Chefe da Ferrari explica polêmico acordo com Vettel e Leclerc na Rússia
Mattia Binotto detalhou os bastidores das ordens para os pilotos inverterem as posições após a largada em Sochi
Depois de três vitórias consecutivas na Fórmula 1, a Ferrari voltou a ter uma corrida ruim neste fim de semana e viu a Mercedes faturar dobradinha liderada pelo britânico Lewis Hamilton no GP da Rússia. Além do revés para o time germânico, a escuderia italiana ainda retornou ao centro das atenções por causa de controversas ordens de equipe para seus pilotos na largada deste domingo na etapa de Sochi.
O monegasco Charles Leclerc saltou na pole e, conforme o combinado, deu vácuo para o companheiro alemão Sebastian Vettel a fim de evitar que a Mercedes de Hamilton assumisse a ponta. O tetracampeão acabou ultrapassando o parceiro e recebeu rádio da equipe para ceder a liderança. Entretanto, ele acabou não atendendo aos pedidos e a troca de posições só foi acontecer após os pit stops.
Depois das paradas, o alemão teve problema no motor e abandonou, promovendo a introdução do safety car virtual. Assim, Hamilton e seu companheiro finlandês Valtteri Bottas ultrapassaram Leclerc 'nos boxes' e confirmaram a dobradinha. Depois da corrida, o Motorsport.com questionou o chefe de equipe da Ferrari sobre a estratégia adotada pela escuderia no começo do certame. Mattia Binotto, então, deu detalhes do 'acordo' com Vettel e Leclerc.
O dirigente italiano confirmou que, com base no que aconteceu nas etapas anteriores em Sochi, o time de Maranello procurou garantir que os carros vermelhos fossem primeiro e segundo no final da primeira volta. A equipe sabia que a melhor opção era permitir que Vettel pegasse o vácuo de Leclerc, garantindo que Hamilton não se beneficiasse. Com isso, o alemão acabou ultrapassando seu companheiro monegasco, o que seria revertido ao longo da corrida.
"Olhando para as corridas passadas na Rússia, sabemos que é importante estar à frente na primeira volta", afirmou Binotto. “Como equipe, decidimos que o mais importante para nós era ser primeiro e segundo. E foi o que aconteceu, porque estávamos controlando a corrida e, sem problemas de confiabilidade, certamente teríamos mantido as posições após o pit stop de Sebastian".
"E sabíamos que seria muito difícil ultrapassar. Isso foi visto com Charles no final da corrida: tenho certeza de que ele teve um ritmo melhor que Bottas, mas novamente foi duro passar", ponderou o chefe da Ferrari, citando mais um elemento em favor da estratégia da equipe, que acabou fracassada em virtude da quebra de Vettel.
Binotto também disse que Leclerc concordou em não defender a liderança. “Ser primeiro e segundo foi o primeiro objetivo. Concordamos que a melhor maneira era não dar chance a Hamilton. Foi o que discutimos e optamos por dar o vácuo ao Seb. Mais tarde na corrida, retribuiríamos trocando os carros. Então esse era o acordo. Acho que o que aconteceu foi exatamente o que foi explicado", explicou o dirigente.
Depois, porém, Vettel acabou adiando a cessão da liderança. Leclerc deixou claro no rádio que queria passar, mas Binotto afirma que o time de Maranello não necessariamente faria a troca no começo da prova. “Pedimos a Seb que devolvesse a posição, mas é justo dizer que, naquela fase da corrida, talvez Charles não estivesse perto o suficiente e teríamos perdido algum tempo na pista. Mais tarde, Seb foi bastante rápido e ganhou alguma vantagem", ponderou.
Paradas de Leclerc e Vettel
Na sequência, Leclerc fez sua parada antes de Vettel e acabou ultrapassando o companheiro. Binotto, porém, garante que o fato de o pit stop do monegasco ter sido anterior ao do alemão não se deveu à troca de posições: “Poderíamos ter decidido fazer a parada mais tarde. A antecipação da parada não foi para devolver a posição a Charles, e sim porque ele estava com desgaste alto de pneus, então era o momento certo".
O Motorsport.com perguntou ainda se Vettel teria permissão para tentar a ultrapassagem sobre Leclerc caso alcançasse o companheiro após as paradas. Binotto, então, respondeu com um mero "acho que sim".
Ferrari completa 90 anos e passa por jejum
A marca italiana completou nove décadas no fim de semana do GP da Itália. A equipe não vence um mundial desde 2008, quando foi campeã de construtores. O último título de pilotos foi o de Kimi Raikkonen, em 2007, o único da era pós Schumacher. Enquanto a Ferrari busca novas conquistas na F1, relembre todos os carros da lendária equipe na elite do automobilismo mundial:
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