ANÁLISE F1: Entenda como 'estresse' dos pneus pode ajudar McLaren em Las Vegas
Pirelli confirmou mesma seleção do ano passado, no entanto, a decisão de antecipar as sessões em algumas horas devem reduzir risco de granulação
Mynt
Bitcoin e criptomoedas? Invista na Mynt.com.br, a plataforma cripto do BTG Pactual
Sem o sol para aquecer a atmosfera, as temperaturas caem significativamente em Las Vegas, palco do GP de Fórmula 1 do fim de semana. Em 2024, por exemplo, a temperatura da pista nunca ultrapassou os 20°C, enquanto o ar permaneceu alguns graus mais frio. Isso complica o trabalho das equipes, tornando o gerenciamento dos pneus extremamente delicado e aumentando o risco de granulação.
Um tema que emergiu claramente na última temporada foi o dos compostos mais macios, aqueles que oferecem menor resistência mecânica ao estresse térmico. Gerenciar os pneus durante as primeiras voltas é a fase mais delicada do seu ciclo de vida: quem conseguir colocá-los na faixa ideal de funcionamento mais rapidamente obtém uma vantagem imediata, aumentando os níveis de aderência.
Logo Pirelli 500GP
Foto di: Pirelli
Por que os pneus são tão sensíveis em Las Vegas?
Mas se o pneu for submetido a estresse excessivo antes de entrar na faixa de temperatura ideal, pode ocorrer granulação: a superfície do pneu se deteriora e a aderência diminui. Esse fenômeno, nesse contexto, é ainda mais perigoso não apenas devido às baixas temperaturas, mas também devido ao traçado específico da pista e ao asfalto de baixa rugosidade.
Longas retas, acertos imprecisos e poucas curvas de alta velocidade reduzem drasticamente a capacidade da carcaça do pneu de gerar calor, enquanto a superfície do pneu é submetida a mudanças constantes. Isso torna crucial encontrar o equilíbrio certo, não apenas na classificação, com uma ou duas voltas de preparação necessárias, mas também ao longo da corrida.
Pelo terceiro ano consecutivo, os compostos escolhidos serão o C3, C4 e C5, que não é a opção mais macia, em geral. A Pirelli havia considerado inicialmente trazer também o C6, que poderia ter oferecido algumas vantagens em um contexto caracterizado por baixas temperaturas e asfalto com camada de borracha fina, resultando em níveis de aderência reduzidos.
Sergio Perez, Red Bull Racing RB20, battles with Liam Lawson, VCARB 01
Foto di: Andy Hone / Motorsport Images
Novos desenvolvimentos devem reduzir granulação
A fabricante italiana foi cautelosa com os dados coletados na primeira metade da temporada e com a crença de que as baixas temperaturas poderiam ter exposto o C6 excessivamente à granulação, tornando-o um composto muito sensível. Uma decisão prudente, que levou a Pirelli a confirmar a mesma escolha de 2024. Isso, no entanto, não significa que haja falta de inovação.
Em comparação à temporada passada, a Pirelli revisou toda a sua gama de compostos, aumentando a resistência mecânica, inclusive dos mais macios. Não é por acaso que, em 2025, mesmo em eventos historicamente desafiadores e propensos à granulação, nenhum problema específico foi encontrado, surpreendendo até mesmo a fabricante italiana.
Este salto deve-se tanto à melhoria da resistência dos pneus quanto ao progresso das equipes que, após quatro anos deste ciclo técnico, agora possuem um entendimento mais profundo de sua gestão. Em 2025, aliás, os raros casos de granulação estiveram ligados a circunstâncias específicas, como a transição de pista molhada para seca ou a introdução de um novo asfalto, como na China. Isso não significa que a granulação deixará de ser um problema, mas deverá ser menos invasiva do que em 2024.
Oscar Piastri, McLaren MCL38
Foto di: Zak Mauger / Motorsport Images
Por que isso pode favorecer a McLaren?
Há uma equipe que vê esse cenário com bons olhos: a McLaren. Uma das fragilidades do MCL38, o carro de 2024, era o controle da temperatura dos pneus dianteiros, principalmente em situações de granulação, já que o carro tinha dificuldades para gerar a quantidade ideal de calor. Essa dificuldade pesou bastante em mais de uma prova, da Austrália a Monza e Las Vegas.
Em Nevada, essas dificuldades foram amplificadas por problemas de configuração, especialmente ao trabalhar nas asas, sacrificando muita eficiência. Soma-se a isso as concessões feitas para limitar a granulação e a saída de frente dos carros, que acabaram por restringir ainda mais as opções de configuração. Os dados coletados no ano passado serão inestimáveis, mas serão suficientes?
Houve um progresso significativo nesse aspecto com o MCL39, e este ano o carro não sofreu com o desgaste irregular dos pneus como na temporada passada. No entanto, alguns problemas persistem nas corridas, onde é difícil gerar calor no eixo dianteiro e as curvas muito curtas não permitem o melhor aproveitamento. Nessas condições, as dificuldades ainda surgiram. Mesmo na China, a vantagem sobre a concorrência não foi tão grande.
A melhoria na construção dos pneus certamente ajudará a diminuir o problema, assim como a antecipação das sessões em algumas horas, mesmo que a previsão ainda indique temperaturas muito baixas. Mas será o suficiente? Pistas com longas retas, baixas temperaturas e curvas fechadas não demonstram todo o potencial da McLaren. Em Woking, eles estão confiantes de que deram um passo à frente em comparação a 2024, mas não está claro se será o bastante. Será um dos assuntos mais interessantes do fim de semana.
DERRETIMENTO de PIASTRI, BORTOLETO no Brasil, BRIGA de novatos e nova REALIDADE da INDY! CAIO COLLET
Ouça versão áudio do Podcast:
ACOMPANHE NOSSO PODCAST GRATUITAMENTE:
Faça parte do nosso canal no WhatsApp: clique aqui e se junte a nós no aplicativo!
Compartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.