Entenda o que está por trás da queda de braço entre Renault e Racing Point
Briga nos bastidores pode resultar em modificações significativas no campeonato de construtores, além da premiação em dinheiro
O GP da Estíria de Fórmula 1 terminou animado por conta das brigas pelo pódio no Red Bull Ring, mas o pós-corrida também foi agitado nos bastidores da categoria máxima do automobilismo mundial.
Isso porque a Renault acusou a Racing Point de infringir o artigo que obriga as equipes a terem direitos intelectuais sobre uma série de peças. Tais elementos devem ter produção própria dos times. Caso isso seja atribuído a terceiros, estes não podem ser relacionados a outra escuderia. No caso, o alvo do protesto são os dutos de freios, que têm papel importante na aerodinâmica. Eles seriam uma cópia completa dos que equipam a Mercedes de 2019.
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) aceitou o protesto e já pediu à Mercedes o projeto dos dutos alemães. Uma data para audiência ainda será anunciada, assim que a entidade que comanda o esporte reunir todas as informações necessárias.
De todo modo, a Renault ainda tem um futuro indefinido na F1 por causa da crise do coronavírus e cada posição ganha no mundial de construtores pode significar um fôlego para a manutenção do programa de automobilismo da fabricante francesa.
Em contrapartida, a Racing Point é liderada por Lawrence Stroll - empresário canadense que é pai do piloto Lance Stroll -, bilionário do ramo têxtil que promete incrementar as instalações da equipe nos próximos anos, o que pode tornar o carro do time britânico um dos mais cobiçados da F1, após a mudança geral de regulamentos técnicos e desportivos que foi adiada para a temporada de 2022.
A equipe, que teve o nome Force India nos últimos anos, conseguiu ser a ‘melhor do resto’ – perdendo apenas para as três principais da F1 na era híbrida: Mercedes, Ferrari e Red Bull - em 2016 e 2017. No ano seguinte, veio a mudança de nomenclatura e de direção, o que refletiu na tabela. Ainda assim, em 2019, Sergio Pérez e Lance Stroll conseguiram levar o carro rosa até o sétimo posto.
Já a Renault 'conseguiu o oposto' nos últimos anos, desde que voltou à F1 como equipe de fábrica, após adquirir a Lotus. Em 2018, conseguiu ser a ‘melhor do resto’. Mas, no ano passado, ficou na quinta posição, atrás da McLaren.
A 'Mercedes rosa' da Racing Point, como foi apelidada a máquina de 2020, já mostrou que pode voltar não só a ser a ‘melhor do resto’, mas já deu demonstrações de que pode invadir o espaço de uma das três principais equipes da F1.
Muitos acreditam até que a equipe britânica pode se tornar a segunda força da F1, considerando o projeto falho da Ferrari e a irregularidade da Red Bull. Caso o protesto da Renault surta efeito, os pontos perdidos por uma eventual desqualificação da Racing Point das provas em que os polêmicos dutos foram usados - GPs de Áustria e Estíria - poderão fazer a diferença para que a Renault fature mais alguns milhões no final do ano.
Polêmica: veja o que está por trás da queda de braço entre a Renault e a Racing Point
PODCAST: Bastidores do início da F1 na Áustria e participação de Felipe Drugovich
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