Chefe da F-E: F1 tem "grande oportunidade" para reestruturar modelo de negócios
Para o criador da F-E, os chefes da F1 deveriam aproveitar a oportunidade para mexer não apenas no teto orçamentário como todo o modelo de negócios
Essa semana, a Fórmula 1, juntamente com a FIA e as equipes do mundial, vão se reunir para discutir uma redução do teto orçamentário para 150 milhões de dólares (775 milhões de reais), um pedido das próprias equipes para garantir a sustentabilidade do campeonato. Mas para o criador da Fórmula E, Alejandro Agag, as mudanças poderiam ser maior.
Segundo Agag, com o esporte tendo mais liberdade para fazer grandes mudanças por causa do novo Pacto de Concórdia que precisa ser assinado para 2021, deveria ter uma movimentação maior para repensar a estruturação do modelo de negócios da categoria.
Em uma entrevista exclusiva com o Motorsport.com, Agag disse: "Eu acho que para o esporte a motor, isso pode ser uma oportunidade. E, especificamente para a Fórmula 1, isso pode ser uma grande oportunidade, para reestruturar todo o modelo".
"Talvez seja uma oportunidade para todas as equipes dividir a renda em quantias iguais. Também estou ouvindo sobre a possibilidade do teto cair para 125 milhões de dólares (645 milhões de reais), algo assim, mas por que não um teto de 75 milhões de dólares (390 milhões de reais) e tornar algo realmente lucrativo para todos?".
"O Pacto de Concórdia ainda não ter sido assinado pode ser uma boa oportunidade, porque ele tem todas aquelas coisas antigas que são um fardo para a F1, com algumas equipes ganhando muito e outras tão pouco. Essa falta de harmonia é grande no Pacto. Talvez essa seja uma ótima oportunidade para mexer com todo o sistema".
Na última semana, o presidente da FIA, Jean Todt, foi claro ao afirmar que ele concorda com a redução de custos, reconhecendo que orçamentos de 300 milhões de dólares (1,5 bilhão de reais) das equipes de ponta era demais.
"A cada desastre, a cada crise, você tem muitas coisas ruins, mas pode ter coisas boas", disse Todt ao Motorsport.com. "Então, entre as coisas boas está a oportunidade de melhorar as coisas para o futuro. E principalmente na Fórmula 1, atingimos alguns patamares com gastos, que, para mim, não são razoáveis e que precisamos resolver".
Agag acha que um dos principais problemas que a F1 precisa lidar é a diferença de verba destinadas às maiores e menores equipes - que é exacerbada por pagamentos extras às equipes mais antigas por seus sucessos no passado.
Ele acha que Todt tem razão em buscar um "novo acordo", onde todo o panorama do esporte a motor seria modificado em resposta à crise causada pelo coronavírus.
"Não acho que seja normal que equipes que competem na mesma corrida recebam valores completamente diferente de dinheiro", disse Agag. "Comparando com o futebol, a Premier League por exemplo, se você olhar para a quantia de dinheiro que o vencedor recebe em comparação com o último não chega nem perto da diferença que temos no nosso esporte. Esse pode ser o novo acordo, e é uma grande oportunidade".
"E se as pessoas não perceberem que o mundo será diferente após o coronavírus, eles estarão cometendo um grande erro. A oportunidade está aí e as pessoas precisam aproveitar. Nós não somos parte disso, vamos fazer o nosso mini novo acordo próprio após".
Agag admite que ele não está envolvido de perto com as discussões da F1, mas afirma que suas visões são simplesmente como ele acha que lidaria com as mudanças.
"Eu não estou na F1 ou à frente dela, e ela é gerenciada por pessoas muito capacitadas, e tenho certeza que eles estão pensando em tudo isso", acrescentou. "Mas eu usaria esse momento como uma grande correção dos princípios dos negócios da F1. Então pode ser uma oportunidade muito interessante".
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