Análise
Fórmula 1 GP da Emilia Romagna

ANÁLISE: Por que Ímola será determinante para o futuro de Mercedes e Red Bull na F1 2021

A intensidade da disputa das equipes pelo título deste ano pode impactar diretamente os projetos de 2022

Lewis Hamilton, Mercedes W12, Sergio Perez, Red Bull Racing RB16B

Às vésperas de sua realização, o GP da Emilia Romagna de Fórmula 1 chega com muitos pontos de interrogação. Cada equipe tem seus objetivos próprios, mas os olhares estão se voltados principalmente para Mercedes e Red Bull.

"Comentei isso no começo do ano", disse Helmut Marko. "Esta é a temporada mais difícil desde que chegamos à F1. Teremos que fazer todo o possível para lutar os dois mundiais de 2021, mas sem ignorar 2022. E trabalhar em dois projetos paralelos é muito difícil".

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A 'pressa' da Mercedes e da Red Bull está ligada principalmente ao entendimento de qual esforço técnico será necessário para perseguir os objetivos de 2021, que devem impactar a curto e médio prazo. Será um exercício difícil de equilibrar custos e benefícios, o que deve impactar a safra atual e o novo ciclo técnico, que começa em 2022,

A bola parece estar nas mãos da Mercedes e Ímola dará uma importante primeira resposta a uma pergunta não-respondida no Bahrein: qual é o verdadeiro potencial do W12?

A conquista do GP do Bahrein só foi possível graças a um trabalho impecável da equipe alemã, que fez diferença. Mas em termos de potencial técnico, a Red Bull foi mais incisiva.

Valtteri Bottas, Mercedes W12, Sergio Perez, Red Bull Racing RB16B

Valtteri Bottas, Mercedes W12, Sergio Perez, Red Bull Racing RB16B

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Uma escolha crucial para 2021 e além

A Mercedes sabe que ainda não conseguiu aproveitar todo o potencial que o carro tem a oferecer e Ímola dará uma primeira resposta sobre o valor absoluto desse projeto, permitindo aos técnicos uma visão mais clara da situação.

Se confirmarem o crescimento esperado no carro, os benefícios serão uma boa notícia não apenas para o campeonato de 2021 mas também no desenvolvimento do modelo de 2022, que já será limitado pelo teto orçamentário.

"Ficou claro que você não pode sacrificar 2021. Mas, igualmente, o regulamento de 2022 ficará em vigor por alguns anos. Assim, se você começar com um déficit, será difícil de recuperar. Então levará algum tempo até termos uma convergência de performance".

Para complicar a vida da Mercedes, foi um início de temporada bem diferente de 2019 e 2020, quando contou com uma vantagem técnica ampla que a permitiu avançar rapidamente para o desenvolvimento do carro do ano seguinte, muito antes das rivais.

Em 2020, eles mudaram o foco para o W12 apenas dois meses após o GP da Áustria, um cenário dos sonhos para qualquer equipe que quer se manter dentro do teto.

Mas no ano em que isso seria mais crucial do que nunca, a Mercedes percebeu que terá que trabalhar mais que nos últimos anos para atingir as mesmas metas.

"A sensação é diferente. As mudanças no regulamento que foram introduzidas no ano passado criaram um déficit maior para compensarmos. Então quando colocamos os carros na pista, isso ficou claro. Mas é o que temos e agora precisamos fazer nosso trabalho usando o melhor de nossas habilidades".

Max Verstappen, Red Bull Racing RB16B, passes the pit boards

Max Verstappen, Red Bull Racing RB16B, passes the pit boards

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Para a Red Bull, uma meta clara: 2021 é prioridade no momento

A estratégia de distribuição do trabalho na Red Bull tem menos incógnitas. Oito anos após seu último mundial, a equipe fará de tudo para subir ao degrau mais alto novamente, mesmo à custa do projeto de 2022.

O retorno à glória seria um impulso significativo para o programa da Red Bull na F1, com muitos benefícios que resolveriam questões em aberto, com a sequência de Max Verstappen. Vencer o Mundial seria o melhor modo de convencer o holandês a seguir com a equipe mesmo com a possibilidade de uma vaga se abrir para ele na Mercedes.

A Red Bull não terá nenhum problema em adiar o máximo possível fim do desenvolvimento do RB16B, contando também com a Honda uma última vez. Mas a equipe espera ter uma visão mais clara até o GP da Espanha sobre onde de fato estará na luta pelo título.

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