Ecclestone discorda de interferência da F1 no GP da Rússia e mantém respeito por Putin: "Pessoa honrada"
Ex-chefão da categoria acredita que decisão de cancelar corrida de Sochi deveria partir da promoção do evento e falou sobre relação com presidente do país
De acordo com Bernie Ecclestone, antigo CEO da Fórmula 1, a decisão de cancelar o GP da Rússia pela invasão à Ucrânia deveria ser feita pelos seus promotores, e não pela categoria. Após um encontro entre os chefes das equipes na última quinta-feira (24), foi confirmada hoje a remoção da corrida de Sochi do calendário de 2022.
A ação veio depois que alguns pilotos, como Sebastian Vettel e Max Verstappen, se manifestaram contra a prova. O alemão disse que não iria ao país, mesmo que o evento fosse mantido, e o holandês acredita que não se deve competir em uma nação em guerra.
"Creio que as pessoas envolvidas na organização que deveriam decidir sobre isso, porque talvez haja quem pense que foi a coisa certa para a Rússia", disse Ecclestone em entrevista à Times Radio. "Então, como alguém consegue julgar exatamente tudo o que está acontecendo hoje?"
Sobre um potencial GP sem Verstappen [se não tivesse sido cancelado], atual campeão da F1, que é da opinião de não correr em países em guerra, Bernie foi claro: "É claro [que poderia ter a prova], ele é apenas uma pessoa. É uma decisão [das pessoas da] FIA e F1 de ir para lá ou não".
Ecclestone já teve encontros com Vladimir Putin, presidente da Rússia e um dos 'pivôs' da crise, e o elogiou no passado. Questionado sobre sua relação com ele e a atual situação do conflito, evitou dar uma opinião mais concreta sem um entendimento completo do caso e manteve o respeito ao político.
"Eu não tenho total conhecimento sobre que está acontecendo agora", reiterou. "Acredito que seja por ele não querer a presença da OTAN no país que está sendo acusado de invadir. Se eles estivessem acordado que ela não estaria lá, isso não teria ocorrido. É um caso sobre o que o mundo acha dessa posição."
"Como pessoa, eu acho ele bem franco e honrado. Disse exatamente o que ia fazer sem voltar atrás."
Contestado pela repórter sobre Putin ter citado apenas as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk como os lugares que pretendia lutar por, e não grande parte da Ucrânia, Ecclestone respondeu com: "Circunstâncias mudam, não?"
Confira a entrevista completa:
F1 2022: GUERRA na Ucrânia TRAZ CONSEQUÊNCIAS no paddock; SAIBA como foi o dia em BARCELONA
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