F1: FIA toma medidas drásticas para punir uso de palavrão e manifestações políticas; entenda
Regulamentadora deixou punições mais rigorosas para as próximas temporadas
FIA flag
Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images
Em 2024, a FIA enfrentou uma série de polêmicas envolvendo punições aplicadas aos pilotos e, uma das manifestações mais controversas, foi a decisão de a Fórmula 1 passar a punir os competidores que utilizarem palavras de baixo calão durante as transmissões oficiais da categoria.
Max Verstappen foi um dos que precisou pagar com trabalho voluntário, após xingar o próprio carro durante uma coletiva de imprensa no GP de Singapura. Agora, a regulamentadora decidiu quais serão as punições exatas para novas transgressões.
O piloto que quebrar as diretrizes do esporte pode enfrentar uma multa em dinheiro ou perder pontos no campeonato, como revelou a atualização do código de conduta da FIA publicado na última quarta-feira (22). A nova regra está no Artigo 12, que fala sobre má conduta.
A regulamentadora define má conduta como: "uso geral de linguagem de baixo calão (escrita ou verbal), gestos e/ou símbolos ofensivos, insultos, grosserias ou abusos e algo que pode ser razoavelmente entendido como grosseiro ou rude ou que cause ofensa, humilhação ou seja inapropriado", "agressões (com cotovelada, chute, soco ou bater)" e "incitamento a fazer qualquer coisa listada acima".
As novas diretrizes também incluem a base das penalidades e multas que podem ser aplicadas aos pilotos, que são multiplicadas por quatro para os pilotos de F1.
Cometer uma infração dentro dos limites da má conduta inclui uma multa básica de 10 mil euros (R$ 65 mil) para a primeira infração - que se torna 40 mil euros (R$ 248 mil) para um piloto de F1. A partir da segunda infração, a multa básica sobe para 20 mil euros (80 mil euros (R$496 mil) na F1) e uma suspensão da licença por um mês na segunda infração.
Uma próxima transgressão resulta em uma multa de 30 mil euros (120 mil euros (R$744 mil) para pilotos de F1) "mais um mês de suspensão e a dedução de pontos no campeonato".
Penalidades parecidas são garantidas para "qualquer palavra, ação e escrita que pode causar dano moral ou perda para a FIA, membros e oficiais executivos, e, mais genericamente sobre o interesse do esporte a motor e sobre os valores defendidos pela FIA" e "qualquer incitamento público à violência ou ao ódio".
A FIA também manteve as mesmas multas para "a realização e exibição generalizada de declarações ou comentários políticos, religiosos e pessoais, nomeadamente em violação do princípio geral de neutralidade promovido pela FIA ao abrigo dos seus Estatutos, a menos que previamente aprovado por escrito pela FIA para Competições Internacionais, ou pela ASN relevante para Competições Nacionais dentro de sua jurisdição", ao mesmo tempo em que exige que os pilotos apresentem um pedido público de desculpas por suas observações e retratação de seus comentários.
Mohammed Ben Sulayem, President, FIA
Photo by: Steven Tee / Motorsport Images
Além disso, serão aplicadas sanções mais severas por qualquer "não cumprimento das instruções da FIA relativamente à nomeação e participação de pessoas durante cerimônias oficiais em qualquer Competição que conte para um Campeonato FIA".
Isto começa com uma multa de 15 mil euros (R$93 mil), com uma multa de 30 mil euros por uma segunda infração "mais suspensão de acesso à(s) Área(s) Reservada(s) do evento para o próximo evento" - que pode incluir tudo, desde a pista, paddock, parque fechado, e zonas de mídia.
Uma nova infração por não cumprimento das instruções da cerimônia receberá uma multa de 45 mil euros mais uma suspensão de seis meses das áreas reservadas definidas – todas as multas novamente multiplicadas por quatro para os pilotos de F1.
O Código Desportivo Internacional também recebeu cláusulas adicionais, incluindo infrações por qualquer descumprimento das diretrizes ambientais estabelecidas pelo órgão regulador.
Há também acréscimos para protestos inadmissíveis; um protesto agora exigirá inscrições individuais para cada assunto. O código desportivo também determina que "qualquer protesto contra a decisão dos comissários será inadmissível".
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