F1: FIA deve reduzir uso de bandeira preta e laranja após controvérsias em 2022

No entanto, nenhuma mudança da regra está planejada como resultado da revisão da entidade

Kevin Magnussen, Haas VF-22, Esteban Ocon, Alpine A522

Os oficiais da FIA provavelmente reduzirão o uso do aviso da bandeira preta e laranja após a controvérsia sobre sua utilização em vários incidentes durante a temporada 2022 da Fórmula 1, apurou o Motorsport.com.

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Em vez disso, o ônus será das equipes para garantir que seus carros continuem operando de maneira segura, mesmo depois de sofrer danos em incidentes e, em seguida, provar que esse é o caso em inquéritos em competição levantados pelo órgão regulador.

A bandeira preta e laranja é usada como uma instrução para os competidores ordenando que eles parem para reparos se sofrerem danos e sua participação contínua for considerada insegura, com os pilotos sendo obrigados a entrar nos boxes no final da volta após receberem o aviso.

Seu uso na temporada de 2022 ganhou as manchetes desde o GP dos EUA, depois que a Haas protestou contra os resultados de Sergio Pérez, da Red Bull, e de Fernando Alonso, da Alpine, porque acreditava que ambos terminaram a prova correndo com danos, violando as regras de segurança.

Isso se deu pelo fato de Kevin Magnussen, piloto da Haas, ter recebido a instrução da bandeira preta e laranja em três corridas no início de 2022 – Canadá, Hungria e Cingapura – depois de sofrer danos na placa final da asa dianteira em cada uma delas que deixaram a peça solta.

Isso foi considerado inseguro pelos oficiais da FIA e ele precisou ir aos boxes para repará-los.

Mas a Haas ficou furiosa, sentindo que está sendo tratada de maneira diferente de outras equipes neste assunto, quando isso não aconteceu com Pérez na corrida em Austin (sua placa final foi danificada e caiu cinco voltas após seu contato com o piloto da Alfa Romeo, Valtteri Bottas) e Alonso terminou a corrida apesar de seguir por várias voltas com seu retrovisor direito saltando e depois se desprendendo.

O protesto da equipe norte-americana contra Pérez foi rejeitado porque a Red Bull havia fornecido fotos à FIA para mostrar que o dano na placa final não estava se movendo de forma insegura, o que a FIA aceitou e os comissários concordaram.

Mas o protesto contra Alonso foi inicialmente considerado admissível e mais tarde ele recebeu uma adição de 30 segundos no seu tempo final que lhe custou o sétimo lugar no fim de semana passado.

Isso foi posteriormente rescindido, após uma longa saga em relação as decisões e o porquê do protesto da Haas ter sido autorizado, em primeiro lugar.

Fernando Alonso, Alpine A522

Fernando Alonso, Alpine A522

Photo by: Andy Hone / Motorsport Images

No anúncio sobre a anulação da penalidade de Alonso em Austin, foi revelado que o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, havia iniciado uma revisão sobre o uso futuro da bandeira preta e laranja.

O Motorsport.com entende que isso foi promulgado em acordo unânime com as equipes de F1 e segue a declaração dos comissários de Austin alegando que estavam “preocupados” que Alonso pudesse continuar circulando com seu retrovisor solto.

Isso é parte central da controvérsia sobre o uso da bandeira preta e laranja em 2022, já que os incidentes envolvendo Magnussen seguiram a redação da regra no código esportivo da FIA, mas confusão e raiva se seguiram depois que ele não foi aplicado a Alonso no Circuito das Américas.

O Código Esportivo Internacional da FIA sobre o uso da bandeira afirma: “Esta bandeira deve ser usada para informar ao piloto em questão que seu carro tem problemas mecânicos que podem colocar em risco a si mesmo ou a outros e significa que ele deve parar em seu box na próxima volta."

“Quando os problemas mecânicos forem corrigidos a contento do escrutinador-chefe, o carro pode voltar à corrida.”

O uso da bandeira preta e laranja foi discutido em uma reunião dos chefes de equipe no traçado do Autódromo Hermanos Rodriguez antes do treino de abertura para o GP da Cidade do México de 2022 na sexta-feira.

A discussão em andamento diz respeito a como a bandeira será usada nos próximos eventos, com o entendimento de que os oficiais agora estarão menos inclinados a dar o aviso automaticamente, pois as equipes têm tantos dados para provar que uma parte, mesmo danificada, não virá a se tornar um problema de segurança.

Isto deixa a F1 em um arranjo diferente com outras categorias cobertas pelo Código Esportivo Internacional, onde a correspondente falta de dados significa que os pilotos podem estar correndo sem saber que têm danos e, portanto, o ônus é dos oficiais da corrida para fazê-los parar para reparos para garantir a segurança.

Entende-se que nenhuma mudança de regra para a categoria está planejada como resultado da revisão da FIA, com o corpo administrativo, em vez disso, definido em deixar o ônus às equipes para garantir que seus carros funcionem de maneira segura o tempo todo - embora ele intervirá e fará consultas imediatas nos casos em que os danos forem claramente visíveis.

Um problema com esta abordagem poderia vir dos pontos de vista diferentes sobre como os carros danificados continuam na corrida após incidentes como o de Alonso com Lance Stroll em Austin, com concorrentes naturalmente inclinados a empurrar o limite das regras e outras equipes suscetíveis de se oporem para ganhar vantagem competitiva.

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