as autoridades competentes, incluindo os ministros relevantes, o presidente do Automóvel Clube da Itália, o presidente da região da Emilia Romagna, o prefeito da cidade e os promotores, a decisão tomada foi de não proceder com o GP neste fim de semana em Ímola", diz o comunicado oficial da categoria.

"A decisão foi tomada por não ser possível realizar o evento com segurança para nossos fãs, as equipes e nosso pessoal, e é a decisão correta e responsável, devido à situação enfrentada pelas cidades da região. Não seria correto colocar ainda mais pressão nas autoridades locais e serviços de emergência neste momento difícil".

Como sempre, a escolha de palavras no comunicado da F1 menciona que a decisão foi de "não proceder" com o evento deste fim de semana, em vez de dizer diretamente o cancelamento.

Essa escolha de palavras, mais por questões contratuais, abre a porta para que Ímola seja adiado em vez de cancelado diretamente para 2024. Mas uma olhada no restante do calendário de 2023 sugere que será quase impossível encontrar uma vaga para o GP em outro momento.

A sequência frenética entre junho e julho antes da pausa de verão já pode ser descartada, porque a única vaga seria em 16 de julho, na única semana de intervalo entre Áustria e Grã-Bretanha (02 e 09 de julho) e Hungria e Bélgica (23 e 30 de julho), o que criaria uma rodada quíntupla, algo impossível.

Com as fábricas fechando na pausa de verão e com os membros das equipes já tendo reservado seus tempos de descanso, adiantar o início da segunda metade da temporada em uma semana também não é uma opção, fechando as portas até o fim de agosto.

Uma solução logística seria combinar Ímola com Monza em setembro, mas isso também criaria uma rodada quíntupla, começando com Zandvoort no último fim de agosto, passando pelas duas da Itália e fechando com Singapura e Japão, o que, na situação atual, já cria uma janela de quatro corridas em cinco semanas.

Com Singapura e Suzuka sendo provas em sequência em setembro, também não há como evitar uma rodada quádrupla com a prova seguinte, no Catar, no começo de outubro.

A outra rodada tripla, de Austin, México e Brasil no fim de outubro / começo de novembro, anula as chances de Ímola entrar no meio de novembro, quando a região da Emilia Romagna começa a ficar fria demais.

De qualquer forma, a rodada dupla que encerra a temporada, com Las Vegas e Abu Dhabi, exclui a janela de 11 de novembro, já que criaria uma rodada sêxtupla! Com uma organização tão apertada no calendário e o momento na qual já estamos no ano, fica tarde demais organizar uma mudança de data com qualquer uma das provas citadas acima.

E com o evento de Ímola sendo cancelado por forças maiores, há pouco interesse no momento em se desdobrar para realizar o evento, com um simples reembolso de ingressos sendo o caminho mais provável. Por isso que Angelo Sticchi Damiani, presidente do Automóvel Clube da Itália, já disse em entrevista nesta quarta que o cancelamento do GP é definitivo.

"Nós anunciamos o cancelamento definitivo do GP da Emilia Romagna 2023", disse Damiani em entrevista à revista Tuttosport. "Temos 99% de certeza de que recuperaremos o GP em 2026, já que o contrato vigente se prorrogará em mais um ano".

Com isso, os fãs terão que esperar até 2024 para visitar novamente o histórico palco da F1 para o GP da Emilia Romagna, para o que pode ser o penúltimo dentro do contrato atual da prova, válido até 2025. Mas, como Damiani disse, a expectativa é de que ele seja estendido por mais um ano por esse motivo.

Podcast #230 – Campeonato terá ‘revolução’ após primeira rodada tripla do ano?

 

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Filip Cleeren
Fórmula 1
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