F1: Ferrari admite atraso de "meses" no desenvolvimento do carro de 2024

Scuderia acreditou que a FIA tomaria medidas contra peça polêmica, o que lhe custou tempo de essencial da temporada

Ferrari SF-24 front wing detail

A Ferrari admitiu que atrasou o desenvolvimento do carro de 2024, chegando tarde na 'festa' das asas flexíveis das equipes de Fórmula 1, pois estava convencida de que a FIA iria restringir a prática.

As escuderias descobriram que explorar a elasticidade aerodinâmica nas asas dianteiras com a geração atual de carros pode ser uma ferramenta poderosa para se livrar de uma característica inerente de saída de frente em baixa velocidade e saída de traseira em alta velocidade que as máquinas de efeito solo têm.

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Os ganhos de equilíbrio de uma asa dianteira flexível bem otimizada podem ser perceptíveis, e é por isso que equipes como McLaren e Mercedes deram passos notáveis ao otimizar seus designs ao longo desta temporada.

A própria Ferrari adotou um novo design de asa dianteira flexível desde o GP de Singapura para buscar seu próprio aumento de desempenho nessa área, e isso coincidiu com um retorno às boas performances da fabricante italiana, que incluiu vitórias nos Estados Unidos e no México.

Refletindo sobre o motivo de ter sido tão tarde para buscar agressivamente o conceito, o chefe de equipe da Ferrari, Fréd Vasseur, explicou que o processo foi interrompido por acreditar que uma ação da FIA para investigar os comportamentos das asas flexíveis a partir do GP da Bélgica resultaria em uma restrição do truque.

Em vez disso, como a Ferrari descobriu posteriormente, a FIA adotou a postura de que estava satisfeita com o que as equipes estavam fazendo e deixou claro que não vê motivos para mudar as regras.

Falando ao Motorsport.com sobre a situação das asas flexíveis, Vasseur afirmou: "Houve frustração porque, em determinado momento, estávamos esperando a decisão da FIA quando instalaram as câmeras [do GP da Bélgica]".

"Estávamos convencidos de que a decisão seria 'não vai'. E foi para o 'vai'! Então, provavelmente perdemos um ou dois meses".

Charles Leclerc, Ferrari SF-24

Charles Leclerc, Ferrari SF-24

Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images

Vasseur disse que a decisão da Ferrari de não arriscar na busca por um projeto de asa dianteira que pudesse explorar melhor a elasticidade aerodinâmica também foi influenciada pelo fato de que a restrição do limite de custos da F1 significava que ela não poderia se dar ao luxo de continuar trabalhando no projeto se houvesse o risco de ele nunca ser usado.

"É difícil porque, com o limite de custos, você tem que fazer suas escolhas", acrescentou Vasseur.

"Isso significa que, se estivermos convencidos de que não será permitido e começarmos a desenvolver algo, isso nos custará um tempo no túnel de vento. Mas a decisão foi nossa".

A partir do GP da Bélgica, a FIA intensificou sua análise da flexão das asas dianteiras das equipes, instalando novas câmeras de vídeo e adesivos de monitoramento adicionais para permitir uma melhor compreensão da dinâmica em jogo.

Falando recentemente sobre o que o órgão regulador descobriu, o chefe de monopostos da FIA, Nikolas Tombazis, disse que a conclusão foi que, devido à variação de abordagem das equipes, teria sido injusto introduzir qualquer mudança nos regulamentos de asa flexível a curto prazo.

"Como a asa dianteira é carregada de maneiras diferentes, não podemos prever isso facilmente nos regulamentos", disse. "Como não há duas asas com exatamente o mesmo padrão de carga, é muito difícil criar um teste adequado".

"Portanto, como essas regras estão em vigor desde 2022, achamos que era um pouco precipitado dizer de repente que em 2025 iríamos mudá-las ou, de fato, mudar algo para 2024".

"Mas estamos usando essas informações que estamos coletando para talvez nos levar a algo um pouco mais eficaz para 2026", concluiu Tombazis.

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