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Dia dos Pais: filhos descrevem um Nelson Piquet que você nunca viu

Na data comemorativa, o Motorsport.com Brasil traz boas histórias de alguns dos filhos do tricampeão mundial de Fórmula 1

Pedro, Geraldo, Laszlo, Kelly, Nelson Piquet, Marco e Nelsinho

Irônico, senso de humor ácido, polêmico.... genial! Este é Nelson Piquet, tricampeão mundial de Fórmula 1. Mas poucos sabem como 'Nelsão' é no aconchego do lar (conheça sua intimidade aqui), entre amigos, familiares e, principalmente, filhos. E são eles que definem o ex-piloto como um dos maiores corações do planeta. Neste Dia dos Pais, Julia, Laszlo, Nelsinho, Geraldo, Kelly e Pedro Piquet descrevem um Nelson como você nunca viu.

Ao todo, o tricampeão da F1 tem 7 filhos. E se engana quem imagina um pai pouco presente. Contemporâneo do brasileiro na categoria máxima do automobilismo mundial, o austríaco Gerhard Berger certa vez falou: "As pessoas falam do jeito do Nelson, de seu humor ácido e escrachado, mas com os filhos ele é impressionante! Ele coloca todos embaixo de sua asa para acompanhar o que fazem, perto ou longe".

E os herdeiros de Piquet corroboram o discurso de Berger. Neste dia dos pais, o Motorsport.com Brasil compilou relatos marcantes dos filhos do tricampeão com o pai. As histórias são emocionantes e hilárias. Delicie-se!

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Romeu e Julieta

A rivalidade entre os Nasr e os Piquet corria solta nas pistas de Brasília e quase complicou a vida de Julia, que decidiu namorar um certo futuro piloto de F1. "Eu namorava o Felipe Nasr quando tinha uns 15 anos e demorou um pouco para o meu pai e ele se conhecerem, porque o Felipe estava um pouco nervoso", lembrou.

"O tio ou o pai do Felipe teve alguns problemas com meu pai, na época que o Nelsinho corria de Fórmula 3 Sulamericana, e, mesmo na época que o Nasr não corria, meu pai começou a chamá-lo de "inimigo". Quando finalmente eles se conheceram, meu pai disse: 'ah, então você é o inimigo?. Todos choraram de rir e, daí em diante, foi tudo mais tranquilo".

"Mas uma coisa que meu pai sempre me falou sobre pessoas, e foi muito marcante para mim, é que para você ter um bom relacionamento, durável, saudável e duradouro, você tem que ter duas coisas. A primeira é a admiração, orgulho pela pessoa. Sem isso, não vai durar, seja ela quem for. Quando perguntei a ele qual era a segunda, ele não queria dizer, mas acabou falando mais tarde: era uma 'boa transa'." 

Felipe Nasr e Julia Piquet
Felipe Nasr e Julia Piquet

Photo by: Divulgacao

 

Julia Piquet e Nelson Piquet
Julia Piquet e Nelson Piquet

Photo by: Divulgacao

Procura-se paciente fujão

Laszlo Piquet teve que voltar ao Brasil para uma cirurgia na clavícula, após acidente de moto na Itália. Ele só não esperava, já em São Paulo, que alguém poderia dar mais trabalho aos médicos do que ele.

"Quando eu corria de moto, no Campeonato Europeu de Supermoto em Palermo, acabei quebrando a clavícula. Falei com meu pai por telefone e comentei que teria que operar e ele me perguntou se daria para aguentar uma viagem para fazer a cirurgia no Brasil. Vi que daria para fazer isso, mas foi trabalhoso. Fiz Palermo-Milão-Lisboa-SP, tudo em classe econômica, então foi meio sofrido pelas dores. Ele veio me buscar no aeroporto em São Paulo".

"Do aeroporto fomos direto ao hospital. Chegando lá, fomos dormir, com a operação marcada para a manhã seguinte. Ele dormiu no sofá do quarto e quando acordei ele não estava lá. Além disso, ele não apareceu e fui para a sala de cirurgia sem vê-lo. Quando retornei, demorou um pouco e ele apareceu no quarto, meio quieto, perguntou da cirurgia e tal, mas reparei que ele também estava com a pulseira do hospital, o que achei estranho".

"Perguntei o que era aquilo e ele me respondeu que 'tinha ido ver uma coisinha ali'. Ele saiu do quarto novamente e logo depois apareceram duas enfermeiras nervosas, perguntando por ele. Elas acabaram me falando que meu pai tinha fugido da UTI. Durante a madrugada ele começou a passar mal, por conta do estresse comigo. E ele ainda não havia feito aquela cirurgia do coração", contou o filho.

Laszlo, Geraldo, Pedro, Nelson, Marco e Nelsinho Piquet
Laszlo, Geraldo, Pedro, Nelson Piquet, Marco e Nelsinho
Reprodução: Instagram

A vela da discórdia

Conhecendo o motor de um carro como poucos, Nelson ajudou Nelsinho a vencer seu primeiro campeonato brasileiro de kart em 1997. Comandando uma equipe competentíssima e aproveitando uma brecha do regulamento, o primeiro grande passo da carreira do primeiro campeão da Fórmula E foi dado de maneira inusitada.

"Esta foto (abaixo), com o Laszlo, o Rafael, preparador de muita confiança nossa, e meu pai, foi no Brasileiro de kart de 1997, em Betim, e nela teve a história da vela de avião. A CBA tinha uma brecha no regulamento e tivemos essa vantagem. Muita gente, na semana da corrida, tentou fazer a mesma coisa, só que demorava semanas para desenvolver essa vela especial. O pessoal que tentou em cima da hora tinha seus motores quebrados", relatou Nelsinho.

