Saiba como Russell arriscou sua carreira para tentar a sorte com a Mercedes na F1
Britânico recusou BMW no DTM para arriscar uma oportunidade incerta em uma das principais equipes do grid na maior categoria do automobilismo mundial
Em um mundo paralelo, George Russell não estaria na Fórmula 1 e sim competindo em sua sétima temporada no DTM com a BMW. Isso é o que poderia ter acontecido no final da temporada 2015 da F3 europeia, na qual o estreante inglês terminou em sexto.
Depois de um 2015 convincente em um grid de mais de 30 carros na F3 europeia, com Antonio Giovinazzi, Charles Leclerc, Lance Stroll e Alex Albon, Russell poderia ter se juntado à BMW no Campeonato Alemão de Carros de Turismo, mas uma vaga oferta da Mercedes mudou tudo.
“Em 2015, recebi uma oferta da BMW para dirigir no DTM”, revela Russell em um podcast da revista MotorSport. "Fiz um teste com a BMW em dezembro em Jerez e eles enviaram um de seus pilotos [Tom Blomqvist] como referência. Fui mais rápido. A Audi também estava participando."
"Todo mundo estava observando os tempos - não era um teste público, mas em particular você podia ver o melhor tempo do dia - havia um engenheiro que passou da BMW para a Mercedes que talvez tenha sido bastante influente."
"'Esse cara vai ser rápido, você tem que contrata-lo', disse ele. Eles colocaram o contrato da BMW na mesa para mim, eu estava quase pronto para assiná-lo e foi quando recebi a ligação de Gwen Lagrue em janeiro de 2016. Foi quando tudo começou”, disse Russell.
George Russell (Carlin) en 2015
Mas Russell não teve o melhor dos começos com Toto Wolff. Em 2015, George se recusou a correr pela Mücke Motorsport, que usava motores Mercedes, considerando a equipe muito pouco competitiva, e em vez disso assinou com a Carlin. Esta tinha motores Volkswagen, cujo diretor de competição era um certo Jost Capito. "Acho que você está tomando a decisão errada", disse Wolff a Russell. O austríaco não ficou ressentido, mas o dilema que surgiu um ano depois foi difícil.
"A Mercedes foi bem clara: 'Se você não correr com a Mercedes, não haverá oportunidades com a Mercedes no futuro'", disseram eles a Russell. "O acordo que a Mercedes ofereceu tinha uma cláusula: 'Corra na F3 por mais um ano com uma equipe apoiada pela Mercedes - a Hitech -, você vem e faz todo o trabalho de simulador para a Mercedes F1, aí vamos ver como você se sai dentro e fora da pista e decidiremos em outubro se contratamos você'."
"'Há uma chance de não contratá-lo e há uma chance de contratá-lo. Mas se você assinar o contrato com a BMW, acabou'. Eu tinha o contrato com a BMW na mesa para correr no DTM, que provavelmente era o melhor campeonato depois da F1 naquela época", seguiu Russell.
"Eu tinha 17 anos, eles me ofereceram muito dinheiro, foi muito surpreendente! Foi tão de repente depois daquele teste, que correu incrivelmente bem. O contrato estava na mesa três dias depois. Eu ainda não tinha contatado nenhuma equipe de F1. As conversas com Toto foram positivas, mas eu não tinha certeza se elas levariam a alguma coisa . Uma decisão tinha que ser tomada”, explicou o piloto.
"De repente, a Mercedes me ligou, mas eles não me ofereceram nada de concreto. Eu tive que arriscar com eles. Era possível que eles mudassem de ideia e pedissem 'desculpa', e então a porta da BMW teria se fechado também . Mas a grande diferença era que Mercedes era F1, e BMW era DTM. Eu tinha 17 anos e tinha que correr esse risco. Se não tivesse dado certo, talvez eu me arrependesse, mas deu certo", disse.
George Russell (Hitech GP) en 2016
Então Russell recusou a chance de ingressar no DTM com a BMW e voltou à F3 europeia com a nova equipe Hitech GP, desta vez com motores Mercedes. Ele ficou com a terceira colocação no campeonato, atrás de dois pilotos da Prema, Lance Stroll e Maximilian Günther, e logo à frente de um terceiro representante da equipe italiana, Nick Cassidy. Isso foi o suficiente para convencer as Flechas de Prata.
"A Mercedes estava muito ciente do quanto os carros Prema dominavam o restante do grid", disse o inglês. Como resultado, Russell ingressou oficialmente no programa de jovens pilotos da Mercedes em janeiro de 2017, antes de ganhar títulos consecutivos de GP3 e F2 como novato, além de ter três temporadas inovadoras na F1 com a Williams. Isso lhe abriu as portas para a Mercedes F1, pela qual fez sua notória estreia batendo o formidável companheiro e compatriota Lewis Hamilton em 2022.
Bastidores da possível 'volta' da Honda à F1, como montadora ou equipe própria
Podcast Motorsport.com debate os pilotos destacados da F1 2022; ouça já!
Faça parte da comunidade Motorsport
Join the conversationCompartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.