Drama de Mariana Becker: repórter da Band relata ano “complicado” após morte da mãe e paddock tenso na F1
Em conversa com o Motorsport.com, Mariana Becker, jornalista referência em Fórmula 1, se emocionou ao lembrar da mãe e primeiro ano de cobertura sem Dona Roseli
Em menos de um ano, uma pausa nas coberturas para cuidar da saúde da mãe, o divórcio, o luto, a eventual volta para a Fórmula 1. Para muitos, isso é 'paralisante'. Mas Mariana Becker, jornalista referência em F1 e automobilismo, retornou à categoria máxima após esse período difícil, e ainda teve de lidar com o paddock 'em chamas', seja com batalhas internas nas equipes, como foi na Red Bull, ou entre as escuderias, com a batalha entre o time taurino e a McLaren de Lando Norris e Oscar Piastri.
Em outubro de 2023, anunciou no seu perfil do Instagram uma pausa nas coberturas pela Band, citando razões familiares, para cuidar da saúde de sua mãe, sendo substituida por Thiago Fagnani durante alguns GPs.
Mas, alguns meses depois, em janeiro de 2024, outra questão complexa: o divórcio com o produtor executivo da Band, Jayme Brito, com quem era casada desde 2008, abordada em entrevista cedida ao portal Quem. "Não é algo fácil, uma vez que a gente trabalha junto".
A poucos dias da pré-temporada, a F1 entrou em ebulição por causa da acusação de assédio contra Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull, que provocou um debate sobre machismo na categoria.
Mas, após a cobertura no GP da Arábia Saudita, em Jeddah, outra notícia difícil atinge Mari: O falecimento da mãe, Dona Roseli. A jornalista fez uma linda homenagem em um post no perfil do Instagram.
A repórter se emocionou ao lembrar da mãe, durante entrevista exclusiva ao Motorsport.com. Mari relatou dificuldades em voltar aos paddocks após o falecimento de Roseli. "Voltar a trabalhar depois da morte dela foi super complicado, por que eu estava acostumada a ligar, contar, mostrar, 'olha o que aconteceu aqui, olha o que aconteceu ali'."
Além do contato direto, a mãe virou ponto de referência para abordar F1 para um público que não entendia ou sequer gostava da categoria. "Minha mãe acabou sendo referência, porque ela não gostava muito de F1, mas assim, 'explica para a mãe da Mari entender'."
"Porque, quando a gente fala para a televisão, você fala para gente que entende e para gente que não entende. Então você tem que fazer um texto e mostrar as coisas de uma forma que possam ser interessantes para quem conhece tudo e para minha mãe, que achava legal ver só quando eu aparecia", brinca.
Mari também comenta que, por conta de suas coberturas, Dona Roseli virou, além de fã, personagem nas transmissões: "Virou meio que, em alguns momentos, personagem, porque a minha mãe sempre me ligava quando eu estava ao vivo".
"Ela nem estava vendo, ela me ligava e eu sentia [o celular], uma vez começou a tocar, eu estava ao vivo, olhei e disse pro Sérginho [Sérgio Maurício] 'Bah Serginho, é minha mãe', e ele brincava e falou 'Dona Roseli, espera aí, deixa ela acabar que ela liga para você'."
Mesmo relembrando os momentos da mãe com alegria, citou que foi "bem difícil" quando voltou para as coberturas, citando a solidariedade de colegas de paddock e de profissão.
"Eu tive a solidariedade de gente que eu não imaginava. E a surpresa da 'não-solidariedade' de quem eu pensava que seria [solidário]. De gente assim... de piloto ou até de gente com quem nem tinha tanta ligação, mas acabou sabendo que eu não tinha ido por causa disso e veio conversar comigo", relatou.
Mesmo com o apoio, a repórter disse que a situação foi difícil e que todo o ano "foi bem complicado nesse aspecto" pelo fato de ter sido sua primeira temporada sem se comunicar com a mãe após as corridas. Além disso, disse que a morte do pai e da mãe foram separadas por "dois anos e um dia".
Citou que um dos elementos que também afetam o emocional são amizades nos países das coberturas, como Áustria e Hungria. "A gente faz amigos nos lugares. Eu fiquei muito amiga de uma família nessa cidadezinha que a gente fica, próxima ao autódromo".
"E a família acabou falando com a minha mãe. Então a minha mãe sempre mandava lembranças, eles mandavam pra minha mãe. Em Budapeste: 'olha, tem tal lugar x', porque um grande amigo do meu pai era húngaro e ele dizia que tal restaurante tinha que ir. E então eu ia, tirava foto...".
"Estou vivendo todas essas coisas sozinha. Estou aprendendo ainda. Esse ano não está um ano... assim, não estou navegando em águas calmas. Mas estou conseguindo fazer tudo, poderia até fazer mais, mas 'tô indo'. Acho que é mais uma questão pessoal do que do esporte em si", conclui Mariana Becker.
Na carreira como jornalista da F1, disse que o momento de maior tensão foi após o acidente de Felipe Massa em 2009, na classificação para o GP da Hungria. Na ocasião, ela ficou próxima da família do brasileiro e se comunicando com Rafaela, esposa do piloto, sobre informações dos primeiros socorros.
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