F1: Relembre cinco histórias que marcaram a carreira de Senna
Brasileiro é reconhecido por toda a comunidade do automobilismo

No dia 21 de março, Ayrton Senna teria completado 65 anos. Caso a tragédia no GP de San Marino não tivesse acontecido no fatídico dia 1° de maio de 1994, o piloto teria muitas histórias para serem contadas. No entanto, a carreira do tricampeão já foi grande o suficiente para colocá-lo na prateleira de competidores históricos da Fórmula 1.
Senna não é celebrado apenas no Brasil, na verdade, o piloto é lembrado sempre que o assunto é automobilismo e é considerado um tesouro.
O acidente trágico que levou a sua morte aconteceu na Itália, quando Ayrton tinha 34 anos e bateu na curva Tamburello, em Ímola, no dia 1° de maio de 1994. Até mesmo os Tifosi - torcedores ferrenhos da Ferrari - também prestam suas homenagens a Senna. Esse é o tamanho do brasileiro para o esporte.
No ano passado, por exemplo, no 30º aniversário de sua morte, houve uma corrida beneficente até o local do acidente de Senna em Ímola, que acabou sendo levado pela chuva, e Sebastian Vettel deu algumas voltas na McLaren do mesmo antes da corrida, para a alegria da multidão.

Andrea Kimi Antonelli no ano passado com uma camisa de Senna na chuva em Imola
Foto: Frederik Hackbarth
Ou em Turim, onde houve uma sensacional exposição especial sobre Senna para marcar a ocasião, que reuniu muitos carros e exposições de sua carreira única em uma completude sem precedentes - e tirou algumas histórias dos arquivos que talvez ainda não fossem conhecidas até mesmo pelos fãs obstinados da F1 e de Senna. Gostaríamos de publicar algumas delas aqui para marcar o 65º aniversário de Senna:
O mentor
Aos 14 anos de idade, o jovem Senna foi orientado por Lucio Pascual Gascón, mais conhecido como Tchê: um engenheiro espanhol que já havia vindo para o Brasil na década de 1960 e era considerado um especialista em tuning de karts.
Nessa função, ele também apoiou outros pilotos brasileiros famosos antes de Senna, como Emerson Fittipaldi, Chico Serra, Roberto Moreno, Maurizio Sala e Mauricio Gugelmin. Sob a orientação de Tchê, o brasileiro comemorou sucessos importantes em seu caminho para o topo - algo que ele nunca esqueceu sobre seu mentor, como revelado em uma carta que Senna escreveu a ele em 1990, após ganhar seu segundo título de campeão mundial:
"Tchê, meu amigo, você é uma pessoa que teve uma importância incrível na minha vida. Você me ensinou quase tudo o que sei, me ajudou e esteve ao meu lado em todos os momentos. Eu não estaria onde estou hoje sem você. Você é o grande responsável pelo meu sucesso e não pode imaginar o quanto sou grato a você".
A bandeira
Senna e sua torcida com a bandeira do Brasil: essas imagens estão gravadas na memória dos fãs da F, especialmente durante sua vitória em casa, em São Paulo, em 1991, ou após sua lendária corrida no molhado, dois anos depois, em Donington. Mas a história, na verdade, começou um pouco antes.

Black Lotus: A história com a bandeira brasileira começou em Detroit, em 1986
Foto: LAT
Ao mesmo tempo em que acontecia o GP dos Estados Unidos em Detroit, a Copa do Mundo também estava sendo realizada no vizinho México no verão de 1986 - e o Brasil perdeu para a França nos pênaltis nas quartas de final no início do fim de semana. O clima no país era de depressão, mas no domingo Senna venceu na pole position, à frente dos dois franceses Jacques Laffite e Alain Prost.
Para os fãs do esporte, a revanche foi um sucesso - e ficou ainda mais doce quando Senna recebeu uma bandeira brasileira de um marechal na 'volta de honra' para comemorar seu triunfo. O nascimento de uma torcida que a F1 veria com frequência nos anos seguintes, a "Ayrton Senna do Brasil".
A lição
Mais tarde, Senna foi considerado um piloto intransigente que inspirava medo em seus adversários sempre que seu capacete amarelo aparecia no espelho retrovisor. Mas nem sempre foi assim; nos primeiros anos de sua carreira na F1, o brasileiro também teve que aprender da maneira mais difícil de vez em quando. Uma anedota esquecida é um confronto com Michele Alboreto.

