F1: Horner compara disputa contra McLaren à temporada de 2021
Equipe de Milton Keynes terá mais tempo de desenvolvimento do que as campeãs mundiais McLaren e Ferrari na primeira metade de 2025 - mas isso pode não ser notado até 2026
A Red Bull começou 2024 imaginando que seria tão dominante quanto em 2023, no entanto, apesar de ter garantido o quarto campeonato na Fórmula 1 de Max Verstappen, a equipe perdeu o título de construtores para a McLaren, ficando, inclusive, atrás da Ferrari também.
Para Christian Horner, chefe da equipe de Milton Keynes, isso faz com que ele consiga traçar um paralelo entre o duelo contra o time de Woking e o que aconteceu em 2021, contra a Mercedes.
"Quando você está em uma batalha acirrada, o desenvolvimento inevitavelmente leva mais tempo durante a temporada, o que é particularmente difícil. Vimos isso de 2021 a 2022, quando houve uma grande mudança conceitual nas regras".
Em 2021, a Red Bull e a Mercedes lutaram pelo título mundial até a última corrida do ano em Abu Dhabi. A Ferrari, por outro lado, não desempenhou nenhum papel nesse duelo e pôde se concentrar desde cedo no desenvolvimento para a temporada de 2022, na qual venceu duas das três primeiras corridas.
"Quanto mais cedo você começa, maior é a vantagem, é claro", diz Horner, "mas se o campeonato estiver próximo e continuar emocionante até o final, será uma decisão difícil para as equipes decidirem como alocar seus recursos".
E é exatamente nesse ponto que a Red Bull pode ter uma vantagem, porque o sistema de handicap significa que ela tem mais tempo de desenvolvimento do que a McLaren e a Ferrari até pelo menos 30 de junho. Os recursos serão então redistribuídos de acordo com a classificação atual do campeonato mundial.
Por que a Red Bull não tem nenhuma vantagem para a temporada de 2025
Nesse contexto, o chefe de equipe da Ferrari, Frederic Vasseur, acredita que a Red Bull ainda não terá uma grande vantagem na temporada de 2025. Isso se deve ao fato de que os novos carros foram criados em grande parte em 2024 e, portanto, ainda estão sob a antiga chave de handicap.
E a Red Bull ainda teve o menor tempo de desenvolvimento de todas as equipes. De acordo com Vasseur, é provável que a mudança não seja perceptível até 2026 porque, em sua opinião, a maioria das equipes já estará se concentrando no ano seguinte "bem no início da temporada".
O maior "perdedor" do sistema de handicap, nesse caso, é a McLaren, já que o título do campeonato mundial de 2024 deu a ela o menor tempo de desenvolvimento de todas as dez equipes desde 1º de janeiro. No entanto, o chefe de equipe de Woking, Andrea Stella, não vê isso como um grande problema.
"Os padrões na F1 são atualmente muito, muito altos. Para se manter competitivo, é preciso investir muito em desenvolvimento e desempenho. Isso nos apresenta o desafio de ter que dizer onde faremos esses investimentos", admite.
No entanto, ele também enfatiza: "Acho que as equipes hoje são capazes de fazer dois projetos [para 2025 e 2026] ao mesmo tempo. Portanto, pessoalmente, não acho que perderemos muito em termos de desempenho porque temos que decidir como alinhar o desenvolvimento".
Stella: A eficiência é mais importante do que o tempo de desenvolvimento
Em algum momento durante a temporada de 2025, é claro que será necessário tomar uma decisão sobre quando concentrar tudo em 2026. Isso dependerá, acima de tudo, de "quão realistas são as chances de vencer corridas e lutar pelo campeonato".
Em outras palavras, as equipes que perceberem logo no início que não conseguirão ganhar o título mundial em 2025 mudarão seu desenvolvimento completamente para 2026 ainda mais cedo. No entanto, de acordo com Stella, o tempo propriamente dito de desenvolvimento disponível não desempenha um papel tão importante.
O chefe da equipe McLaren explica que a eficiência é o fator mais importante. "Não é que, pelo fato de eu ter três vezes mais tempo no túnel de vento, eu possa necessariamente desenvolver o carro três vezes mais rápido. Esse não é o caso", esclarece Stella.
Isso também ficou evidente na temporada de 2024. "Houve desenvolvimentos que foram trazidos para a pista por algumas equipes, mas eles não levaram necessariamente ao progresso. Portanto, não se trata necessariamente de quantidade", enfatiza o italiano.
Portanto, em 2025, não se trata apenas de quem tem mais tempo de desenvolvimento. Trata-se também de quem pode utilizá-lo de forma mais eficaz.
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