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Análise técnica: as atualizações da F1 para a Áustria e as soluções para resolver o problema de resfriamento

Equipes devem apresentar atualizações previstas para as etapas atingidas pela pandemia

Valtteri Bottas, Mercedes F1 W09

Mais de três meses após a data original do início da temporada, as equipes da Fórmula 1 já chegaram ao Red Bull Ring para a primeira de duas corridas na Áustria, que vão dar o pontapé inicial a este campeonato.

A primeira corrida, que seria inicialmente a 11ª etapa do campeonato, ocupa a mesma data original no calendário, então os desafios devem ser os mesmos.

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Então, aliado ao calor usual e a possibilidade de tempestades, a característica dominante que estará na cabeça das equipes é que o Red Bull Ring fica 660 metros acima do nível do mar, e isso os coloca uma interrogação na cabeça, sobre o que fazer com áreas como resfriamento e aerodinâmica.

Mas, aliado ao desafio da Áustria nesse ano está o fato de que as equipes terão atualizações que estavam planejadas para corridas que já teriam acontecido. Então todas darão um passo em direção ao desconhecido.

Como explicou recentemente o diretor técnico da Mercedes, James Allison, há meses de desenvolvimento que serão unidos em uma grande atualização.

"Muito tempo passou desde que lançamos esse carro e imagina que o carro que foi para a Austrália foi congelado lá pelo natal...", disse. "Então você tem janeiro, fevereiro, março, tudo com o objetivo de fazer o carro mais rápido com o túnel de vento e o departamento de design. Então temos algumas ideias".

"Muitas dessas ideias já estavam em andamento antes do fechamento. Então, nosso desafio é garantir que um trimestre de desenvolvimento saia do papel para entrar no carro o mais rápido possível. Nossa expectativa é ter uma boa parte já na Áustria".

Enquanto isso, a Ferrari deve ter algumas atualizações para resolver os problemas descobertos durante a pré-temporada, além de uma segunda geração do motor que deve melhorar a confiabilidade. Mas já admitiu que, visualmente, o SF1000 será similar ao que estava pronto para correr na Áustria.

Na Red Bull, a equipe testou algumas atualizações no teste da semana passada, que apontaram um bom avanço aerodinâmico e eles serão testados novamente na sexta. Além disso, a Honda trouxe para a Áustria uma atualização do motor.

Esse será um momento particularmente importante para a equipe da casa, porque sempre teve um carro que vai bem no circuito e representa uma boa oportunidade de iniciar a temporada na frente.

Red Bull Racing technical detail

Red Bull Racing technical detail

Photo by: Giorgio Piola

A Red Bull tem um retrospecto bom de se adaptar às questões de aerodinâmica da Áustria. Ela continua usando um sistema de refrigeração do tipo sela acima da unidade de potência, como pode ser visto acima. A equipe pode até considerar o uso da saída de refrigeração na coluna da tampa do motor na Áustria.

Red Bull Racing RB 15, cooling Max Verstappen
Mercedes W08 shark fin exhaust, captioned

A solução foi vista pela primeira vez na Hungria na temporada passada e, apesar de não ter chegado a disputar um GP, teve outras participações desde então. É uma solução similar à vista na Mercedes em 2017.

A Renault se juntou à lista de equipes que confirmaram atualizações, trazendo um pacote triplo, como explicado por Cyril Abiteboul.

"Foi um grande esforço da produção interna preparar os pacotes que seriam das corridas três, cinco e seis - inicialmente Vietnã, Holanda e Barcelona - que estarão em nosso carro na Áustria. Essas corridas não aconteceram, mas a performance esperada estará ali em Spielberg".

Entre as novidades da Renault está um novo design da asa dianteira e adições ao bargeboard. A asa dianteira recebeu várias alterações detalhadas em suas placas, similar a um design apresentado pela Ferrari no GP da França de 2019.

Isso inclui uma placa de baixo mais plana e quadrada que é comprimida na borda traseira para acomodar uma pequena barbatana. Na extremidade traseira, há também um pequeno gurney para disparar o fluxo de ar externo e ao redor do pneu dianteiro, junto com a barbatana apontada para o lado de fora.

A batalha do desenvolvimento diminui quando você avança pelo grid, com Andy Green admitindo que boa parte dos esforços da Racing Point será focado para 2021 e na lida com as consequências da mudança de regulamento no assoalho.

"Rapidamente percebemos que nosso foco precisa se voltar rapidamente para 2021 por causa disso. Não haverá uma quantidade significativa de aerodinâmica mantida".

Mercedes AMG F1 W10, barge board

Mercedes AMG F1 W10, barge board

Photo by: Giorgio Piola

A equipe já havia sugerido que não deveria desenvolver muito o RP20 ao longo do ano, apesar de que deve ter um pacote de atualizações para a Áustria que deveria ser introduzido na Austrália.

A atualização traz mudanças nas bargeboards, nos defletores dos sidepods e partes relacionadas à "cópia" aerodinâmica da Mercedes, em um pacote similar ao introduzido pelas Flechas de Prata no Japão no ano passado.

Enquanto isso, na Haas, a equipe vai esperar o anúncio do calendário completo antes de planejar seu programa de desenvolvimento, segundo Gunther Steiner.

Lidando com o resfriamento

Agora, vamos olhar como que as equipes reagiram à dor de cabeça que é lidar com o resfriamento na Áustria ao longo dos últimos anos, com a maior altitude significando que os motores precisam de mais ar.

Mercedes AMG F1 W10, traseira
A traseira da Mercedes W10 terminava com uma saída de resfriamento ligeiramente maior
Mercedes F1 AMG W10, resfriamento
O maior dos painéis do cockpit usados pela Mercedes em destaque no W10 na Áustria
Red Bull Racing RB15, traseira
A saída de resfriamento maior usada no Red Bull RB16 no GP da Áustria
Red Bull Racing RB15, lateral
Os painéis intercambiáveis ao lado do cockpit e do halo no RB16 permitem diferentes parâmetros de resfriamento. Nesse caso, a equipe optou por ter uma abertura onde a carroceria se mistura com a estrutura do halo e uma fileira de persianas para permitir que o calor escape.
Ferrari SF90, traseira
A Ferrari usou uma saída pouco maior na traseira do SF90 na Áustria, em comparação a circuitos de altitude menor
Ferrari SF90, resfriamento
A Ferrari tinha um arranjo de resfriamento duplo no cockpit, uma saída formada pela transição do halo e três painéis
Haas F1 Team VF-19, resfriamento
A Haas buscou evacuar o fluxo de ar e calor da superfície de cima do sidepod com um painel de lâminas e uma saída de transição
Alfa Romeo Racing C38, traseira
Uma saída relativamente maior de resfriamento foi usada na traseira do Alfa Romeo C38
Racing Point RP19, traseira
A Racing Point usou uma saída bem maior na Áustria na temporada passada
 Renault R.S. 19, traseira
A Renault R.S.19 teve, possivelmente, uma das maiores saídas traseiras na Áustria para ejetar o calor formado pelo motor Renault
Williams Racing FW42, traseira
Enquanto isso, a Williams foi a vencedora, com a maior saída de todos
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