Análise

Em simulação, carro de 2017 ‘transforma’ curvas em retas

Simulações mostram modelos de 2017 passando mais tempo de volta em aceleração plena e contornando algumas curvas sem aliviar a pressão no acelerador; preocupação é com a possível falta de ultrapassagens e a confiabilidade

Nico Rosberg, Mercedes F1 Team testing 2017-spec Pirelli tyres
Pascal Wehrlein, Mercedes AMG F1 Team W07
Max Verstappen, Red Bull Racing RB12
Nico Rosberg, Mercedes F1 Team testing 2017-spec Pirelli tyres
Nico Rosberg, Mercedes F1 Team testing 2017-spec Pirelli tyres
2017 and 2016 Pirelli tyres
Kimi Raikkonen, Ferrari with 2017 Pirelli tyres
Kimi Raikkonen, Ferrari with 2017 Pirelli tyres
Kimi Raikkonen, Ferrari with 2017 Pirelli tyres
Lewis Hamilton, Mercedes F1 Team testing 2017-spec Pirelli tyres
Pascal Wehrlein, Mercedes AMG F1 testing the new 2017 Pirelli tyres
Daniel Ricciardo, Red Bull Racing testing the new 2017 Pirelli tyres
Daniel Ricciardo, Red Bull Racing testing the new 2017 Pirelli tyres
Kimi Raikkonen, Ferrari testing the new 2017 Pirelli tyres
Kimi Raikkonen, Ferrari testing the new 2017 Pirelli tyres
Pascal Wehrlein, Mercedes AMG F1 testing the new 2017 Pirelli tyres
Pascal Wehrlein, Mercedes AMG F1 testing the new 2017 Pirelli tyres
Kimi Raikkonen, Ferrari testing the new 2017 Pirelli tyres

As mudanças no regulamento para a temporada 2017 da Fórmula 1 ainda são uma incógnita para a categoria. O objetivo é melhorar os tempos de volta em até cinco segundos e modificar a ordem de forças no grid, além de aumentar as disputas dentro da pista.

Embora exista a previsão de que os carros serão mais difíceis de guiar, o que pode levar os pilotos a cometerem erros e a resultados surpreendentes, há também indicadores que mostram como o ganho de performance pode tirar dos pilotos muitas oportunidades de ultrapassar os rivais.

Qual seria o efeito disso na prática? A F1 terminaria em uma situação na qual as corridas seriam ainda menos emocionantes pela falta de ultrapassagens, sendo ainda que as provas seriam imprevisíveis, pois a confiabilidade se tornaria um problema.

Reclassificando curvas

Quando as equipes anunciaram os planos de mudar as regras para 2017, não se tratava de melhorar as corridas, mas de fazer com que os carros fossem mais velozes.

O objetivo era reduzir os tempos de volta de Barcelona/2015 em cinco segundos, o que é esperado que aconteça. A pole para o GP da Espanha foi 1min24s681, portanto os carros de 2017 devem completar a volta abaixo de 1min20s.

No ano passado, Lewis Hamilton ficou com a pole registrando 1min22s000, o que quer dizer que uma melhora de pouco mais de dois segundos será o suficiente para atingir a meta estipulada anteriormente.

Entretanto, a melhora pode ser ainda maior, pois os primeiros dados indicam que 1s5 em ganho de performance virá dos novos pneus. Na semana passada, o diretor técnico da McLaren disse que as equipes estão 'redefinindo' os circuitos, pois algumas curvas serão consideradas e tratadas como retas.

"O que queremos dizer com isso é que os engenheiros definirão uma curva como um ponto da pista no qual o piloto precisa tirar o pé do acelerador e conduzir o carro pelo trecho. Se ele precisa virar mas não tira o pé do acelerador, classificamos isso como uma reta. Como os carros serão mais velozes, algumas 'curvas' de 2016 serão 'retas' em 2017", afirmou.

Mais tempo de aceleração plena

Não será possível quantificar o ganho de performance dos carros de 2017 até que eles sejam colocados na pista com os novos pneus Pirelli nos testes de pré-temporada. Cada time trabalha com os próprios dados de simuladores e cada um tem uma ideia aproximada do quanto vai melhorar.

Há indicações de que a curva 3 de Barcelona será contornada com 30 km/h a mais de velocidade, transformando o trecho em uma 'reta' na qual os pilotos terão os músculos do pescoço colocados sob forças gravitacionais de 5G.

De acordo com um engenheiro que não quis que a equipe para a qual ele trabalha fosse divulgada, os carros passarão a fazer uma volta em Barcelona com o pé cravado em 70% do tempo - no ano passado, este número não passava de 50%.

Em Monza, pista de alta velocidade, dados da Magneti Marelli mostraram que em 2016 os carros passavam 69% da volta com aceleração plena. Para esta temporada, a previsão é de 80%.

Confiabilidade

Menos 'curvas' indica menos oportunidades de ultrapassagem, mas mais trechos de aceleração plena indicam mais um fator: os carros e os motores serão mais exigidos.

As unidades de potência serão objeto de preocupação ainda mais do que foram na temporada passada, pois o número de motores por temporada foi reduzido de cinco para apenas quatro - medida aceita pelas fabricantes com o objetivo de reduzir os custos.

Com isso, cada motor precisa durar cinco finais de semana completos, sendo que os propulsores serão mais exigidos, já que a carga de combustível foi aumentada para este ano - de 100kg para 105kg.

Embora o foco das mudanças de 2017 tenha sido na aerodinâmica, seria um equívoco dizer que as unidades de potência não terão grande importância. Com mais downforce, o arrasto será maior. Além disso, os carros também serão mais largos, o que exige mais força para vencer a resistência do ar. A potência, então, será fundamental.

Não teremos respostas sobre o real impacto das mudanças até Melbourne, em uma previsão otimista. Mesmo na Austrália, pode não ser possível entender se as regras de 2017 terão nos dado corridas melhores ou se ainda haverá a necessidade de buscar soluções para isso.

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Franco Nugnes
Fórmula 1
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