Cadillac na F1 2026: Chefe da Williams reforça reajuste de prêmios para equipes atuais
Para ser aceita pelas outras equipes da Fórmula 1, Cadillac terá que pagar uma taxa que pode ultrapassar os R$ 3,5 bilhões em 2026, reforçada pela Williams
A chegada da General Motors/Cadillac como a 11ª equipe da Fórmula 1 em 2026 deve ser condicionada por compensação adequada pela redução proporcional dos prêmios para as equipes existentes, segundo o chefe da Williams, James Vowles. Isso por conta da taxa antidiluição bilionária elaborada no Pacto de Concórdia, que impede que os times percam uma porcentagem do dinheiro distribuído atualmente para dez.
Em suma, qualquer nova escuderia aceita deve pagar para compensar as perdas. O contrato atual coloca esse valor em US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão em conversão direta), e ele expira ao final de 2025. Uma nova quantia ainda não foi formalmente acordada para 2026, mas as equipes querem aumentar a taxa para US$ 600 milhões (aproximados R$ 3,6 bilhões)
Vowles, que havia se oposto à entrada inicial da Andretti há um ano com base no fato de que custaria dinheiro à Williams, disse que sempre apoiou a entrada da General Motors e da Cadillac na F1 - e acrescentou que agora cabe à detentora dos direitos comerciais do campeonato, a FOM, mitigar adequadamente qualquer impacto financeiro.
"Ter uma grande montadora como a GM se juntando a nós é um sinal de crescimento, de para onde a Fórmula 1 está indo", disse o chefe da equipe britânica, rechaçando que já hajam definições da nova taxa de diluição. "Não acho que haja realmente uma quantia certa. Isso fará parte do Pacto de Concórdia de 2026, que ainda não foi ratificado", pontuou.
"O que eu digo o tempo todo é que haverá perda financeira para as equipes existentes", adicionou, ressaltando a preocupação das equipes com a nova proporção dos prêmios em dinheiro. "O que temos que fazer agora é desenvolver o esporte o suficiente e a FOM precisa estar ciente disso para tornar as coisas boas para todos. Cabe a eles apresentar uma proposta correta".
O diretor da RB, Laurent Mekies, concordou com a avaliação de Vowles, acrescentando que a adição da GM ao grid expande a "batalha de gigantes" da F1 com outra entidade fabricante. Para ele, a discussão sobre a remuneração correta para as equipes deve se tornar uma nota usual no crescimento da F1.
Laurent Mekies, chefe da RB, celebrou a chegada da GM/Cadillac como mais uma para a "batalha de gigantes".
Foto de: Erik Junius
"É um sinal fantástico para a categoria. Serão quase todos fabricantes de carros, exceto a Williams e nós - até mesmo a Haas está vinculada a uma montadora agora (Toyota)", disse Mekies. "[A F1 é] uma batalha de gigantes, e é outro sinal de que o esporte está indo nessa direção. Espero que [os detalhes financeiros] se tornem pequenos", continuou.
Cadillac terá vantagem no regulamento?
Questionado se as equipes estavam preocupadas que a Cadillac teria uma vantagem nos regulamentos de 2026, já que atualmente não está sob a governança da FIA, Vowles afirmou que era improvável que a equipe americana pudesse fazer muito, dado que o escopo total dos regulamentos aerodinâmicos não está definido.
Mike Krack, chefe da Aston Martin, não crê que Cadillac terá vantagem grande nas regras.
Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images
O chefe da Aston Martin, Mike Krack, acrescentou que, mesmo que houvesse qualquer vantagem, isso seria compensado pelo tempo e investimento gastos na construção da escuderia do zero. "Acho que é uma tarefa monumental", disse ele. "A partir de 1º de janeiro, são 12 meses para montar tudo e fazer um carro. Então, mesmo que haja pequena vantagem, acho que vai equilibrar rapidamente", ressaltou.
A chegada da General Motors/Cadillac já era esperada desde o GP de Las Vegas, conforme adiantado pelo Motorsport.com. O acordo fará com que a equipe apoiada pela GM se junte como um time cliente em 2026, enquanto desenvolve a própria unidade de potência para 2028 e ainda, usando o projeto existente da Andretti Global em Silverstone como espinha dorsal.
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