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Fórmula 1 GP do Bahrein

Cinco coisas que estarão em jogo no GP do Bahrein

Duelo pela ponta, relação de forças completa do grid, dinâmica das corridas e tensão política estão entre os destaques da segunda prova de 2018

Fernando Alonso, McLaren MCL32

Neste fim de semana, a F1 realiza sua segunda etapa na temporada de 2018. Depois da abertura do campeonato, na Austrália, muitas questões ficaram em aberto, e algumas respostas serão vistas no circuito de Sakhir. 

A chegada da categoria ao Oriente Médio proporcionará um desafio diferente em relação ao visto em Melbourne – a começar pelas diferentes características de circuito. A pista barenita possui uma configuração mais tradicional do que o traçado semipermanente Austrália; isso, aliado a uma diferente superfície, poderá proporcionar variação estratégica. 

Contudo, a atenção também estará voltada para fora da pista, com discussões importantes de bastidores. O que estará em jogo no GP do Bahrein deste fim de semana? 

1 – A supremacia entre Mercedes e Ferrari 

 

Sebastian Vettel, Ferrari SF71H, leads Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W09

Photo by: Andrew Hone / LAT Images

A Mercedes desembarcou na Austrália como a favorita à vitória e vinha caminhando rumo ao objetivo com Lewis Hamilton. O inglês largou da pole, liderou o primeiro trecho da prova sem grandes sustos, controlando bem a diferença para Kimi Raikkonen.

Contudo, o safety car virtual virou o jogo e colocou Sebastian Vettel na liderança. Dali em diante, Hamilton não conseguiu atacar e o alemão, com ritmo sólido, conquistou uma surpreendente vitória na abertura do campeonato. 

Por mais que a Mercedes tenha mostrado força na Austrália, a Ferrari ficou no encalço o tempo inteiro, e soube aproveitar uma brecha assim que ela apareceu. Como será o duelo entre as equipes no Bahrein? A Mercedes apresentará uma superioridade mais contundente ou a Ferrari, de fato, é uma concorrente mais dura do que se imaginava?

2 – O status da Red Bull

 

Max Verstappen, Red Bull Racing RB14 spins

Photo by: Sutton Motorsport Images

Uma coisa que ainda ficou em aberto após o GP da Austrália é a real competitividade da Red Bull. A equipe austríaca mostrou confiança durante toda a pré-temporada, mas um fim de semana atribulado deixou um ponto de interrogação sobre o quão próxima das líderes ela de fato está. 

Na Austrália, Daniel Ricciardo perdeu posições no grid por uma punição, sendo que Max Verstappen considera que um erro no Q3 pode lhe ter custado um lugar na primeira fila. A corrida, então, foi basicamente de limitação de danos: ambos os carros ficaram “presos” atrás de rivais, de modo que o real ritmo do time não ficou claro. 

Portanto, o GP do Bahrein ajudará a ver: a Red Bull se intrometerá de fato na luta pelas primeiras posições? Até que ponto Verstappen e Ricciardo podem sonhar?

3 – A ordem de forças do restante do pelotão

 

Fernando Alonso, McLaren MCL33

Photo by: Sutton Motorsport Images

Mercedes, Ferrari e Red Bull se mostraram mais competitivas que as demais, mas o resto do pelotão, no geral, ficou bastante embolado. Em Melbourne, a Haas se apresentou claramente como a quarta força, mas falhas nos pitstops jogaram fora um resultado de destaque.

Como a equipe americana vai se recuperar do baque? Ela de fato terá uma outra oportunidade valiosa em Sakhir? A McLaren, por sua vez, se mostrou animada com os pontos de Melbourne e garante que é uma questão de tempo para que ela se sobressaia no pelotão intermediário e passe a mirar o trio da frente. 

Vale lembrar, ainda, que a disputa também envolve a Renault, que pontuou com seus dois carros na Austrália, e a Force India, que quer evoluir neste começo de temporada. Já Williams, Sauber e Toro Rosso estão de olho nessa briga. 

Portanto, vale ficar de olho no GP do Bahrein na forma de todas as equipes, já que, agora, a real relação de forças de 2018 ficará mais clara. 

4 – A dinâmica das corridas

 

Romain Grosjean, Haas F1 Team VF-18

Photo by: Sutton Motorsport Images

Assim como aconteceu em 2017, o GP da Austrália foi pouco movimentado em termos de ultrapassagens. Mesmo com a adoção de uma terceira zona de DRS, o que se viu foram pilotos presos atrás de carros visivelmente mais lentos – como aconteceu com Max Verstappen e Kevin Magnussen no começo da corrida.

Com o desenvolvimento dos carros do ano passado para cá, a pressão aerodinâmica aumentou, o que também pode resultar em uma maior turbulência – e, consequentemente, pilotos com dificuldades para seguir os carros da frente. Os pneus mais moles (e mais rápidos) também reduzem a zona de frenagem e representam um obstáculo a mais para o piloto que quer colocar de lado e frear mais tarde que o rival. 

Além disso, a regra que permite menos peças de motor por temporada (são três motores de combustão interna, três MGU-H, três turbos, duas baterias e dois MGU-K em 21 corridas) pode obrigar os pilotos a, eventualmente, levantarem o pé de olho em poupar equipamento. 

Isso significa que a temporada deve ser pouco movimentada em termos de ultrapassagens? Não necessariamente. O Bahrein é um circuito mais propício a disputas do que Melbourne, e uma diferença grande foi vista nas provas de 2017. 

A Pirelli espera que a corrida em Sakhir force as equipes a fazerem mais de um pitstop, o que também deve provocar maior movimentação tanto em duelos na pista como na estratégia. O GP do Bahrein, então, deixará mais claro se a dinâmica vista na Austrália foi regra ou exceção. 

5 – Discussões nos bastidores 

 

Ross Brawn, Managing Director of Motorsports, FOM, attends a press conference with representatives of DHL

Photo by: Sam Bloxham / LAT Images

Vale a pena ficar de olho no que se passa fora da pista do GP do Bahrein. Na sexta-feira, os proprietários a F1, o grupo Liberty Media, deverão apresentar formalmente às equipes as suas propostas técnicas e comerciais para a categoria a partir de 2021. 

Isso promete desde já provocar tensão. Em outubro de 2017, a proposta inicial para o regulamento de motores (que basicamente eliminava o MGU-H, reforçava o MGU-K e proporcionava algumas peças padronizadas) provocou grande atrito político, sendo que Mercedes, Ferrari e Renault se opuseram publicamente à ideia. 

Desta vez, a apresentação do Liberty irá além e também envolverá a questão econômica – uma distribuição financeira mais igualitária entre as equipes é tido como item certo na pauta. 

Por mais que as conversas sejam realizadas em portas fechadas, as propostas apresentadas pelos proprietários deverão vir à tona com o passar do fim de semana. Por isso, vale a pena observar com atenção, já que é um ponto importante para o futuro da F1. 

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