F1: Red Bull precisa parar de 'queimar' pilotos na busca de um 'Verstappen dois'?
Marko continua forçando a troca de companheiros de Verstappen enquanto busca uma 'cópia' do tetracampeão para controlar o carro arisco

A decisão 'brutal' de tirar Liam Lawson do assento na Red Bull e colocar Yuki Tsunoda em seu lugar após apenas duas corridas na temporada de 2025 claramente tem o 'dedo' de Helmut Marko. A alegria do neozelandês na Fórmula 1 durou pouco - o piloto assumiu o carro nos testes em Sakhir, no GP da Austrália e teve sua última experiência na China.
Agora o veredito não é nada bom para Lawson. Ele perdeu seu assento em tempo recorde até para a equipe taurina.
Alexander Albon disputou 26 corridas ao lado de Max Verstappen e deixou o time no final de 2020. Foi o mesmo que ofereceu a melhor explicação de como é pilotar um Red Bull.
"É como usar um computador com um mouse na sensibilidade máxima". As imagens a bordo são bastante explicativas.
No pouco tempo que teve disponível, Lawson lutou constantemente com as reações do RB21, cada tentativa de trazer velocidade para as curvas sempre terminava em correções evidentes e na incapacidade de alcançar o ápice. Um pesadelo.

Liam Lawson, Red Bull Racing
Foto de: Red Bull Content Pool
A questão é que Verstappen vem pilotando os monopostos fabricados em Milton Keynes há anos, e muito rápido também. E, no entanto, em meados de 2024, Max também deu o alarme, porque desde que a Red Bull teve que responder ao crescimento da McLaren, o carro deu mais um passo em direção ao extremo, tornando a pilotagem ainda mais problemática.
Para Marko, a solução é simples, basta encontrar outro Verstappen, mas a realidade da situação diz que na Red Bull eles estão procurando um piloto que não está lá. E enquanto Helmut espera por um milagre, o 'berçário' continua a preparar jovens pilotos para uma missão com poucas chances de sucesso.
A realidade é que a equipe tem dois cenários no horizonte: a descoberta de um 'Verstappen dois' ou uma mudança drástica de direção que colocaria a pilotagem de volta entre os parâmetros básicos de um projeto.
Até que uma das duas soluções tome forma, a Red Bull continuará correndo com um monoposto ou, na melhor das hipóteses, com um monoposto e meio. No momento, a visão de Marko parece estar prevalecendo, e assim será até que Verstappen coloque seu pé no chão.
Uma possibilidade mais provável hoje, porque uma coisa é ranger os dentes, mas pelo menos ter um monoposto vencedor, e outra bem diferente é lutar por objetivos menos gratificantes.

Yuki Tsunoda, Equipe RB F1
Foto de: Red Bull Content Pool
No próximo fim de semana, na corrida em casa, será a vez de Tsunoda. No caso de Yuki, as apostas são menos altas.
Lawson foi 'sacrificado' após ser colocado na Red Bull sem nunca ter completado uma temporada inteira na F1 (Liam nunca correu nos circuitos de Melbourne e Xangai). Tsunoda poderá contar com a experiência que adquiriu ao longo de quatro temporadas com a Racing Bulls.
Yuki também está ciente de que está próximo de uma encruzilhada que decidirá o futuro de sua carreira, já que no final da temporada o relacionamento entre a Honda (seu primeiro patrocinador) e a Red Bull chegará ao fim. Tsunoda tem pouco a perder, pois se a sensação com o RB21 for positiva, será um verdadeiro bingo, ao contrário, ele voltará à estaca zero.
O cenário para Lawson, por outro lado, é diferente. O retorno à Racing Bulls é a 'antecâmara' para a despedida final, ninguém jamais teve uma segunda chance de sentar ao volante de uma Red Bull.
E sem essa perspectiva, o rebaixamento para a Racing Bulls se torna uma espécie de esmola à espera de oportunidades alternativas. É uma pena ver a mudança drástica na perspectiva de um jovem valioso como Liam no espaço de três meses, mas é isso que acontece. É claro que a Red Bull está livre para fazer o que achar melhor, afinal, nenhum dos pilotos juniores está preso à Academia com uma arma apontada para a cabeça.

Oscar Piastri, McLaren, Andrea Stella, McLaren, Zak Brown, McLaren
Foto de: Sam Bagnall / Motorsport Images
É necessária uma reflexão, no entanto, porque o método da Red Bull não é o único que funciona na F1. No domingo à noite, após a vitória de Oscar Piastri em Xangai, o chefe da equipe McLaren, Andrea Stella, contou todo o trabalho que fez com o australiano para resolver os problemas que surgiram nas duas temporadas anteriores, a partir do confronto direto com Lando Norris. Meses de atividade, muitos GPs revistos em conjunto para detectar os problemas críticos e as escolhas erradas.
Foi em Xangai, em 2024, que Norris terminou em segundo lugar, enquanto Piastri terminou apenas em oitavo, perdendo mais de quarenta segundos para seu companheiro de equipe.
"Lembro-me de coçar um pouco a cabeça e dizer a Oscar que havia muito a aprender com aquela corrida", lembrou Andrea Stella, "e agora posso dizer que todo o trabalho que fizemos juntos foi aproveitado da melhor maneira possível. Esse também é um método que pode funcionar na F1 moderna".
OFICIAL: TSUNODA NA RED BULL, LAWSON NA RACING BULLS já no Japão
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