Em tempos de fartura no esporte, Alonso reina na Espanha
Na base do ame-o ou deixe-o, espanhóis transformam piloto asturiano em fenômeno que abre as portas a jovens talentos
Não tem para ninguém. A Espanha hoje é um território de Fernando Alonso. O motivo não é a falta de concorrência, muito pelo contrário. O país nunca viveu uma fase tão importante no esporte. São vários os nomes relevantes nas mais diversas competições esportivas.
“Alonso se transformou em um fenômeno social. Não se trata mais de esporte. Seja para torcer a favor ou contra, Alonso é muito maior do que (Jorge) Lorenzo ou (Dani) Pedrosa”, responde Manel Serras, do jornal El Pais, ao questionamento dos leitores do TotalRace Emerson Braz e Jefferson Torres, sobre a diferença entre automobilismo e motociclismo no país ibérico e o que o sucesso do espanhol trouxe para o esporte do país.
Ainda que Alonso não esteja só, pois existe atualmente um triunvirato esportivo na Espanha, sua projeção acaba, em alguns momentos, maior que a dos colegas. “Alonso, (Rafael) Nadal e (Pau) Gasol são os três maiores nomes do esporte espanhol atual. Os três romperam moldes, chegaram onde os outros jamais estiveram”, argumenta Serras. “Nadal é o melhor tenista da história do país e uma personalidade próxima dos torcedores. Gasol abriu as portas da NBA. E não apenas chegou lá. Foi e venceu com os Lakers. Seus feitos são extraordinários”.
Porém, se os números de seguidores de Alonso são maiores, aqueles que reprovam suas atitudes também se fazem ouvir. “Alonso é mais querido, movimenta mais paixão. Ao mesmo tempo, conta com rejeição. Fernando é distante e alguns o consideram arrogante”, completa Manel Serras.
Mesmo "rejeitado" por parte da população, Alonso bate todos os recordes de audiência. “Uma corrida de Fernando atinge cinco milhões de telespectadores. Uma final de Nadal não alcança dois milhões”, declara Jacobo Vega, repórter do canal La Sexta, que transmite a Fórmula 1 para toda a Espanha.
Como em qualquer país do mundo, quando surge algum nome que gere interesse por esporte pouco tradicional em suas terras, o número de adeptos cresce. Com o “desbravador” asturiano não foi diferente. “Após o êxito de Alonso, muitos jovens pilotos viram que era possível triunfar e naturalmente o interesse cresceu. Temos alguns bons pilotos, mas creio que somente dois podem chegar à F-1”, diz Vega, para depois mencionar os nomes de Roberto Merhi e Carlos Saínz.
“Há outros bons nomes, como Dani Clos, Dani Juncadella, Albert Costa e Gerard Barrabeig, mas creio que suas possibilidades são pequenas”, fala o jornalista da La Sexta, que vê a falta de dinheiro como grande empecilho na chegada de mais espanhóis à F-1.
Os jovens talentos do automobilismo espanhol miram os triunfos de Alonso e não disfarçam na hora da tietagem. “Ter um companheiro de equipe como Fernando Alonso seria uma honra. É um dos melhores pilotos do mundo. Na temporada passada foi vice-campeão, mas para mim merecia vencer”, afirma Dani Clos, piloto da GP2. “Se fosse chefe de equipe escolheria Lewis Hamilton e Fernando Alonso. Sei que não funcionou no passado, mas provavelmente funcionaria agora”, declara Jaime Alguersuari, da Toro Rosso.
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