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F1 – Binotto: “não existe solução simples para teto de salários dos pilotos”

Chefe da Ferrari fala da complexidade em encontrar uma resposta, visto que muitos competidores possuem contratos de múltiplos anos na categoria

Mattia Binotto, Team Principal, Ferrari

A Fórmula 1 lançou em 2021 o limite orçamentário após uma grande pressão da FIA e dos detentores dos direitos comerciais para fazer uma categoria mais sustentável financeiramente.

As equipes tiveram um limite de US$ 145 milhões no ano passado, antes do corte para US$ 140 milhões nesta atual temporada. Com a expectativa de reduzir mais US$ 5 milhões para o ano que vem, a discussão entre as equipes é o impacto da inflação e o clima global atual – como a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Nestes valores existem algumas exclusões, como o salário dos pilotos, mas essas discussões entrarão em curso em algum momento, com a introdução de algum teto que incluiria o salário dos competidores e membros-chave das equipes.

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Mattia Binotto, chefe da Ferrari, disse que o tema foi pauta de discussões entre as equipes, mas ele alertou que “não existe uma solução simples, especialmente para o teto de salário para os pilotos”.

“Estamos discutindo isso e tentando entender o que pode ser uma solução”, disse. “Não será no curto prazo, pois temos contratos em vigor e não podemos simplesmente violá-los. Há implicações legais entender como fazer isso, então é uma discussão. É importante. Entendemos e reconhecemos que levará tempo, mas certamente passaremos por esse processo”, completou.

Poderia ser 2023 o ano em que entraria em vigor o teto de salário, mas vários pilotos possuem contratos em vigência que vão além dessa data. Charles Leclerc tem acordo até o final de 2024 e Max Verstappen tem um contrato que vai até o final de 2028, com um ordenado estimado em 50 milhões de euros por ano.

Charles Leclerc, Ferrari, Mattia Binotto, Team Principal, Ferrari

Charles Leclerc, Ferrari, Mattia Binotto, Team Principal, Ferrari

Photo by: Ferrari

Christian Horner explicou que a motivação em torno do teto de salário é merecida, mas que a aplicação é complicada. O chefe da Red Bull alertou que a F1 pode ser tornar um “campeonato mundial de contabilidade”.

“Há um monte de coisas que precisam ser arrumadas dentro do limite que temos, que também está sendo lançada para um teto de motores”, disse. “Há todos os tipos de complicações com isso, com as estruturas de relatórios das companhias, entre outros. Há muitas, muitas complexidades, mas precisamos ir além disso”, continuou.

Tem sido considerado estipular um teto salário para a dupla titular em US$ 30 mi e o que ultrapassar desse falar, vai ser descontado do limite orçamentário das equipes. Isso tem sido apoiado por alguns times, como Alfa Romeo e Alpine.

“Eu acho que a abordagem correta para o teto de pilotos é, talvez, ter um valor estipulado para isso”, declarou Frederic Vasseur, chefe da Alfa Romeo. “Você poderia ultrapassar esse limite e tomar parte de seu orçamento, não sei. Temos de encontrar algo assim, pois é importante para o esporte”, prosseguiu.

Chefe da Alpine, Otmar Szafnauer sugeriu: “sou a favor de adicionar isso a um limite global, assim as equipes optam por atualizações ou a habilidade do piloto, pois ambas trazem performance na pista”.

Andreas Seidl, chefe da McLaren, acredita que o mecanismo pode ser inspirado em outros esportes onde isso acontece, como o rubgy, futebol americano, NBA, entre outros. “Ao mesmo tempo, eu acho que é importante que essa discussão ocorra com as portas fechadas, não adianta agora a gente discutir em público sobre como isso funcionaria. Vamos ficar atentos”, finalizou.

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Luke Smith
Fórmula 1
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