F1: Sainz 'revela' momento incomum ao assinar contrato com Ferrari
Tornar-se um piloto oficial da Scuderia aconteceu no que parecia ser uma manhã muito normal quando o espanhol saiu da cama
Pode haver poucos momentos mais icônicos para um piloto do que assinar um contrato de Fórmula 1 da Ferrari.
Mas para Carlos Sainz, que é o mais recente contratado da Scuderia, esse momento se destaca por ser um pouco incomum.
Tornar-se um piloto oficial da Ferrari aconteceu no que parecia ser uma manhã muito normal quando ele saiu da cama.
"Na verdade, é uma história um pouco engraçada porque foi um longo período de negociação", disse Sainz em uma entrevista exclusiva ao Motorsport.com.
“Foi durante a Covid-19, então as conversas eram todas feitas por zoom e ligações, o que tornava tudo um pouco mais complicado."
“Tivemos de nos adaptar à situação e assinei exatamente na mesma mesa que estou dando esta entrevista agora aqui em Madrid, no pequeno escritório que temos em casa."
“Estávamos passando todo o confinamento junto com a família, e então de repente um dia eu acordo por volta das 8h e ainda estou de pijama."
“Eu entro nesta sala e vejo que meu pai está pronto com uma caneta. Ele diz: 'Você precisa assinar aqui: é o contrato da Ferrari. É só você assinar.'
"Então eu assinei de pijama às 8h, logo depois de acordar! Eu disse 'Ok, bom dia para você também'."
Carlos Sainz Jr., Ferrari SF21
Photo by: Andy Hone / Motorsport Images
Desde seu primeiro teste em Fiorano em um carro de 2018 no início deste ano, até as diferentes experiências que enfrentou na equipe, Sainz se encaixou bem.
Claro, como em qualquer temporada de F1, houve alguns altos e baixos e alguns aspectos do carro com os quais ele não ficou totalmente feliz, mas a vida como piloto da Ferrari tem sido boa.
“É verdade que os fãs na Itália são muito pacientes e respeitosos de uma forma que eu não esperava”, disse o espanhol.
"Digo, até mesmo te tocar, ou apertar sua mão, para eles é algo super especial. Eles realmente te respeitam, e eles realmente te colocam em um pedestal por algum motivo, e é bastante impactante."
“Eles ficam super nervosos quando você está perto deles, e esta é uma sensação que nunca tive antes como piloto: o quão nervosos as pessoas ficam quando você está perto deles."
“Eu bato nas costas deles e digo, 'vamos lá, eu tenho 27 anos, como você, apenas relaxe e tire as fotos'. Mas muitas vezes eu pego o telefone deles para eu mesmo tirar."
"É uma loucura e eu adoro isso. Eles também são super engraçados com as coisas que falam, então a vida mudou um pouco, mas, ao mesmo tempo, consegui manter um bom equilíbrio."
Não são apenas os torcedores que observam Sainz de uma maneira diferente. A Ferrari está sob os holofotes da mídia muito mais do que as outras equipes - especialmente na Itália - e isso traz consigo uma mudança de comportamento.
O espanhol sabe que agora precisa pensar antes de falar, pois apenas um comentário pode ser suficiente para criar uma história que foge ao controle.
Carlos Sainz Jr., Ferrari SF21
Photo by: Charles Coates / Motorsport Images
"É interessante notar como poucas 'notícias' podem se tornar grandes 'notícias' só porque você é a Ferrari ou parte dela", explicou Sainz.
“Na Itália isso acontece muito e ainda estou aprendendo a lidar com isso."
“Ainda estou aprendendo a falar de algumas maneiras, a perceber que talvez se eu disser as coisas desta forma em vez de dizer de outra, isso pode se tornar uma manchete enorme."
"Como piloto, estou tentando aprender a lidar com esse tipo de situação porque não é nada fácil."
O que o maior interesse dos fãs e da mídia mostrou a Sainz é que guiar uma Ferrari traz consigo algo que não existe em outras equipes: é ser parte de algo muito maior.
“Existe uma responsabilidade extra que não existe nas outras equipes”, admitiu. “O fato de você estar competindo por um país é diferente."
“É como se você estivesse jogando ao mesmo tempo pelo Real Madrid e pela Espanha. Correr pela Ferrari significa que você está competindo pela Ferrari e pela Itália, e você precisa estar ciente disso e ter a responsabilidade que vem com isso."
"Mas para mim é uma honra. A Itália é um país que amo e onde passo muito tempo."
“Quando eu era criança, eu cresci na Itália, correndo em karts, então eu cresci sabendo da paixão que existe na Itália pela Ferrari, e cresci sabendo que muitos desses pilotos de kart contra os quais eu corria queriam ser um piloto da Ferrari."
"O fato de ser eu, é uma grande honra e um grande privilégio. É algo de que estou muito orgulhoso."
Correr pela Ferrari também significou se adaptar a um novo país, já que o espanhol se afastou de equipes britânicas, tendo mais recentemente pilotado pela Renault e McLaren.
E embora muitas vezes seja dito que a cultura da Ferrari é diferente de todos os outros lugares, Sainz disse que na verdade a maioria dos times de F1 agora opera de maneira semelhante.
“Há um tipo diferente de cultura e maneiras diferentes de fazer as coisas”, disse ele. “Mas, ao mesmo tempo, as equipes de F1 modernas hoje em dia têm convergido muito em termos de abordagem de trabalho, ética e profissionalismo."
Carlos Sainz Jr., Ferrari, 3rd position, lifts his trophy
Photo by: Andy Hone / Motorsport Images
“É verdade que agora há muitas equipes multiculturais. Até a Ferrari está cheia de ingleses e americanos. Mesmo no meu grupo de engenheiros, somos um americano, um escocês, um espanhol e um italiano."
"Mas, com certeza, a Ferrari tem sua própria cultura que você precisa entender e sua própria maneira de fazer as coisas que você precisa se adaptar e ver como funciona."
E, embora tão poucos seres humanos no curso da história tenham tido a sorte defender a equipe de Maranello, Sainz disse que parece muito natural para ele.
"Parece real, quando você finalmente percebe e vive com isso", explicou ele.
“É uma situação estranha porque um dia você acorda dizendo: 'Ok, vou ser piloto da Ferrari'."
“E então, como se sente? Continua o mesmo Carlos. Continua o mesmo cara. Continua o mesmo piloto, com a mesma paixão, com o mesmo talento, fazendo o seu trabalho."
“É que você está fazendo isso pela Ferrari. É uma responsabilidade enorme, especialmente quando você guia na Itália. Isso é o mais importante."
“Quando você vai para Monza, de repente percebe o que é ser um piloto da Ferrari. Você sente isso em todo o mundo."
“Mas quando você vai para Monza e os poucos eventos que tivemos lá, você de repente percebe, 'ok, isso é enorme!'"
"Isso é ainda maior do que eu imagino. Mas você ainda é o mesmo Carlos, e nada muda nesse sentido", concluiu.
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