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F1: Haas rejeita pedido da Uralkali para reembolsar patrocínio e exige compensação da empresa de Mazepin

Com o posicionamento da Haas e a Uralkali "descrente" com a decisão da equipe americana, caso deve parar nos tribunais

Mick Schumacher, Haas VF-22

A Haas rejeitou um pedido da ex-patrocinadora máster Uralkali, de Dmitry Mazepin, pelo reembolso de 13 milhões de dólares (R$61 milhões) já pagos pela empresa russa. A equipe da Fórmula 1 ainda pediu uma compensação da marca no valor de 8,6 milhões de dólares (R$40 milhões) por "perda de lucros".

Como resposta à invasão na Ucrânia em março, a Haas encerrou de forma unilateral o acordo de patrocínio com a Uralkali, devido às ligações pessoais entre Dmitry e o presidente russo Vladimir Putin.

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Isso levou também ao fim do contrato com o piloto Nikita Mazepin, que foi substituído por Kevin Magnussen em um acordo plurianual. 

Na época, a Uralkali disse que consideraria entrar com uma ação legal sobre o caso, em busca de reembolso do valor já pago para a equipe antes do início da temporada. 

Em um comunicado divulgado no mês passado, a companhia se pronunciou: "Como a maior parte dos fundos de patrocínio para a temporada 2022 já haviam sido transferidas para a Haas e considerando o fato de que a equipe encerrou o acordo antes da primeira corrida da temporada, conclui-se que a Haas falhou ao não cumprir suas obrigações para com a Uralkali para este ano".

"A Uralkali pedirá imediatamente o reembolso dos valores recebidos pela Haas".

Em coletiva feita no mês passado, Nikita disse inclusive que esse dinheiro recuperado seria usado para financiar sua nova ONG, que ajudaria atletas russos banidos de competir por conta da guerra.

A Uralkali escreveu à Haas posteriormente para questionar os direitos da equipe pelo encerramento do contrato, além de pedir o reembolso dos 13 milhões de dólares já pagos. Mas surge agora a informação de que a Haas respondeu formalmente o documento, rejeitando as acusações.

Em uma carta escrita pela Haas para a empresa russa, cuja cópia foi obtida pelo Motorsport.com, o time americano insiste que tinha o direito de encerrar o acordo por conta de uma cláusula no contrato, que diz que a Uralkali não pode "ferir, questionar, ridicularizar ou diminuir a reputação pública ou imagem favorável da Haas".

Haas removed all Uralkali branding on its 2022 car in Barcelona testing, before terminating the contract of Nikita Mazepin

Haas removed all Uralkali branding on its 2022 car in Barcelona testing, before terminating the contract of Nikita Mazepin

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

A Haas afirma que as ligações de Mazepin com Putin, aliado às sanções impostas pela União Europeia forçaram o acionamento da cláusula. Porém, quando o contrato foi encerrado, a Rússia e os Mazepins ainda não haviam sofrido nenhuma sanção imposta pela União Europeia ou qualquer outra parte.

Na carta, a Haas põe este argumento como principal motivo para acreditar que não deveria devolver o dinheiro de patrocínio da Uralkali.

"Segundo advogados e professores de direito de forma unânime, a parte que encerra o contrato por quebra do acordo pela outra parte não é obrigada a devolver à esta parte o que já foi recebido segundo o acordo".

"A alegação da Uralkali para obter um reembolso do valor pago de 13 milhões de dólares não possui fundamentos e é rejeitada".

A Haas acrescenta que, além do valor já pago, a equipe também tem direito a uma compensação pela perda dos lucros que acredita que teria caso o acordo com a Uralkali fosse levado adiante. A equipe exige um pagamento de mais 8,6 milhões de dólares, que fosse pago em questão de dias.

A Haas ainda deixou claro que, enquanto não receber esse pagamento, não cumprirá uma cláusula do acordo, de dar para a Uralkali um dos carros usados por Mazepin na temporada 2021.

"A menos e enquanto esse valor não seja pago à Haas, a Haas não vê obrigação em seu lado de entregar o carro da F1".

Segundo uma fonte com bom conhecimento da situação, a Haas também se recusou a pagar Mazepin seu salário pelo tempo trabalhado nesta temporada antes do cancelamento do contrato.

O posicionamento da Haas deixou a Uralkali surpresa, com fontes afirmando que a empresa e Mazepin estão "descrentes" com a retenção do dinheiro, o carro de 2021 e a exigência de um pagamento extra.

Esta fonte disse: "Todos entendem que o mundo se encontra em uma situação complicada, mas é ridículo argumentar que a Haas tem direito de manter o dinheiro pago por um contrato encerrado unilateralmente, sem entregar nenhum dos serviços acordados".

"Eles parecem tranquilos com gastar o dinheiro russo, e inclusive pedem por mais, mas não querem nenhum russo por perto".

"É realmente chocante ver como eles tratam um patrocinador que deu a cara a tapa no ano passado quando a equipe precisava desesperadamente de recursos e que se ofereceu para ir além do acordado para entregar bônus aos funcionários como incentivo para obterem melhores resultados".

Representantes da Uralkali e de Nikita Mazepin se recusaram a comentar sobre o caso, entregando um comunicado anterior divulgado pelo site da empresa. A Haas também foi questionada, mas não respondeu até o momento da publicação.

É quase certo que o assunto irá parar nos tribunais, a menos que a Haas tenha uma mudança de última hora em seu posicionamento.

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Jonathan Noble
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