Revolta foi a palavra usada por Felipe Massa para descrever o que sentia em relação ao incidente com Lewis Hamilton no GP de Cingapura de F-1.
O brasileiro foi atingido por trás pelo inglês e teve um pneu furado, o que atrapalhou sua estratégia e o tirou da briga pelas posições dianteiras, fazendo-o terminar a prova em nono lugar, somando dois pontos.
“Depois da primeira parada estávamos lutando e ele me tocou. Eu estava na reta e ele encostou no meu pneu. Não estava nem ao meu lado, mas sim atrás. Eu não fiz nada, mas ele furou meu pneu. Era uma corrida em que eu estava disputando junto ao grupo da frente. O ritmo não era ruim. Minha corrida foi prejudicada ali”, explica.
“Estou revoltado porque é a terceira vez que isso acontece neste ano. Depois da corrida, eu esperava que ele viesse falar comigo. Tentei falar com ele, que passou sem nem me olhar. Eu o chamei e ele passou. Fiquei ainda mais nervoso, porque não é o modo de trabalhar”, conta Massa. O encontro entre os dois, diante dos jornalistas ingleses que estavam ao vivo, gerou polêmica.
“Chamei duas vezes e ele passou reto. Mas vou falar o quê para uma pessoa que pensa desse jeito? Nada. Quando eu encontrei com ele, independentemente se não era a hora para falar, porque eu sou um profissional, o chamei na hora certa, mas ele não quis desse jeito”.
“Se continuar a pensar assim, levará um pouco de tempo para vencer outro Mundial”, dispara Massa, que espera providências por parte da entidade reguladora do esporte. “Penso que a FIA está olhando isso. É como um jogador de futebol que simula uma falta e depois outra. Os árbitros começam a observá-lo mais.”
“Ele paga e não aprende né? O que eu vou fazer? Ele pagou, poderia ter chegado melhor na corrida. Eu acho que nós temos uma federação que trabalha nesse sentindo. Talvez se derem uma punição mais alta ele pode aprender mais.”
Em relação ao resto da prova, o brasileiro alegou falta de sorte, uma vez que a entrada do safety car por conta do acidente entre Michael Schumacher e Sergio Perez o fez andar um longo período de tempo com pneus totalmente desgastados. Se não fosse isso, Massa acredita que poderia ter ido até melhor.
“Eu acho que a corrida estava indo bem, mas eu não tive muita sorte porque, antes da metade, eu coloquei os pneus supermacios para fazer umas 12, 13 voltas em ritmo rápido e recuperar bastante. O objetivo era depois ir para o macio e me segurar. Acontece que, cinco voltas depois, o safety car entrou. Se eu parasse, voltaria praticamente em último. Quando eu cheguei no Perez, já não tinha pneus. Eu o passei, mas era para ter passado também o Sutil e o Rosberg. Além disso, o Vettel nos alcançou e eu tive de aliviar, o que me fez perder uma volta para atacar.”
No fim, Massa encerrou sua entrevista à "BBC" cutucando Hamilton: "Se ele não consegue ouvir o pai, quem diria a mim". Confira o vídeo:
(Colaborou Luis Fernando Ramos, de Cingapura)