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Cancelamento de GP do Brasil de F1 não muda situação contratual e país pode ficar sem categoria já em 2021

Prova que seria a última de atual acordo entre promotor do GP do Brasil e F1 não será 'reposta' em 2021

Valtteri Bottas, Mercedes AMG W10

Quem foi ao GP do Brasil de Fórmula 1 em 2019 e viu a vitória de Max Verstappen, a batida entre as Ferraris de Charles Leclerc e Sebastian Vettel, além do pódio 'tardio' da McLaren de Carlos Sainz, pode ter assistido a última edição do evento no Brasil.

Na semana passada, a F1 oficializou o cancelamento da edição de 2020, sendo que esta era prevista como a última do atual contrato entre os organizadores e o Grupo Liberty Media, proprietários dos direitos comerciais da F1.

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Segundo apurado pelo Motorsport.com com a organização, mesmo o cancelamento vindo por parte da Liberty, alegando complicações com o novo coronavírus, o GP do Brasil não ‘ganha’ o direito de tentar realizar a prova em 2021 em Interlagos. Ou seja, o atual acordo, na prática, já se encerrou.

No fim de semana, o promotor atual da prova, Tamas Rohonyi, demonstrou todo o seu descontentamento com a decisão da F1, que também cancelou os GPs do Canadá, EUA e México. Para Tamas, o argumento utilizado pela FOM não se sustenta e que em novembro, quando a prova deveria ser realizada, as taxas do coronavírus estarão menores do que em alguns dos locais em que a F1 confirmou presença.

Mesmo assim, neste momento, os promotores da corrida brasileira e Liberty negociam a renovação de contrato, com a F1 também considerando fazer o evento no autódromo ainda a ser construído no Rio de Janeiro, em de Deodoro.

Em entrevista ao programa Fox Nitro, do Fox Sports, Tamas afirmou que um novo acordo está sendo negociado e vê o novo autódromo do Rio de Janeiro como "uma fantasia".

Os valores em jogo

Atualmente, o GP do Brasil não paga qualquer taxa à F1 para poder receber a F1, uma situação igual apenas ao GP de Mônaco. Normalmente, sabe-se que a Liberty exige um mínimo de US$ 37 milhões, mas há outros países com 'privilégios', como Grã-Bretanha, que atualmente paga US$ 18 milhões, e Estados Unidos, que desembolsa US$ 20 milhões.

Durante o fim de semana do GP do Brasil de 2019, Chase Carey, CEO da Liberty; João Doria Jr., governador do estado de São Paulo; Tamas Rohonyi, promotor da prova, e demais representantes da prefeitura de SP, que administra o autódromo de Interlagos, se reuniram para discutir a proposta paulistana. A ideia seria de pagar US$ 20 milhões (pouco mais de R$ 100 milhões) por temporada em um contrato de cinco anos, renováveis por mais cinco. A prefeitura de São Paulo arcaria com essa taxa, enquanto o estado se responsabilizaria em trazer patrocinadores para cobrir esses valores.

A proposta da Rio Motorsports é mais ousada, oferecendo US$ 60 milhões (mais de R$ 300 milhões), pelo mesmo período.

Os entraves no Rio

O novo autódromo carioca terá que enfrentar no dia 7 de agosto uma audiência pública virtual em que servirá também de apresentação de estudo de impacto ambiental. Uma vez aprovado, o consórcio responsável pela construção odo autódromo, a Rio Motorsports, terá cerca de 15 meses para levantar o futuro local do GP, costumeiramente realizado no mês de novembro de cada ano.

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