Bruno Senna se emociona ao pilotar McLaren do tio e exalta Hamilton
Ex-F1 e hoje no WEC, sobrinho de Ayrton guiou a máquina do 1º título do tricampeão e comparou carros de antigamente aos atuais
Um dos principais destaques do GP do Brasil de Fórmula 1 neste fim de semana, em Interlagos, foi a exibição da McLaren MP4/4 com a qual Ayrton Senna conquistou seu primeiro título, em 1988. Quem teve a honra de guiar o histórico carro foi Bruno Senna, ex-F1 e sobrinho do tricampeão.
"Andar com esse carro aqui em Interlagos não dá nem para explicar. Quando sai do carro, aí dá para relaxar, curtir e aproveitar. Na pista, é interagir com o pessoal e trazer o carro ‘para casa’ perfeito", relatou Bruno, que atualmente disputa o Campeonato Mundial de Endurance (WEC).
"Honestamente, eu vim com uma missão: fazer todo mundo ver esse carro, curtir essa emoção, voltando com a McLaren 100%, em perfeito estado", disse o sobrinho de Ayrton, que também é homenageado no troféu do GP do Brasil.
Questionado pelo Motorsport.com sobre as diferenças entre o MP4/4 e os monopostos atuais, o piloto do WEC exaltou Ayrton e o britânico Lewis Hamilton, que conquistou seu sexto título da F1 a bordo da Mercedes neste ano.
"O Ayrton passou pelo carro turbo, pelo aspirado... Foi do mais antigo aos mais modernos, como os de 1993 e 1994. E ele sempre estava lá na frente. Já o Hamilton passou pelo carro aspirado, pegou a época do KERS [sistema de geração de potência por meio da recuperação da energia cinética da frenagem] e conseguiu passar por diversas fases sendo campeão. Isso demonstra versatilidade e habilidade dos pilotos", avaliou Bruno, que comparou as diferentes eras da F1.
"São eras diferentes, com mentalidades diferentes de como se pilota o carro. Então acho que os grandes pilotos são aqueles que conseguem passar por épocas distintas de carros se mantendo bons em todos os períodos".
GALERIA: Fotos da exibição da McLaren MP4/4 com Bruno Senna, Vettel e Brundle
"Havia muita falha mecânica, simples e puramente, sem que houvesse o erro do piloto. Com certeza, a tecnologia que a gente tem hoje torna os carros muito mais resistentes e confiáveis do que antigamente", ponderou Bruno.
"Quando eu estava andando no autódromo, fiquei pensando: ‘como é que esses carros sobreviviam por duas horas’? Qualquer besteirinha, como um parafusinho um pouco soltou ou o câmbio um pouco frouxo, significaria entrar na marcha errada e aí acabava a corrida. Era tudo no limite, então tem que respeitar muito a turma que corria naquela época e fazia esses carros terminarem corridas andando rápido", relatou.
"A carga mental de pilotar esses carros aqui é muito mais alta. Hoje em dia, a parte física é muito mais difícil porque os carros são muito mais rápidos e você anda no limite o tempo inteiro. Os carros têm mais aderência e tudo mais, então você realmente não está pensando em freio, caixa de câmbio, nada: simplesmente está tentando ir o mais rápido possível o tempo inteiro".
"Com esses carros mais antigos, você não pode errar uma marcha, senão estoura a caixa de câmbio. Você não pode exagerar no giro do motor, porque senão estoura o motor. Também não pode andar o tempo todo no limite, porque o freio acaba. Então esses carros são muito mais frágeis e delicados, de modo que você tem que pilotar rápido, mas de uma forma suave ao mesmo tempo. Senão você não termina a corrida", completou o sobrinho de Ayrton Senna.
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