F1: O 'segredo' por trás da recuperação de Norris nas classificações em 2025
Há algum tempo, ele optou por eliminar o delta na classificação, ou seja, a referência de sua melhor volta. Uma escolha que, de acordo com Norris, permite que ele não seja influenciado e se concentre em maximizar cada curva
Graças ao seu sucesso no México, Lando Norris está de volta ao topo do Mundial de Pilotos da Fórmula 1, apenas um ponto à frente de seu companheiro, Oscar Piastri. Uma margem que, à primeira vista, pode parecer mínima, mas que, nesta fase do ano, assume um peso psicológico considerável, especialmente porque ocorre em um momento em que o britânico tem se mostrado mais consistente que o australiano.
Já falamos sobre como o relatório de Singapura pode ter sido o ponto de virada, com o próprio Norris provocando uma forte reação da equipe depois de uma etapa em que a McLaren decepcionou as expectativas, não tanto em termos de ritmo de corrida, mas pela surpreendente falta de incisividade na classificação que, mais tarde, custou a vitória.
A partir desse relatório, Norris acredita que a direção certa foi tomada, o que levou ao domínio mexicano.
Certamente, as qualidades de resfriamento e o gerenciamento da degradação do pneu traseiro tiveram um papel decisivo na construção de um sucesso claro e convincente. Um resultado também favorecido pela sensação que o britânico redescobriu no sábado, depois de ajustar alguns aspectos do carro e recuperar as sensações de volta no seco que lhe faltaram no dia anterior.
Lando Norris, McLaren
Foto de: Clive Rose / Fórmula 1 via Getty Images
Foram exatamente os altos e baixos na classificação que Norris teve de enfrentar durante grande parte da temporada. O MCL39 provou ser um carro rápido, competitivo e eficaz, especialmente nas corridas, quando é necessário preservar os pneus e aproveitar ao máximo a carga aerodinâmica. No ritmo de quali, no entanto, ele mostrou mais limitações.
A McLaren tem se esforçado muito para devolver a Norris aquela sensação que, segundo ele, estava faltando desde o início do ano e que parecia distante da relação "mágica" estabelecida com o monoposto de 2024. Por esse motivo, no decorrer da temporada, foram introduzidas atualizações específicas para o britânico, incluindo uma caixa de direção redesenhada em alguns elementos, projetada para oferecer a ele maior sensibilidade, especialmente na qualificação.
Mas, falando de voltas de quali, há um aspecto muito particular que distingue os dois pilotos da equipe de Woking: a abordagem diferente da tentativa de classificação. Há algum tempo, de fato, Norris pediu que o delta, a referência cronométrica que, curva após curva, indica se o piloto está melhorando ou piorando em relação à sua melhor volta, fosse removido do visor do volante.
Lando Norris, McLaren
Foto de: Carl De Souza / AFP via Getty Images
Um detalhe curioso, mas com uma motivação muito específica: minimizar a influência dos dados. Muitos pilotos, na verdade, usam o delta, posicionado no canto superior direito do volante da McLaren, logo acima do mostrador de velocidade, como referência para avaliar o progresso da volta e entender se estão ou não melhorando seu próprio tempo.
Em algumas ocasiões, aconteceu de um piloto desistir da tentativa ou abordar a volta com mais cautela, precisamente com base nas referências fornecidas pelo delta. No entanto, Norris, ao contrário de seu companheiro de equipe, optou por eliminá-lo na qualificação para não se deixar afetar.
Em sua opinião, essa escolha lhe permite maximizar cada curva, mesmo sabendo que, no caso de um erro óbvio, os pilotos ainda estão cientes da necessidade de abortar a volta. Por outro lado, as sensações nem sempre coincidem com a eficácia no cronômetro: pode acontecer de um piloto se sentir perfeitamente à vontade com o carro, mas não conseguir traduzir essa sensação em uma volta rápida.
Comparação da tela do volante da McLaren entre Norris e Piastri na classificação
Foto de: Gianluca D'Alessandro
Por esse motivo, Norris não quer ser condicionado na classificação, concentrando-se apenas na pista. "Quem sabe se o fato de não usá-lo me ajudou ou me fez piorar? O ponto crucial, do meu ponto de vista, é que não usá-lo me permite forçar o tempo todo, independentemente de como foi a primeira parte da volta, porque você não tem referências de tempo, então está sempre tentando maximizar cada curva o máximo possível".
"Decidi tirá-lo [o delta]. Se eu ainda o tivesse, às vezes prestaria muita atenção a ele e isso não é bom. Às vezes, também é bom porque, quando dá certo, como aconteceu no México, é uma surpresa agradável ver o tempo no final da volta", acrescentou Norris.
É claro que o britânico ainda tem o tempo de volta que aparece na tela no final da volta, portanto, ele tem uma referência final. Além disso, ele certamente não fica "no escuro" durante a volta: dados fundamentais, como a temperatura dos pneus, que é indispensável para otimizar a preparação dos pneus e a janela de operação, o equilíbrio das marchas e dos freios, permanecem visíveis, mesmo que muitas vezes sejam gerenciados por meio de predefinições.
A situação muda, no entanto, na corrida, quando o delta volta a ser mostrado, principalmente para garantir a consistência e fornecer uma referência sobre o nível de economia exigido pela equipe em determinados pontos da pista. Um detalhe curioso, no entanto, que ajuda a entender como um piloto pensa nos bastidores.
VERSTAPPEN vai REINAR em SP? Vem CHUVA? Hamilton, BORTOLETO e tudo da F1 pré-Interlagos | BOTECO F1
Ouça versão áudio do Podcast:
ACOMPANHE NOSSO PODCAST GRATUITAMENTE:
Faça parte do nosso canal no WhatsApp: clique aqui e se junte a nós no aplicativo!
Compartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.