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F1: Entenda por que Hamilton não quebrou as regras ao voltar à pista de ré em Ímola

Muitos lembraram de Nigel Mansell no GP de Portugal de 1989 para questionar porque Hamilton não recebeu uma punição

Lewis Hamilton, Mercedes W12, rejoins after an off

Um dos momentos de destaque no GP da Emilia Romagna de Fórmula 1 aconteceu na volta 31, quando Lewis Hamilton foi parar na brita e teve um leve toque nas barreiras na curva Tosa. A partir daí, o heptacampeão teve que iniciar uma prova de recuperação, que só foi possível pelo fato de que ele conseguiu voltar à pista usando a marcha ré.

Preso contra as barreiras para fazer uma manobra de saída, Hamilton perdeu muito tempo tentando entender qual seria o melhor modo de sair para retomar a  sua corrida, até que ficou claro para ele que a ré era a única opção.

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Após acionar a marcha ré, Hamilton voltou por toda a brita até chegar a pista, onde acertou a direção de seu carro e seguiu. A ação do britânico criou dúvidas, com alguns sugerindo que a ação do piloto da Mercedes era perigosa e contra o regulamento.

Isso também trouxe à tona memórias do GP de Portugal de 1989, quando Nigel Mansell foi desclassificado por usar a ré no pit lane após passar reto por seus mecânicos quando entrou para uma troca de pneus.

Porém, enquanto Mansell teve o regulamento jogado em seu colo naquele dia, a manobra de Hamilton recebeu o ok da FIA. E as razões para isso são bem simples.

No caso de Mansell, o regulamento segue o mesmo hoje: carros não podem usar a ré com sua própria potência no pit lane. O Artigo 28.3 do regulamento esportivo da F1 diz: "Em momento algum um carro pode usar a ré no pit lane usando sua própria potência".

Mas quando um carro está na pista, não há nada específico no regulamento que determine que os carros não podem ser conduzidos em marcha ré.

Na verdade, a razão é que é obrigatório que os carros de F1 tenham uma marcha ré, porque isso garante que os pilotos tenham a habilidade de se mover para trás caso necessário, para se recuperar ou evitar um incidente.

A única obrigação nesse sentido é que o piloto use a ré de modo seguro.

O Artigo 27.3 do regulamento esportivo determina: "Caso um carro saia da pista, o piloto pode retornar. Porém, isso só pode ser feito quando é considerado seguro e sem nenhum ganho duradouro".

O Artigo 27.4 acrescenta: "Em nenhum momento um carro pode ser conduzido desnecessariamente devagar, erraticamente ou de modo que possa ser considerado potencialmente perigoso para outros pilotos ou qualquer outra pessoa".

Lewis Hamilton, Mercedes W12

Lewis Hamilton, Mercedes W12

Photo by: Andy Hone / Motorsport Images

Durante o incidente de Hamilton, o diretor de provas da F1, Michael Masi, estava observando a situação e ouvindo o rádio da equipe. E Masi disse que ficou satisfeito com as mensagens enviadas a Hamilton, avisando-o sobre o tráfego e onde estava em relação ao circuito, o que significa que toda a manobra foi feita de modo seguro.

"O que ele fez foi sair de ré da brita na beira do circuito. Ouvindo o rádio entre Lewis e a equipe, eles absolutamente o guiaram por todo o caminho. Então, naquela circunstância particular, eu não considerei necessário enviar o caso para os comissários".

Masi disse que tais incidentes sempre são julgados com base nas circunstâncias e caso Hamilton tivesse voltado à pista de modo perigoso, tudo teria sido muito diferente.

"É algo julgado caso a caso, revisando todas as circunstâncias ao redor".

Refletindo sobre os momentos em que ficou preso na barreira, Hamilton disse que levou algum tempo para a ré ser acionada.

"A ré não entrada, então eu ficava apertando o botão e levou muito tempo para acionar. Não achei que funcionaria. Eu tentei dar uma pequena ré e rodar para sair de frente, mas voltaria ao muro. Então levou muito tempo para voltar à ré".

"Quando estava saindo, eu pensava que precisava seguir e fazer funcionar com a ré. E se não tivesse feito isso, talvez ainda estaria por ali, então ficou muito feliz por ter dado certo".

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