ANÁLISE F1: O que o ritmo de corrida da sexta-feira diz sobre as chances de Verstappen contra a McLaren

Oscar Piastri estabeleceu o tempo mais rápido na sessão de treinos de sexta-feira da Fórmula 1 em Singapura. O australiano deu uma volta no circuito de Marina Bay em 1min30s714, deixando para trás os rivais mais próximos no campeonato: Lando Norris terminou em quinto (+0,483 segundos) e Max Verstappen em terceiro (+0,143 segundos). A pequena diferença da Red Bull é particularmente surpreendente, pois, nos últimos anos, Singapura sempre foi considerada uma pista ruim para o holandês.

No entanto, uma análise detalhada dos dados de simulação de corrida não é muito clara. A segunda sessão de treinos foi inicialmente interrompida por um acidente envolvendo George Russell e, mais tarde, Liam Lawson também acionou a bandeira vermelha por uma colisão com o muro. Tudo o que restou foram simulações de corrida não muito longas e alguns dados com alto consumo de combustível da primeira sessão de treinos, que já não era representativa.

Verstappen mostrou seu verdadeiro ritmo aqui?

A comparação direta entre Piastri e Verstappen foi interessante. Os dois estabeleceram inicialmente seu melhor tempo pessoal na segunda sessão de treinos livres, antes de fazerem uma simulação sem reabastecimento no mesmo período. O australiano abriu o long run com 1min34s771 e o tetracampeão foi cerca de três décimos mais lento (1min35s082).

No entanto, o holandês provou ser o homem mais rápido à medida que a simulação progredia: calculando todas as voltas do long run, o piloto da Red Bull estava à frente de Piastri em uma média de 0s134 por volta. O significado dessa comparação ainda é questionável, tendo em vista as quantidades desconhecidas de combustível e o programa de treinamento distorcido. No entanto, as coisas não parecem tão ruins para o time austríaco.

"Foi a melhor sexta-feira em não sei quantos anos aqui", explicou o consultor da Red Bull, Helmut Marko, após a sessão. "Definitivamente, demos um passo à frente. Acho que tudo vai se resumir a centésimos na classificação. Mas, basicamente, Max está feliz com o carro. Ainda há algumas pequenas coisas para ajustar, mas no final será muito próximo". 

Verstappen ainda tem espaço para melhorar, especialmente em volta rápida. Sua diferença para a McLaren foi quase exclusivamente no setor final, onde o RB21 foi 0s146 segundo mais lento. Uma olhada na telemetria mostra que a Red Bull perdeu cerca de um décimo e meio na curva 5 e na curva 18, em particular.

Ferrari e Mercedes ainda tímidas

Tudo indica que haverá um duelo entre McLaren e Verstappen na frente. A Ferrari e a Mercedes, por outro lado, permaneceram tímidas. Lewis Hamilton teve que abortar sua volta mais rápida na segunda sessão de treinos, mas teria registrado 1min30s967 após os melhores tempos do setor. Isso teria sido suficiente para o quinto lugar e uma diferença de cerca de dois décimos e meio para a McLaren.

Assim como a Red Bull, a Ferrari também perdeu muito tempo, especialmente no setor final. No entanto, uma simulação de corrida de Charles Leclerc na primeira sessão de treinos dá esperança: ajustado para os compostos de pneus, foi cerca de um décimo mais rápido que Verstappen em média. No entanto, como as condições da pista no TL1 não eram representativas, esse número deve ser tratado com cautela.

*Pilotos: Long runs no TL1 Singapura 2025
Diferença média por volta em segundos (ajustada para composto de pneus, combustível e evolução da pista)

A Mercedes dispensou completamente uma simulação de classificação com os pneus macios na segunda sessão. Russell ficou de fora após o acidente, enquanto Kimi Antonelli completou um long run clássico. Os 18º e 20º lugares, portanto, não refletem o ritmo real. No entanto, as simulações do TL1 foram preocupantes: em média, as duas Mercedes estavam quase um segundo abaixo da Ferrari.

Surpresas no pelotão intermediário? 

As manchetes da sexta-feira, portanto, tenderam a pertencer às equipes do pelotão intermediário. Fernando Alonso fez o melhor tempo com a Aston Martin na primeira sessão de treinos e depois terminou em quarto lugar. No entanto, a equipe não fez nenhuma simulação, então é impossível dizer algo sobre o ritmo da corrida. No entanto, uma retrospectiva de Zandvoort sugere que o time de Silverstone muitas vezes parece mais forte nos treinos do que realmente é durante todo o fim de semana.

Isack Hadjar também causou alvoroço: o piloto da Racing Bulls surpreendentemente fez o segundo melhor tempo. No entanto, as simulações da equipe na primeira sessão de treinos foram fracas - Hadjar perdeu 1s33 por volta para a Ferrari e, portanto, também ficou atrás da Williams, da Alpine e da Haas. Mesmo assim, o Racing Bulls é considerado um carro forte para classificação e não tanto para corrida. Em Singapura, onde as ultrapassagens são particularmente difíceis, isso pode ser decisivo.

Aumento da velocidade nos boxes: como fica a estratégia?

Apesar do aumento da velocidade nos boxes de 60 para 80 km/h, é improvável que a estratégia de corrida mude muito. O motivo: as conhecidas dificuldades de ultrapassagem em Singapura. Provavelmente, será necessário um delta de ultrapassagem de mais de um segundo para conseguir uma ultrapassagem bem-sucedida no domingo.

Embora o delta do pit lane tenha sido reduzido de 29 para cerca de 26 segundos com base nos resultados de sexta-feira, isso é de pouca utilidade se você perder posições e ficar preso no tráfego. Os dados de desgaste do TL1 também são semelhantes aos do ano passado. Assim, a estratégia de uma parada permanece cerca de quatro segundos mais rápida no papel do que uma corrida com duas paradas. Somente um safety car poderia tornar realista uma parada adicional.

O engenheiro-chefe da Pirelli, Simone Berra, também sugere um baixo desgaste dos pneus: "A pista oferece boa aderência, pois os organizadores fizeram um excelente trabalho com jatos de água de alta pressão. À primeira vista, todos os três compostos, incluindo os macios, parecem ser adequados para a corrida". 

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