F1 - Russell sobre disputa com Hamilton em despedida: "Toto não precisava ter dito nada"
George Russell não defendeu a ultrapassagem do heptacampeão, que coroou o fim da sua passagem pela Mercedes com um 4º lugar largando de 16º
Lewis Hamilton encerrou sua passagem histórica na Mercedes com um suado quarto lugar no GP de Abu Dhabi da Fórmula 1. Apesar de não terminar seu 246º e último GP com a Mercedes no pódio, assim como ele havia feito incríveis 153 vezes desde 2013, a posição final, após largar do 16º lugar, foi marcante.
Mais tarde, Hamilton revelou que já havia chorado tudo na quinta-feira, quando foi surpreendido por sua equipe com um vídeo comovente e um capacete assinado por todos os funcionários da equipe. Mas, mesmo que ele não quisesse demonstrar isso: Ele também chorou no domingo.
Quando Hamilton cruzou a linha de chegada, após ter ultrapassado o companheiro de equipe, George Russell, o próprio chefe da equipe, Toto Wolff, falou no rádio dos boxes: "Lewis, essa foi a pilotagem de um campeão mundial. Excepcional". E: "Você sempre fará parte da nossa família. E se não conseguirmos vencer nós mesmos, vamos cruzar os dedos por você".
Russell: "Toto não precisava ter dito nada"
O fato de Russell tê-lo deixado passar mais ou menos sem lutar no final é uma mancha com a qual ninguém se importa. "George, estou apenas dizendo o que você já sabe. Não mexa com Lewis", disse Wolff por rádio a Russell no cockpit quando Hamilton apareceu em seu espelho retrovisor. "Mantenha-se super limpo com Lewis."
"Sim, chefe", respondeu o piloto de 26 anos, para quem não fazia diferença na classificação do campeonato se ele terminaria Abu Dhabi em quarto ou quinto lugar, e cumpriu a ordem: na última volta, no final da zona dupla de DRS, ele diminuiu visivelmente o acelerador e deixou Hamilton passar.
Exatamente no ponto em que Hamilton havia perdido contra Max Verstappen três anos antes, na lendária final de 2021.
"Toto não precisava ter dito nada", ri Russell. "Ele sabe o quanto Lewis e eu nos respeitamos. Sempre pilotamos com afinco, mas de forma justa. Aprendi muito com Lewis nesses três anos. Como piloto, como personalidade. Hoje ele mereceu terminar na minha frente. Ele foi mais rápido durante todo o fim de semana".
"Eu estava um pouco fora do ritmo durante todo o fim de semana e achei que seria apropriado terminar um segundo atrás de Lewis depois desses três anos. Estou feliz por ele ter feito uma ótima última corrida. Ele merece isso. A equipe merece uma despedida digna. E estou orgulhoso por termos passado esses anos juntos".
Três anos em que Hamilton acabou superando Russell por uma margem muito pequena, com 697 a 695 pontos no campeonato. Se Russell tivesse lutado na rodada final em Yas Marina, como teria lutado contra qualquer outro, ele teria vencido o duelo, com o placar exatamente oposto de 697 a 695 a seu favor.
"Lewis pilotou como um campeão hoje", elogiou Wolff. "Se o cone não o tivesse atrapalhado ontem, ele estaria lutando pela vitória hoje. Ele abriu caminho entre os carros mais lentos a partir da 16ª posição, manteve a paciência e terminou em quarto no final, à frente da Red Bull. Essa é a marca registrada de um campeão mundial".
Cenas emocionantes após o final da corrida
Hamilton balbuciou algo sobre como sua jornada na Mercedes havia começado como um "salto de fé" (ou seja, um pequeno vislumbre de esperança) e que havia levado diretamente para os livros de história da Fórmula 1. Foi um pequeno discurso de despedida do cockpit, que parecia um pouco roteirizado, mas foi apropriado em sua graça para um Sir como Hamilton.
Na largada e na chegada, ele fez mais alguns donuts (Wolff: "Se formos desclassificados: valeu a pena!") e, então, sem que as câmeras de TV percebessem, as lágrimas caíram. Hamilton parecia tranquilo nas primeiras entrevistas. Mas antes de dar as entrevistas, ainda no carro, ele segurou o rosto com as luvas para enxugar o rosto.
Antes de sair, ele tirou o volante da coluna de direção, pela última vez aquele com a estrela no visor, segurou-o pelo que pareceu uma eternidade e ficou olhando para ele antes de colocá-lo de lado, desconectá-lo e ajoelhar-se ao lado do carro.
Seja como for, Hamilton eliminou uma diferença de 14,4s para Russell em 15 voltas e mostrou a todos, mais uma vez, do que era capaz em seus últimos metros na equipe das 'flechas de prata'. Um pouco como o desempenho de gala de Michael Schumacher no Brasil em 2006, em sua última corrida pela Ferrari, que também terminou em 4º lugar após uma luta fenomenal.
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