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Leclerc lidera virada da Fórmula 1 em 2019 com rival Verstappen

Nos 22 anos do piloto, entenda como o monegasco da Ferrari e o holandês da Red Bull trouxeram uma nova F1 à tona

Pole man Charles Leclerc, Ferrari

Charles Leclerc completou 22 anos nesta quarta-feira. O piloto monegasco é uma das sensações da temporada 2019 da Fórmula 1, abalando as estruturas dos já agitados boxes da Ferrari, tendo embates polêmicos com seu companheiro, Sebastian Vettel.

Além de Leclerc, outro nome com o qual os fãs da F1 já se acostumaram também completou 22 anos recentemente, mais precisamente no da 30 de setembro. Estamos falando de Max Verstappen, piloto da Red Bull.

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Ao analisar a carreira dos dois, os amantes da velocidade podem se deparar com outras coincidências, além da idade. Ambos tiveram grande passagem no kart, travando disputas semelhantes às da F1, com polêmicas até parecidas, como foi na disputa do GP da Áustria deste ano, com reações semelhantes, mas de lado diferentes, se comparadas com o campeonato europeu de 2012.

 

Pré e início na F1

A grande diferença das carreiras de ambos foi o ‘salto’ que Verstappen deu para a F1, saindo direto da Fórmula 3 Europeia, enquanto Leclerc cumpriu toda a escalada, conquistando os títulos da GP3 em 2016 e da Fórmula 2 em 2017, sendo calouro.

A chegada de ambos foram em equipes B de grandes escuderias. Com apenas 17 anos, Verstappen estreou pela Toro Rosso em 2015, somando 49 pontos e ficando na 12ª posição. Na temporada seguinte, o time principal da Red Bull o recrutou durante o campeonato, no lugar de Daniil Kvyat e conquistou uma vitória marcante no GP da Espanha, logo na estreia.

Mesmo com a equipe que representa a companhia de energéticos sendo uma das principais do grid, o rendimento não era igual ao da Ferrari e muito menos da Mercedes, sempre dominante. O melhor resultado em um campeonato de Max foi a quarta colocação da temporada passada, somando sete vitórias na carreira.

Após o título da F2, Leclerc chegou à F1 via Alfa Romeo, que começava sua jornada com uma aliança mais próxima da Ferrari, já que a antiga Sauber só utilizava equipamentos dos italianos, ainda que atrasados. O sexto lugar no Azerbaijão, seu melhor resultado em 2018, mostrou que o monegasco não vinha para brincar, e a 13ª posição no campeonato o credenciou para um lugar na Ferrari, ‘trocando’ de lugar com Kimi Raikkonen. Problemas de confiabilidade e de estratégias adiaram a primeira vitória no novo time, vindo apenas no GP da Bélgica deste ano.

Desconforto com companheiros de equipe

As chegadas de Leclerc e Verstappen também causaram alvoroços em seus times principais. Na Red Bull, Daniel Ricciardo acabou optando pelo novo projeto da Renault em 2019, equipe que poderia deixá-lo como piloto número 1 sem grandes dramas, algo perdido com a ascensão de Verstappen.

No caso da Ferrari, é nítida a mudança de clima, em comparação à situação que Vettel tinha quando tinha Raikkonen como colega e escudeiro. Começando o ano como número 1 absoluto, Vettel não só amargou um dos piores jejuns de sua carreira, mas viu também a comparação com o jovem companheiro crescer, além de o grande desempenho de Leclerc confundir as estratégias da Ferrari. Neste momento, Leclerc é o terceiro colocado no campeonato, tem nove pontos a mais que Vettel, duas vitórias e seis poles, contra apenas um triunfo do alemão e duas poles.

Turbinando o interesse na F1

Mesmo com a F1 podendo ter seu campeão definido já no GP do México, com três corridas de antecedência, o interesse pelas corridas, especialmente após o GP da França, tem aumentado. No Brasil, mesmo sem um piloto do país no grid, a Rede Globo registrou algum tipo de recorde de audiência nos GPs da Bélgica, Itália, Singapura e Rússia.

Outro exemplo que simboliza o que o fator Leclerc/Verstappen vem fazendo, é o piloto da Stock Car, Thiago Camilo admitir que as disputas entre os dois pilotos aumentaram o interesse pela F1, anteriormente adormecido, durante o Podcast do Motorsport.com. Depoimento parecido foi o do piloto da Porsche GT3 Cup, Vitor Baptista no mesmo espaço.

