F1: Em entrevista exclusiva, Emerson Fittipaldi elogia Verstappen e diz que calendário com 23 GPs é "loucura"
Lenda do automobilismo brasileiro conversou com o Motorsport.com sobre reta final da atual temporada, cronograma de 2022 e Fórmula 1 nos EUA
Mesmo 41 anos após sua última corrida na Fórmula 1, Emerson Fittipaldi segue como uma figura de destaque na categoria. O bicampeão está presente em boa parte dos GPs e mantém o legado de sua família no automobilismo como 'professor' de Pietro, Enzo e Emmo, os membros da 'dinastia' na Europa.
Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com, organizada pelos sites Kelbet.es, VegasInsider.com, Sites-de-apostas.net, Wettfreunde.net, bemybet.com e Kelbet.nl, a lenda do esporte a motor brasileiro falou sobre suas expectativas para o desfecho da atual temporada, calendário, papel dos pilotos para a nova geração e o futuro da divisão máxima nos Estados Unidos.
Para Emerson, a "incrível" estatística de voltas lideradas por Max Verstappen na disputa com Lewis Hamilton mostra a consistência do holandês em uma época onde terminar as corridas é quase obrigação. Ele também critica as 23 provas de 2022, que são uma "loucura", coloca os atuais nomes como "heróis" para os mais jovens e acredita que o futuro da F1 é ter cada vez mais força no país norte-americano, por influência das redes sociais e a possível compra da Sauber por Michael Andretti. Confira agora os principais trechos da entrevista.
Verstappen ou Hamilton, quem será o campeão de 2021?
Max Verstappen, Red Bull Racing, 2nd position, and Lewis Hamilton, Mercedes, 1st position, congratulate each other in Parc Ferme
Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images
"É uma pergunta difícil de responder! Se você olhar quantas voltas Verstappen liderou este ano, é incrível, muito mais do que Lewis. Isso mostra que ele é competitivo em diferentes pistas e circunstâncias. Tenho certeza de que Mercedes e Hamilton vão trabalhar muito para vencer, ele quer ganhar o oitavo título e bater o recorde de Michael Schumacher. Para Max, seria o primeiro campeonato."
"As condições podem mudar em cada corrida, mas para mim, Max é estatisticamente consistente liderando as voltas. Ninguém sabia [no passado] se alguém teria uma falha mecânica ou sairia da pista. Agora, na minha opinião, toda corrida que eles têm que terminar e se concentrar em ficar entre os três primeiros para somar pontos. Se abandonarem uma prova, será um problema."
"A Red Bull tem um carro muito bom em todas as pistas. Acho que este ano eles parecem mais competitivos do que a Mercedes em pistas diferentes. Mais regulares, sempre rápidos, olhando de fora."
"Podemos ver claramente que Lewis, com toda a experiência que tem, em circunstâncias difíceis, está vindo, subindo e terminando sempre em primeiro, segundo ou terceiro. Ele não está cometendo erros. Verstappen também já acumula uma vivência muito boa, ele sabe terminar uma corrida e controlar uma situação. Isso ajuda muito."
"Todo piloto tem uma mentalidade de desempenho máximo. Cada um tem sua maneira de defini-la. Se você olhar para os melhores jogadores de tênis, todos têm um psicológico muito forte. Eles sabem o que estão fazendo. Se Max não ganhar este ano, sabe que no próximo pode tentar novamente."
"Será ótimo assistir as próximas corridas com certeza. estou muito animado. Espero que a McLaren, que correu tão forte em Monza, possa repetir a dose em Austin. Há muitas coisas que tornam esta temporada muito emocionante, com certeza."
Calendário com 23 corridas e bem estar dos pilotos
Daniel Ricciardo, McLaren MCL35M, Max Verstappen, Red Bull Racing RB16B, Lando Norris, McLaren MCL35M, Lewis Hamilton, Mercedes W12, Charles Leclerc, Ferrari SF21, and the rest of the field at the start
Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images
"Eu acho que é extremamente importante em qualquer esporte de alto nível o atleta ter uma boa vida familiar, eu acho que essa é a base. Você precisa ser capaz de recarregar a energia para o próximo evento, a próxima corrida. E o dia a dia pessoal com certeza ajuda muito nisso. Para mim, isso é obrigatório para todos."
"É um ponto muito importante, porque você pode imaginar quantas viagens terão para diferentes países no mundo, jet lags e distância da família quando ela não pode ir junto. É uma vida difícil, não apenas para os pilotos mas também aos mecânicos e toda a equipe. A F1 agora é muito difícil por causa do compromisso que quem trabalha nela precisa ter."
"Se você pensar durante a temporada quantos dias eles ficam em casa e quantos estão viajando, é muito. Em nossa época, tínhamos quatorze, quinze GPs, mas também muitos testes entre as corridas. Isso significava mais viagens. Hoje em dia não há muito disso, mas eles vão para o simulador e têm treinamento físico, além de compromissos entre os fins de semana. Eu não sei como lidam com 22 GPs, é demais. E 23 no próximo ano é loucura."
Influência dos principais nomes da F1 como "heróis" da nova geração
Pole man Lewis Hamilton, Mercedes
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
"Acho que com todos os seguidores que eles têm nas redes sociais, há uma responsabilidade como atleta, como herói. Eu olho para Emmo, ele tem quatorze anos e segue todos os pilotos. O que dizem e como se comportam influencia os jovens com certeza. Acho que é muito importante ser uma referência positiva para a nova geração. O exemplo de atletas, de campeões comprometidos com um esporte é ótimo."
"Na minha época, conseguíamos nos expressar de forma mais aberta, mais fácil de mostrar nossa personalidade, e agora isso é difícil, há uma pressão tremenda de todos. Com as redes sociais, às vezes você dá uma opinião e muita gente é contra. Apesar disso, a comunicação é fantástica, se você pensar bem. Eles são heróis e têm que dar um bom exemplo para a próxima geração. Tudo o que dizem é importante para os jovens, com certeza."
Fórmula 1 com duas corridas nos Estados Unidos e Andretti na Sauber
Lando Norris, McLaren MCL34, leads Daniel Ricciardo, Renault R.S.19 and Sebastian Vettel, Ferrari SF90
Photo by: Steven Tee / Motorsport Images
"Estou muito feliz, porque a Liberty Media é um grupo americano e querem cultivar a Fórmula 1 nos Estados Unidos. O GP de Miami está confirmado para 2022 e estão tentando uma terceira corrida. Creio que eles querem que o público nativo conheça a categoria. Para tornar a Fórmula 1 grande nos EUA, precisamos de mais GPs e um piloto americano."
"Com as redes sociais e o acesso da Netflix estamos conseguindo uma geração jovem de fãs. Eu acho que esse é o futuro da F1: ter um número cada vez maior na América."
"Acho que para Michael é ótimo ter esse novo desafio de uma equipe americana com sede na Europa, com todo o pessoal da Sauber."
"Com certeza ajudará a equipe, já tem muita gente competente e experiente lá. Frederic Vasseur é um grande chefe e tenho certeza de que, com a experiência de Michael, eles poderão montar uma escuderia competitiva nos próximos anos. Não sei quanto ao primeiro ano com as novas regras. Com certeza teremos surpresa com o novo pacote e mudanças nos carros."
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