F1: Como Hamilton vem reagindo à temporada 'de pesadelo' com a Ferrari
Apesar de voltar atrás nos comentários feitos após o GP de Las Vegas, reforçando sua fé no futuro com a Ferrari, Hamilton mal pode esperar pelo fim do ano
Após uma primeira temporada com a Ferrari na Fórmula 1 que está indo de mal a pior, Lewis Hamilton conta os dias para o fim de 2025. Mas isso não necessariamente significa que ele tenha desistido de sua aposta arriscada pela Scuderia.
Quando questionado pelo Motorsport.com após o GP de Las Vegas, se ele havia conseguido tirar algum ponto positivo de sua corrida de recuperação, largando de último para terminar em décimo, Hamilton foi direto e reto em sua resposta: "zero".
O restante de suas respostas foi difícil de discernir no barulhento paddock de Las Vegas. E essa tem sido a tônica de seu ano: quando mais avançava sua temporada na Ferrari, quanto mais contratempos ele passou a enfrentar, suas respostas foram se tornando cada vez mais curtas e mais silenciosas.
Depois de atingir um novo recorde negativo na noite de sexta-feira na classificação em Las Vegas (foi a primeira vez em sua carreira terminando um quali em 20º sem ter algum tipo de problema durante a sessão), ele estava praticamente murmurando, tanto naquela noite quanto um dia depois, após a corrida.
Alguém poderia simplesmente dizer que Hamilton apenas atendeu aos apelos do presidente da Ferrari, John Elkann, para que os pilotos falem menos, mas está claro que, para um homem que venceu 105 GPs e conquistou 202 pódios, viver sua primeira temporada sem pódios, sendo também a primeira para a Ferrari, sua equipe de infância, não tem sido nada divertido. Na verdade, é um desastre total.
Havia um sentimento de que, depois de lutar para se dar bem com os carros da era atual na Mercedes, o manuseio com a Ferrari seria melhor para ele, mas em algum momento de 2025 isso se mostrou uma ilusão.
Quanto mais cedo essa era de efeito de solo acabar, melhor. Isso se aplica à maioria dos pilotos, mas especialmente a Hamilton, como ele disse no Catar: "Estamos animados para ver esses carros no passado, com certeza".
O fascínio de um grande reinício em 2026 é o motivo pelo qual Hamilton se juntou à Ferrari desde o começo, uma chance de reencontrar sua paixão pelos carros e unidades de potência totalmente novos, e é por isso que não fazia muito sentido levar em conta seus comentários após Vegas sobre não estar ansioso por 2026.
Pergunte a qualquer pessoa no paddock - mecânicos, pilotos, jornalistas - se eles estão ansiosos por 2026 neste momento. A resposta será um inequívoco não. Se há algo para se esperar depois da atual rodada tripla que fecha a temporada, é a lembrança de como são os lares, parceiros, amigos e animais de estimação.
A ideia dos testes de pré-temporada começarem em pouco mais de oito semanas, e a sequência de lançamentos dos carros ocorrer antes disso, é algo que a maioria dos 'habitantes do paddock' saúda com um certo alento.
Lewis Hamilton, Ferrari
Foto de: Dom Gibbons / LAT Images via Getty Images
"Eu ficaria surpreso se os outros pilotos estivessem empolgados com o próximo ano no final da temporada, porque normalmente não se tem muita energia no final do campeonato", disse Hamilton em Losail. "Estou ansioso para passar um tempo com a família e outras coisas".
"Veja bem, isso foi apenas no calor da frustração [seus comentários sobre 2026]. Em geral, há muita frustração no final das corridas, mas quando elas não vão bem. Portanto, não, estou animado para ver o que a equipe vai construir no próximo ano e continuar a trabalhar com eles".
Isso não tira nada do fato de que 2025 foi uma desilusão para Hamilton e, embora ele não tenha sido o único piloto que lutou para se adaptar a uma nova equipe e a um novo ambiente, isso está levando muito mais tempo do que o previsto.
O homem que ele substituiu - Carlos Sainz - também levou algum tempo para encontrar sua velocidade, mas o espanhol igualou o ritmo de seu companheiro de equipe e conquistou um pódio para a Williams, algo que Hamilton não parece ter feito, por mais que tenha se aproximado de Charles Leclerc, notoriamente um bom classificador com a Ferrari, na segunda metade da temporada.
Mas Hamilton insiste que não está preocupado com a dificuldade de se igualar a Leclerc, que está em Maranello desde 2019.
"Não estou preocupado com isso, não. Tenho me concentrado apenas no meu lado durante esse período", disse Hamilton. "Obviamente, Charles fez um ótimo trabalho. Ele está aqui há sete anos, tem uma equipe ao seu redor com a qual trabalha há muitos anos, então é uma máquina bem azeitada".
Charles Leclerc, Ferrari, Lewis Hamilton, Ferrari
Foto de: Zak Mauger / LAT Images via Getty Images
"Do meu lado, é um novo grupo de pessoas. Para mim, é um novo ambiente com o qual ainda estou me acostumando a trabalhar. Depois, tive outro novo membro [da equipe] na metade do ano, então estamos trabalhando o máximo que podemos, mas fazer com que isso funcione tão bem quanto alguém que já tem isso há vários anos não é algo que se faz assim. Leva um pouco de tempo".
"Temos muito trabalho a fazer durante o inverno: analisaremos a temporada e há muitas melhorias que precisamos fazer coletivamente. Ninguém tem ilusão na equipe de que teremos de fazer a nossa parte e acredito que podemos. Portanto, espero que implementemos e façamos essas mudanças e que tenhamos um pacote melhor no próximo ano".
Hamilton disse que o apoio dos tifosi o manteve firme este ano, embora tenha sido difícil aceitar o fato de não poder recompensar a base de fãs da Ferrari com os resultados que seu fervor merece.
"A paixão é a coisa mais especial sobre a Ferrari e as pessoas que trabalham para ela - os tifosi, enquanto viajamos pelo mundo, o apoio incrível que recebemos", ponderou Hamilton sobre a principal fonte de forças em 2025. "Acho que isso provavelmente torna tudo ainda mais difícil quando temos fins de semana mais difíceis, porque você pode ver o quanto cada pessoa é apaixonada, dedicada e esforçada na fábrica e os resultados não refletem ou recompensam isso".
Hamilton agora está começando a enfrentar apelos cada vez mais altos de alguns cantos para se aposentar.
Mas quando lhe perguntaram se ele estava arrependido de ter assinado o contrato com a Ferrari, que, segundo dizem, tem duração de três anos, Hamilton nega categoricamente essa sugestão. Desistir não é uma opção: "Não me arrependo da decisão que tomei ao entrar para a equipe. Sei que é preciso tempo para construir e crescer em uma organização, e eu esperava isso".
Mas quanto a 2025, o fim da temporada pode não vir tão rápido quanto ele queira. Se alguma vez Hamilton precisou recarregar suas baterias, foi agora, depois do que ele concorda ser seu pior ano.
Bortoleto CONTESTADO e as REAIS chances de NORRIS, VERSTAPPEN e PIASTRI | Apple TV no lugar da GLOBO?
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