F1: Como 'ala austríaca' está vencendo 'guerra' pelo controle da Red Bull
A saída do chefe da equipe, Christian Horner, é apenas o início de uma reestruturação mais ampla do poder dentro da organização da marca de bebidas energéticas

É bem sabido que uma luta pelo poder, muitas vezes brutal, vem ocorrendo nos bastidores da Red Bull nos últimos 18 meses. Mas quem foi que finalmente venceu a disputa e desligou Christian Horner da equipe de Fórmula 1?
Tudo tem um nome: Oliver Mintzlaff, um dos três CEOs da empresa, nomeado como parte do plano de sucessão estabelecido pelo falecido magnata da Red Bull, Dietrich Mateschitz. Foi Mintzlaff que foi notado abertamente irritado por ter sido colocado no centro das atenções ao lado de Horner e sua esposa Geri no lançamento da F1 75 na O2 Arena de Londres no início deste ano, destacado nos telões enquanto o apresentador Jack Whitehall mantinha uma torrente de humor "ácido".
Falando à Sky Alemanha durante o GP da Bélgica, o consultor e voz forte da Red Bull, Helmut Marko, foi inequívoco: "A decisão foi tomada pela gerência, ou seja, por Oliver Mintzlaff".
Apesar do sucesso inegável de Horner ao longo de 20 anos, Marko disse que o fim do ciclo era inevitável: "Vários fatores desempenharam um papel importante. Mas, acima de tudo, o desempenho não foi exatamente o que havíamos imaginado".
O chamado "Time Verstappen" - composto pelo pai de Max, Jos Verstappen, e pelo gerente Raymond Vermeulen - parece, de acordo com rumores do paddock, ter encontrado uma paz de espírito renovada desde a saída de Horner. A narrativa da mídia também mudou: enquanto Verstappen já foi amplamente ligado à Mercedes, agora acredita-se que ele permanecerá na Red Bull pelo menos até 2026.
No entanto, Marko não hesitou em rejeitar a ideia de que Horner foi mandado embora para agradar a 'corte' de Verstappen: "Não existe uma facção de Verstappen, nem uma facção austríaca ou tailandesa. A empresa inteira opera em harmonia. Caso contrário, o tipo de sucesso que tivemos - tanto comercialmente quanto na pista - não seria possível".

Max Verstappen, Red Bull Racing, Helmut Marko, Red Bull Racing
Foto de: Red Bull Content Pool
Apesar dessa alegação, é evidente que a Red Bull GmbH, com sede em Fuschl am See, perto de Salzburgo, na Áustria, pretende assumir uma posição mais firme no gerenciamento da operação da F1 em Milton Keynes. Antes considerada como território de Horner, a fábrica agora está sendo reavaliada pela liderança austríaca, que acredita que os mesmos resultados poderiam ter sido alcançados com uma equipe mais enxuta.
"Estamos revisando tudo para obter o máximo de eficiência", foi a resposta codificada de Marko à ORF quando o repórter Ernst Hausleitner levantou a questão do que os membros do paddock descrevem como "crescimento descontrolado" nos últimos anos.
"E, é claro, o escopo das responsabilidades de Horner era... ou melhor, ele controlava tudo e estava envolvido em todos os detalhes. Naturalmente, isso criou áreas em que o desempenho foi prejudicado. É por isso que o foco agora é ter um engenheiro treinado nesse cargo, com forte ênfase na equipe de corrida".
Esse engenheiro treinado é Laurent Mekies, anteriormente chefe de equipe da Racing Bulls em Faenza. Embora Mekies, assim como Horner antes dele, detenha oficialmente a responsabilidade geral, Marko diz que o plano de longo prazo é dividir as antigas funções de Horner entre várias pessoas. Como o próprio Mekies disse ao assumir o cargo, "o objetivo é evitar gargalos".
Durante essa fase de transição, disse Marko, a sede da Áustria está se envolvendo mais ativamente nas operações diárias da Red Bull Racing: "O foco tem que ser a equipe de corrida. É claro que há departamentos como marketing e comunicações, e Salzburgo tem uma enorme experiência nessas áreas. Até que os chefes de departamento adequados sejam nomeados, Salzburg fornecerá suporte".
O histórico de Mekies em engenharia é visto como um trunfo claro, de acordo com Marko: "Outras equipes já demonstraram os benefícios dessa abordagem. Vimos que ele fez um excelente trabalho na Racing Bulls. A equipe fez avanços técnicos e de apresentação".

Laurent Mekies, diretor da equipe Red Bull Racing
Foto de: Red Bull Content Pool
Marko ressalta a importância de reduzir o escopo das funções do chefe de equipe: "A organização de Milton Keynes tem dois mil funcionários. Mekies se concentrará principalmente em assuntos técnicos e na equipe de corrida. O marketing, o projeto de hipercarro RB17 e o Powertrains [divisão de motores] serão tratados por seus próprios líderes dedicados, liberando Mekies para se concentrar totalmente no sucesso da corrida".
Essa é uma estratégia que Mekies parece adotar: "Uma de nossas principais prioridades é garantir que mantenhamos o foco correto e evitemos gargalos em todos os níveis da organização. Com essa mentalidade, estamos agora tomando as próximas medidas necessárias."
Marko, de 82 anos, também confirmou que a Red Bull tinha um plano B caso Mekies recusasse a oferta para se tornar chefe da equipe. No entanto, ele não revelou quem teria sido esse candidato alternativo, apesar de ter sido pressionado a dar detalhes.
Também vale a pena observar que Horner ainda está oficialmente sob contrato com a Red Bull. Um acordo de rescisão está sendo negociado no momento e, até lá, ele continua recebendo seu salário integral.
"Ninguém substituirá seu caráter [de Horner]", disse Mekies. "Ninguém pode entrar em seu lugar exatamente. Eu vim para fazer o trabalho de CEO e chefe de equipe. Existe alguma maneira de fazer isso da mesma forma que Christian fez? Não. Certamente não eu. Mas vamos contar com os enormes pontos fortes desta equipe".
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