Laszlo Piquet, membro da equipe, Nelsinho Piquet e Nelson Piquet
Laszlo Piquet, Rafael (preparador), Nelsinho Piquet e Nelson Piquet

Photo by: Divulgacao

É capotando que se aprende

Algumas lições você aprende com um simples olhar, uma frase curta ou uma pequena atitude. No caso de Geraldo Piquet, foi à força mesmo. “Acho que em 1989 ou 1990, quando ainda corria de kart, fui fazer um treino com o meu pai no Kartódromo do Guará, ele em um kart e eu em outro", iniciou o filho mais velho.

"Ele começou a me ensinar ultrapassagem. Teve uma hora em que ele veio para me ultrapassar e eu, dando uma de espertalhão, tentei espremê-lo, mas ele não tirou a mão e eu acabei capotando. Foi aí que eu aprendi como fazer as coisas e respeitar os mais experientes". 

Geraldo Piquet no pódio na etapa de Curitiba, em 2014
Geraldo Piquet 

Photo by: Piquet Sports

Culpa do ouriço

Um simples machucado corriqueiro de férias pode demonstrar o cuidado de um campeão também com a família. É o que relembra Kelly: "Essa é uma das minhas fotos favoritas. Acho que eu tinha, no máximo, cinco anos".

"Estávamos no Caribe, nadei do barco até uma praia e pisei num ouriço. Chorei muito e meu pai tirou o espinho do meu pé. Ele estava muito nervoso porque eu gritava muito e lembro que ele brigava comigo porque estava nervoso por eu sentir aquela dor. Essa foto foi logo depois que ele tirou o espinho do meu pé. E isso descreve ele muito bem como pai. Tudo que dói na gente, dói nele. Ele prefere sentir a dor do que deixar a gente sofrer".

Nelson Piquet e Kelly Piquet
Nelson Piquet e Kelly Piquet

Photo by: Divulgacao

Campeão em duas frentes diferentes

Atualmente na Fórmula 3, Pedro Piquet faz questão de ressaltar a capacidade e determinação de Nelsão na busca pela perfeição, mesmo em duas carreiras que parecem diferentes: piloto e empresário: "Estou muito feliz pelo meu pai. Hoje ele faz o que mais gosta na vida, vivendo bem em Brasília, com seu hobby, todos os dias com os carros. Você vê que ele tem uma vida muito prazerosa, feliz, sem nenhum problema e com todos os filhos saudáveis".

"Tenho muita saudade dele aqui na Europa. Ele é um ser humano fantástico. Parece que não, mas se orgulha muito de tudo o que fez, desde os primeiros passos no kart até a F1, e agora como empresário. Ele conseguiu dar certo em duas carreiras diferentes, então é um grande exemplo para todos nós".

Pedro Piquet e Nelson Piquet
Pedro Piquet e Nelson Piquet

Photo by: Divulgacao 

 Colaborou: Daniel Betting

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Relembre 10 momentos marcantes da carreira de Nelson Piquet nas pistas:

GP da Alemanha – 1981
Depois de um começo de campeonato complicado, Piquet se superou na pista de Hockenheim e mesmo com seu carro danificado, superou Alain Prost e Alan Jones para dar o pontapé inicial para seu primeiro título na F1
GP da Europa – 1983
Na prova disputada em Brands Hatch, na Inglaterra, Piquet largou em quarto e depois de uma disputa acirrada com Prost, venceu a prova e abriu caminho para o bicampeonato
GP da África do Sul – 1983
Para não depender dos resultados de Alain Prost e René Arnoux, Piquet precisava vencer o GP da África do Sul, mas após a quebra do motor do carro de Prost, bastou chegar em terceiro para comemorar seu segundo título na F1
GP do Canadá – 1984
Vencedor de ponta a ponta, Nelson Piquet enfrentou, além dos rivais Niki Lauda e Alain Prost, queimaduras nos pés causadas pelos pedais superaquecidos de sua Brabham
GP da França – 1985
Quinto do grid, Piquet superou Keke Rosberg, Ayrton Senna, Michele Alboreto e Alain Prost e venceu a prova sob forte calor
GP do Brasil – 1986
Logo após a largada, Piquet tomou a ponta de Ayrton Senna e, soberano na pista, cruzou a linha de chegada em primeiro e 35 segundos à frente do então piloto da Lotus
GP da Hungria – 1986
Era a primeira vez da F1 na Hungria. Após uma grande batalha contra Ayrton Senna, Piquet acabou prevalecendo e subindo ao andar mais alto do pódio
GP da Itália - 1987
Em mais um duelo contra Ayrton Senna, Piquet conquistou sua terceira e última vitória na temporada do tricampeonato
GP dos Estados Unidos – 1987
No circuito de rua de Detroit, Piquet largou em terceiro atrás de Senna, mas na terceira volta o pneu traseiro esquerdo furou e jogou o brasileiro para a 22ª posição. Após a parada para troca do pneu, Piquet fez uma espetacular corrida de recuperação e completou a corrida em segundo
GP da Austrália – 1990
Sétimo do grid com sua Benetton, Piquet protagonizou uma de suas corridas mais inspiradas. Após superar as Ferraris e a McLaren de Gerhard Berger e assumir a segunda posição, herdou a ponta após problemas na McLaren de Senna e venceu a prova segurando ainda o furioso Leão Nigel Mansell na reta final
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