Duelo em Österreichring em 1987: Ayrton Senna à frente de Michele Alboreto, da Ferrari
Foto: Motorsport Images
No GP da Alemanha de 1987, em Hockenheim, Senna foi muito agressivo com o piloto da Ferrari, empurrando-o para a grama e dando-lhe pouca chance de voltar à pista. Alboreto não tolerou isso e esperou sua chance de revidar contra Ayrton.
No penúltimo GP, na Áustria, Alboreto teve a chance de fazer isso nos treinos: Ele deliberadamente freou diretamente na frente de Senna, que bateu na traseira dele e destruiu a frente de sua Lotus amarela no processo.
O jovem brasileiro ficou chocado, mas admitiu anos depois que era grato a Alboreto por ter lhe dado uma lição: "Ele me deu uma lição valiosa naquele dia".
A perda
Embora Senna tenha sido autorizado a retornar à Grã-Bretanha após uma pausa familiar em 1982 para continuar sua carreira na Fórmula Ford 2000, seu pai Milton da Silva decidiu enviar um acompanhante com ele na forma de um velho amigo da família: Armando Botelho Teixeira.

Senna com o empresário e amigo da família Armando Teixeira em 1986
Foto: Motorsport Images
Ele rapidamente se tornou uma espécie de empresário de Senna, cuidando do lado comercial das coisas durante sua rápida ascensão nas pistas. Foi Teixeira também quem aconselhou Ayrton a usar o nome de solteira de sua mãe dali em diante, pois era mais raro e mais fácil de registrar como uma marca comercial em todo o mundo do que Da Silva.
Embora Armando tenha testemunhado o grande sucesso de seu protegido em 1988, com seu primeiro título de campeão mundial, ele morreu inesperadamente no verão de 1989. Senna ficou sabendo disso imediatamente após sua vitória no GP da Alemanha e ficou inconsolável. A perda de seu amigo íntimo criou horas difíceis em um ano já difícil, já que o duelo da equipe McLaren com Alain Prost estava aumentando ao mesmo tempo.
O empresário
O amigo e ex-companheiro de equipe Gerhard Berger disse certa vez que, se Senna não tivesse morrido, ele provavelmente seria o presidente do Brasil hoje. Onde quer que o carismático astro da F1 tivesse ido, Ayrton teria sido um empresário bem-sucedido de qualquer forma, pois já havia traçado o caminho para isso no auge de seu sucesso esportivo.

As muitas faces de um campeão: exposição de Senna em Turim
Foto: Frederik Hackbarth
Senna havia garantido os direitos exclusivos de importador da Audi para o Brasil e também era sócio de uma fábrica que produzia bicicletas de montanha de última geração, mas seu nome também estava em uma motocicleta Ducati e em um barco a motor. Ele também tinha sua própria coleção de relógios com o fabricante de luxo TAG Heuer, que voltou a ser um dos principais patrocinadores da F1 a partir deste ano.
Através da fabricante italiana de eletrodomésticos De'Longhi, que já era patrocinadora do carro durante seus anos de Lotus, ele também tinha uma licença nacional para a distribuição de sistemas de ar condicionado no Brasil.
E, junto com um fotógrafo e um jornalista, fundou sua própria empresa que cuidava de suas relações-públicas e direitos fotográficos - muito antes de isso se tornar a norma para os principais atletas.
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