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Fórmula 1 GP do Japão

Dirigentes e pilotos reverenciam conquistas de Schumacher

Colegas de pista mostram respeito e chefes de equipe opinam: com carro melhor, alemão poderia ter vencido em seu retorno

Schumacher anunciou ontem a segunda aposentadoria

“Você pode recuperar minhas frases de seis anos atrás”, brincou Jenson Button quando perguntado sobre a aposentadoria de Michael Schumacher, anunciada ontem no Japão.  Afinal, esta é a segunda vez que o alemão se despede da categoria, ainda que em um cenário completamente diferente. Em 2006, na Ferrari, fez um discurso emocionado após uma apoteótica vitória no GP da Itália, conquista importante na luta que mantinha pelo campeonato com Fernando Alonso.

Voltaria três anos depois daquele vice-campeonato para amargar três temporadas de resultados aquém do esperado pela Mercedes. Para completar, amargou ver a equipe primeiro anunciar seu substituto, Lewis Hamilton, e depois se decidiu por parar novamente, aos 43 anos. Mas o chefe, tanto dos tempos de auge na Ferrari, quanto nos dias difíceis dos últimos anos, Ross Brawn, é o primeiro a sair em defesa do alemão. “É um momento triste quando alguém de seu calibre e conquistas para de correr, mas ele está feliz com sua decisão e acho que isso é o importante. Acho que a Fórmula 1 vai perder alguém muito importante, especialmente depois que voltou, Michael teve uma abordagem um pouco diferente que fez com que muitos fãs começassem a apoiá-lo. Ele fez um grande trabalho para nós e teria obtido resultados melhores se tivéssemos lhe provido com um carro melhor ele teria vencido corridas”.

O chefe da McLaren, Martin Whitmarsh, segue na mesma linha. “Ele é um nome, uma marca no esporte. Suas conquistas foram enormes. Pessoalmente acho que este ano foi seu melhor desde que voltou e, com um pouco mais de sorte, ele poderia ter vencido. É uma grande perda, mas acho que todo grande atleta tem de decidir quando é hora de partir.” Para Stefano Domenicali, da Ferrari, “Michael provou que ainda é muito rápido”.

Com outros cinco campeões mundiais no grid, não há dúvidas de que a presença de Schumacher, hoje, era mais bem vista por sua história do que resultados recentes. Ainda assim, há três anos em que conquistou apenas um pódio pela Mercedes não diminuíram o respeito de seus pares. “Acho que o esporte é melhor com ele aqui porque ele é um heptacampeão e conquistou mais do que qualquer outro”, disse Button. “E, provavelmente, mais do que qualquer um fará em muito tempo. É triste que ele não estará aqui ano que vem, mas obviamente acredita que chegou a hora de seguir em frente".

Para talvez seu maior fã no grid, Sebastian Vettel, que cresceu na Alemanha sob o mito Schumacher, melhor que seja um ‘até logo’. “É uma grande perda. É uma pena. Muitas pessoas queriam que ele continuasse, inclusive eu. Esperamos que ele continue com outra função. Assim, podemos vê-lo de vez em quando”, afirmou.

Preparando-se para ocupar a vaga deixada por Schumacher na Mercedes, Hamilton evitou comparações e se disse orgulhoso de ter corrido com o maior vencedor da história da F-1. “Não me vejo substituindo-o. Não acho que ninguém possa substituir Michael, ele é uma lenda no esporte, conquistou muito. Vi todos seus títulos na minha sala, então foi um privilégio poder dividir as pistas com ele. Espero que, um dia, possa alcançar algumas mas coisas que ele conseguiu”.

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