O "fora de série" e o "E.T"

Testemunha ocular da época de kart de ambos, o campeão mundial do esporte e colunista do Motorsport.com, Ruben Carrapatoso sempre exaltou o talento dos dois pilotos. Para ele, Leclerc e Verstappen tem o chamado “pure racing” no sangue. Do lado do monegasco, não há “período de adaptação”, o que o faz ser rápido seja qual categoria ele estiver competindo, o que explica títulos em seus primeiros anos, o tornando um "fora de série".

No caso de Max Verstappen, “Carrapa” o classifica como E.T, um piloto que não é deste planeta, devido ao grande talento.

Perguntado sobre quem poderia ser o primeiro campeão mundial, Carrapatoso escolheu o aniversariante do dia, Leclerc, por estar em uma equipe que o proporcione esta possibilidade.

Confira a carreira de Charles Leclerc, aniversariante do dia

Primórdios da carreira: kart
Leclerc foi campeão no Mundial CIK-FIA KF3 em 2011, divisão júnior da categoria. Mais tarde, ele foi vice-campeão no CIK-FIA World KZ, perdendo o título para ninguém menos que Max Verstappen.
Forte amizade com Bianchi
Jules Bianchi e Charles Leclerc eram amigos desde a infância. O monegasco viu o amigo sofrer um acidente no GP do Japão de 2014 que resultou na morte do francês. Um duro golpe para o jovem piloto.
2014 - Fórmula Renault 2.0
Naquela temporada o monegasco disputou a 2.0 Alpes, onde foi vice campeão, e ainda fez algumas provas na Eurocup 2.0. Correu pela Fortec em ambas.
2015 - Fórmula 3 Europa e GP de Macau
Charles Leclerc foi quarto colocado no campeonado e vice-campeão na importante corrida realizada anualmente na Ásia. Neste ano ele pilotou pela Van Amersfoort.
2015 - Fórmula 3 Europa e GP de Macau
Leclerc foi o melhor entre os pilotos que ficaram atrás das 'gigantes da base', Prema e Carlin. O campeonato foi vencido por Felix Rosenqvist e Antonio Giovinazzi foi o vice.
2016 - Campeão da GP3
O monegasco disputou seu primeiro campeonato por uma das equipes dominantes das categorias inferiores, faturando o título depois de bater o rival Alexander Albon no campeonato.
2017 - Título na Fórmula 2
Pilotando pela Prema, já de olho na F1, Leclerc venceu o campeonato da F2 com sete vitórias e oito poles em 22 corridas. Naquele ano, Leclerc sofreu outro duro golpe da vida, a perda do pai, que faleceu pouco antes da conquista do título.
2017 - Título na Fórmula 2
Ao fim da temporada, Leclerc foi procurado pela Sauber, que já estava sob influência da Ferrari/ Alfa Romeo, que apoiavam a carreira do piloto.
2018 - Destaques na Sauber
Leclerc sofreu para se encontrar logo no início da temporada de estreia na F1, mas no GP de Baku, no Azerbaijão, o piloto se encontrou e alcançou um sexto lugar, dando início a uma temporada de destaque.
2018 - Destaques na Sauber
Depois de pontuar dez vezes no ano, Leclerc terminou o ano com 39 pontos, contra 9 de Marcus Ericsson, o que lhe garantiu uma oferta para dar um salto na carreira ao assinar com a Ferrari.
2019 - Início de uma era na Ferrari
Logo em sua segunda corrida pela equipe italiana, o jovem Leclerc mostrou a que veio, conquistando a pole e liderando boa parte da corrida. Nas últimas voltas, uma falha no motor da Ferrari fez o monegasco cair para a terceira posição, seu primeiro pódio.
2019 - Primeira vitória em um fim de semana infeliz
Leclerc dominou o companheiro, Sebastian Vettel, e os demais rivais para faturar a primeira vitória de sua carreira. No entanto, o acidente fatal de Anthoine Hubert na F2 no dia anteior à corrida, acabou trazendo um clima pesado ao fim de semana.
2019 - Primeira vitória em um fim de semana infeliz
Leclerc, que era próximo de Hubert, dedicou a vitória ao amigo.
2019 - Consagração em frente aos Tifosi
Em Monza, Leclerc conquistou o maior feito de sua carreira até aqui. Fez a pole, segurou os ataques do pentacampeão Lewis Hamilton ao longo da corrida e venceu em frente a legião de fãs da Ferrari.
2019 - Consagração em frente aos Tifosi
A vitória na Itália, casa da Ferrari, elevou Leclerc ao patamar de ídolo para os fãs da marca e entusiastas da Fórmula 1.
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